“Vai-te” ou à boa moda do Porto, “bai-te”, foi a expressão (truncada e sanitizada) que serviu de inspiração ao nome de um pequeno winebar que abriu na Ribeira em 2022. De lá para cá, o espaço saltou para a margem contrária e onde abriu a 16 de agosto.
No Bite provam-se agora petiscos com vista desafogada sobre o rio Douro. A ideia de Filipe Seguro, Manuel Guedes e Martinho Osório foi prolongar o conceito que tinham do outro lado da Ponte D. Luís I. “Percebemos que havia abertura para um novo Bite, mas queríamos um local diferente e decidimos apostar nesta tendência dos rooftops”, explica Seguro, de 43 anos à NiT.
O chef, que é dono do restaurante Focca, em Lisboa, tem uma ligação especial com o Porto, cidade onde nasceu. Mas Filipe sabia que a sua vida não passaria pela cidade. Aos 18 anos rumou ao Algarve para estudar gestão. Depois de uns anos numa empresa de telecomunicações cansou-se. “Sempre gostei de cozinha e apesar de não ter formação decidi enviar currículos para restaurantes no estrangeiro para ganhar experiência.”
Conseguiu um estágio, em 2008, num dos restaurantes do chef Gordon Ramsay em Londres. “Tive uma evolução rápida, mas comecei por descascar batatas e lavar espinafres. Isto é a tarefa mais básica, até quem lava os pratos, está acima na hierarquia.”
Mais tarde regressou a Portugal para trabalhar no Vila Vita Parc, no Algarve, e também no The Yeatman onde fez parte da equipa do chef Ricardo Costa que ganhou a primeira estrela Michelin para o restaurante de Vila Nova de Gaia, no guia de 2012. Durante esta temporada conheceu Martinho Osório, que um par de anos mais tarde convidou para a equipa do Bite.
A ideia do winebar surgiu num jantar de verão, no Algarve, enquanto Filipe e os Manuel Guedes (pai e filho) conversavam. “Andávamos a namorar a ideia de abrir algo no Porto, onde pudéssemos privilegiar os petiscos feitos com produtos locais. A dada altura surgiu um local incrível e não conseguimos negar”, conta.
Em 2023, numa das várias visitas ao Porto, foi almoçar ao Bite com Martinho Osório. O gestor contou-lhe que precisava de um operacional para gerir a operação do restaurante no Porto. Osório ofereceu-se para o fazer e começou o plano de transformação do espaço.
“O mentor do crescimento é o Martinho. Ele tinha uma grande sensibilidade para o que aquilo tinha de ser. Pegou no projeto e atingiu o potencial, melhorando a formação do staff, e o atendimento. Temos um Bite 2.0 e este novo espaço também só foi possível pelo sue profissionalismo”, admite Seguro.
Com uma vista privilegiada, o espaço mantém intacto o objetivo do espaço portuense, como se pode ver (e provar) na ementa que continua a conter os “bites do melhor do Porto”.
Há tábuas de queijo e enchidos para partilhar (22€) e focaccias com legumes grelhados marinados com alecrim (12€), ou de perna de porco assada e desfiada com pickles e queijo da Serra (12€), ou salmão, beterraba, creme de queijo de Lima e rúcula (12€).
No campo das bebidas há vinhos a copo (desde 5€) ou a garrafa (desde 22€), sangria a copo (desde 8€) ou a garrafa (desde 28€) e também vinho do Porto a copo (desde 6€) ou a garrafa (desde 30€). Se preferir, também há cerveja (3,50€) ou café (2,50€).
Carregue na galeria para conhecer o espaço no piso superior de um parque de estacionamento com uma vista 180 graus para o Porto.