Volatilidade, adaptabilidade e ausência de barreiras ou delimitações são alguns dos sinónimos da palavra éter. Estas características também resumem o conceito do novo restaurante e wine bar do Porto.
Rúben Santos, 30 anos, começou o seu percurso na restauração de forma espontânea aos 24. Desde então, confessa que é a única área onde se imagina a trabalhar. Nos últimos sete anos, esteve ligado a projetos de fine dining como O Paparico, Culler de Pau, Maaemo e Vista.
Já Pedro Abrantes, 27 anos, formado em Gestão de Empresas, começou a trabalhar na restauração aos fins de semana para juntar mais dinheiro. No final do curso, decidiu investir a 100 por cento no ramo. Foi n’O Paparico que conheceu Rúben, antes de gerir o wine bar Garage Wines.
Foi neste spot, que Pedro se cruzou com Ivone Ribeiro, 50 anos, formada em Gestão, Marketing e Vinhos. Com 27 anos de experiência na área, é proprietário da garrafeira Garage Wines, e admite existir uma íntima ligação entre os vinhos e a gastronomia, daí ter-se juntando aos dois jovens para trazer “qualidade, diferenciação, e um serviço de excelência, onde o vinho e a comida brilham”.
“A ideia de um possível projeto em conjunto já vem desde que criei ligação com o Rúben enquanto trabalhávamos n’O Paparico. Após sair do restaurante e começar a trabalhar no wine bar, surgiu a ideia de criar um conceito, que juntasse a minha paixão por tudo o que envolve a restauração, a paixão do Rúben pela cozinha e da Ivone pelos vinhos. Foi assim que nasceu o Éter”, começa por contar à NiP, Pedro, um dos sócios.
É nos renovados edifícios do Cais das Pedras, de olhos postos no Douro, que abriu este espaço a 9 de abril. Os vinhos de pequenos produtores e de séries limitadas têm uma atenção especial e são os grandes protagonistas do espaço. No Éter vai encontrar cerca de 80 referências de todas as regiões do País (ilhas incluídas) e ainda alguns espumantes e champanhes.
“Além da carta de vinhos à garrafa, temos ainda alguns cocktails e uma lista de vinhos a copo, com cerca de 25 referências. Algumas são mais fora da caixa e vão rodando mensalmente. Os nossos vinhos são servidos no melhor copo e na temperatura correta e combinam com a comida que servimos”, explicam.
Na cozinha, os sócios, chefiados por Rúben, querem romper os paradigmas da alta gastronomia. “Estava cansado do fine dining e dos menus fixos, absorveram-me nos últimos seis, sete anos. Desde o início, disse ao Pedro que queria liberdade e volatilidade em relação ao espaço”, confessa Rúber, sócio e chef do espaço.
No Éter, “o conceito passa por não haver conceito”, ou seja, ideia é apresentar uma cozinha de emoções e de vivências, onde os pratos são sentidos, não interpretados. É por isso que a carta é curta, com 12 pratos que vão rodando com frequência. “Todos os meses, cerca de 40 por cento da carta muda. Respeitamos a sazonalidade e os produtos da época. É estimulante para nós, mas também para os clientes que acabam por provar pratos diferentes e deixam-se surpreender”, acrescentam.
Já os pratos, por vezes, são inspirados em obras de arte. “Um conjunto cromático de uma obra de arte inspira-me a fazer novos pratos. Se não for mentalmente estimulado com frequência, a coisas não fluem. Tenho de estar sempre em modo esponja”, admite Rúben.
Para a decoração do restaurante, os responsáveis inspiraram-se na temática industrial para criar um ambiente cosmopolita e menos clássico. Combina-se então uma certa irreverência com a gastronomia que é praticada. “No nosso espaço conseguimos aliar uma gastronomia criativa, mas acessível, a vinhos de excelência, um serviço profissional, cuidado mas descontraído e uma vista privilegiada para o rio”, comentam.
Entre os pratos da carta, de momento, destacam-se os espargos com caril verde (10,50€), o casarecce al pomodoro birria (14€), tártaro de atum do Algarve com xo e pepino marinado (17€), peixe frito escabechado e amendoim (14,50€), o bacalhau à Bras (16€), os pezinhos de coentrada (17,50€) ou o entrecôte com cogumelos (31€).
Nas sobremesas vai encontrar sabores como maçã verde com funcho e bergamota (6,50€), torta de morango e sabugueiro (7,50€) e chocolate com avelã (8,50€).
Se ficou curioso, carregue na galeria para conhecer o espaço e as suas propostas.