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Açaí da Kiki: no novo café de Gaia serve-se o “verdadeiro açaí artesanal do Pará”

Daniela e Nuno Barreto viram num momento menos feliz a oportunidade para abrir um espaço dedicado aos petiscos brasileiros.
Fica em Gaia.

A febre pelo “fruto que chora” é real. Rico em antioxidantes, fibras, gorduras saudáveis e aminoácidos, o açaí é considerado um superalimento e está a conquistar os portugueses. Consumido diariamente com toppins, simples ou em gelado, o fruto típico da Amazónia, especialmente do norte do Brasil, já chegou a quase todo o lado. O mais recente espaço dedicado ao açaí abriu em junho, em Vila Nova de Gaia.

Daniela Barreto é uma das “loucas assumidas por açaí”, tanto que se despediu de um emprego estável na área dos recursos humanos para se aventurar no empreendedorismo. O amor pelo açaí, esse, veio dos familiares que vivem no Rio de Janeiro.

Quase em simultâneo, o marido Nuno Barreto foi despedido da empresa de contabilidade onde trabalhava como informático. Como há “males que vêm por bem”, decidiram candidatar-se a um apoio do IEFP, com o objetivo de abrir um pequeno espaço onde pudessem vender açaí, pão de queijo e tapiocas.

A candidatura foi aprovada e Daniela, também conhecida como Kiki, não desperdiçou a oportunidade e partiu à procura de espaços na zona de Gaia onde pudessem abrir a loja. “Vivemos em Vila Nova de Gaia e sempre que queríamos provar um bom açaí tínhamos de fazer quilómetros ou mesmo atravessar a ponte em direção ao Porto. Quando delineamos o projeto sabíamos que tinha de ser nesta margem”, conta à NiT.

A escolha da matéria-prima foi mais complicada e demorou algumas semanas. O casal sabia que não queria “o típico açaí” conhecido dos portugueses. O objetivo era conseguir trazer a versão do Pará, feita de forma artesanal e que acompanha com farinha de água ou de tapioca. Daniela tinha mais uma preocupação: o produto tinha de ter a maior percentagem de polpa possível, sem corantes, conservantes ou açúcares refinados.

Depois de muito procurarem, acabaram por não encontrar o açaí que pretendiam em Portugal, motivo que os levou a contactar uma empresa da cidade brasileira onde o produto é confecionado segundo todas estas regras. “Exportamos do Pará. Lá é costume comer este fruto como acompanhamento. Servem com peixe, carne, o que for. Aqui servimo-lo como gelado, numa tigela com toppings como creme de cupuaçu [um fruto], paçoca ou granola caseiras. Temos ainda fruta e opções vegan”, refere.

O movimento e as “constantes filas” de clientes provam que a tradutora estava certa. “O negócio tem corrido bem. Mas fico muito feliz quando brasileiros provam o nosso açaí e admitem que finalmente têm um local para provar o ‘verdadeiro’.”

Os preços do açaí variam entre os 4,90€ e os 25,90€. O primeiro passo é escolher se quer o sorvete ou o do Pará. Se optar pelo primeiro tem depois de escolher se prefere o tamanho mais pequeno (4,90€), o médio (8,90€), ou o grande (10,50€). Caso seja para partilhar tem as opções dos barcos (15,90€), ou da roletta (25,90€). Depois é só acrescentar os ingredientes gratuitos: fruta, topping e molho. Pode acompanhar a bowl com uma dose de pão de queijo (1,50€) ou com uma tapioca doce, ou salgada (desde 4€).

“O pão de queijo é da avó Alenice, uma médica de Minas Gerais onde nasceu a receita. A Alenice é mãe de uma amiga minha. Ela faz todos os meses 20 quilos de pão de queijo para a família. É fabuloso”, adianta Daniela Barreto, que aproveitou a última vista da brasileira para fazer “um pequeno estágio”. “Passei três dias a aprender a fazer este petisco com a mestre e, entretanto, inventei de colocar goiaba dentro e tem sido um sucesso”, adianta.

O espaço foi decorado de forma a transmitir aos clientes a sensação de estarem “numa gelataria brasileira”, com capacidade para 25 pessoas. O principal objetivo é servir em modo take-away, seja “para aqueles momentos em que a fome aperta ou só para satisfazer um desejo guloso”.

Carregue na galeria para conhecer os baldes de açaí que pode pedir em Vila Nova de Gaia.

 

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