Antes de se aventurar no mundo da restauração, Luís Palhão era um nome conhecido noutros círculos criativos. Formado em Arquitetura, fundou uma editora focada em livros e revistas de arquitetura, onde trabalhou como editor e organizador de eventos. Mais tarde, abriu a Almada em Branco, concept store que há 12 anos é paragem obrigatória para quem gosta de marcas nórdicas de roupa, mochilas e calçado.
A paixão pela gastronomia — e, em particular, pelo marisco, — esteve sempre por perto. “Desde pequeno, todos os fins de semana havia marisco em casa”, conta o portuense de 33 anos. Foi essa memória familiar que inspirou o Barra, o seu primeiro restaurante, inaugurado a 3 de setembro, na Rua do Passeio Alegre, considerada uma das zonas mais bonitas da Foz do Douro. “Apareceu este espaço e percebi imediatamente que era o sítio indicado para este projeto”, explica.
O Barra Seafood Bar nasce com um conceito simples: celebrar o mar com leveza e autenticidade. É um espaço pequeno — apenas dez lugares sentados e cinco ao balcão — mas pensado ao detalhe. A decoração é minimalista, com azulejos brancos onde está escrito à mão o menu do dia, e elementos que remetem ao universo marítimo, sem cair no cliché. Aqui, o foco está no essencial: o sabor e a descontração.
O lema da casa resume-se a três palavras — Seafood, Wine & Cocktails. “Acreditamos que estes três fazem o casamento perfeito”, diz Luís. “Quer seja para um almoço demorado ou para um aperitivo ao fim da tarde.” Por enquanto, o espaço funciona entre as 12h30 e as 17 horas, mas o horário será alargado até às 20 horas nos próximos meses, permitindo que o pôr do sol se torne o cenário natural para um copo de vinho fresco e uma tábua de marisco.
Na carta, o protagonista é o marisco fresco — amêijoas à bolhão pato (20€), berbigão ao vapor (14€) e percebes (12€) são alguns dos pratos fixos. Mas há também criações mais ousadas, como os baos de lavagante (16€) e atum (14€), ou o crocante de atum (10€), que têm feito sucesso entre os clientes. “O bao de lavagante é o prato mais pedido”, confessa Luís. “E o ramen de lavagante, que incluímos recentemente, está a ter uma excelente aceitação.”
Os produtos chegam, sempre que possível, de fornecedores locais e mariscadores da região, aproveitando a proximidade da costa e dos mercados. “Temos uma localização privilegiada e alguns dos nossos vizinhos são mariscadores”, explica. “Faz todo o sentido trabalhar com o que está perto.”
Para acompanhar, há uma carta curta de vinhos e cocktails, pensada para realçar os sabores do mar. “Apostamos em vinhos frescos e leves, que combinem bem com os pratos”, explica. Entre os brancos, há referências como Vallado (15€), Portal (15€) ou Duas Quintas (17€). Nos rosés, brilham rótulos como Crasto (24€) e Soalheiro (26€), além de opções a copo a partir de 4,5€.
Apesar da qualidade dos produtos, os preços mantêm-se acessíveis — um bao e uma cerveja ficam abaixo dos 20€. “Queremos que as pessoas se sintam à vontade para vir sem pressa e repetir a experiência”, diz Luís.
Mais do que um restaurante, o Barra é um ponto de encontro. O ambiente íntimo convida à conversa, e é comum ver mesas diferentes a interagirem entre si. “Gosto de pensar no Barra como uma petiscaria de mariscos. É pequeno, descontraído e direto”, resume o proprietário.
Desde a abertura, o espaço tem atraído sobretudo clientes locais e foodies portuenses, embora os turistas também comecem a aparecer. “Temos recebido muitas pessoas da zona que regressam, e isso deixa-nos muito felizes — é sinal de que estamos no caminho certo.”
Para o futuro, o foco está em manter a qualidade e o ambiente familiar que já conquistou quem passou pela casa. “A nossa prioridade é continuar a fazer o melhor possível, para que os clientes saiam satisfeitos e com vontade de regressar”, conclui Luís Palhão.
Com o mar a poucos metros de distância, ostras frescas no balcão e uma carta que combina simplicidade e sabor, o Barra promete tornar-se num dos spots mais apetecíveis da Foz — onde cada garfada sabe a fim de tarde junto ao Douro.
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