É um dos pratos que mais identifica o Porto e nos últimos anos tem até ficado, para muitos, mais conhecido do que as típicas tripas. Foi criada em 1952 e completa este ano 70 anos de vida cheios de história e histórias para contar, o que lhe vale uma exposição em sua honra. Falamos, claro, da francesinha.
Tome nota porque não vai querer perder a exposição em honra da francesinha cuja inauguração está marcada para este sábado, 26 de novembro, às 20 horas. O local não podia ser outro que não a casa onde nasceu: o restaurante A Regaleira.
As festas começam com esta exposição, mas não vão ficar por aqui. Francisco Passos, neto do fundador do restaurante e que é, em conjunto com o irmão Tiago, o responsável pelo espaço, garante à New in Porto que este é apenas o primeiro de muitos eventos que assinalam o marco histórico deste famoso prato portuense.
“A francesinha celebra este ano 70 anos desde a sua criação, aqui no nosso restaurante, em 1952, e nós estamos em celebrações. As ideias foram avançando e decidimos fazer a exposição”, explica.
Inicialmente, foi uma ideia lançada a Agostinho Santos, que é o curador e faz também parte da lista de 12 artistas cujas pinturas e esculturas vão integrar esta exposição. Entre os nomes estão ainda outros como António Bessa, Nazaré Álvares ou Valter Hugo Mãe.
A exposição estará disponível pelo menos até janeiro, numa sala reservada n’A Regaleira com entrada livre. As obras aí expostas estão inspiradas, naturalmente, no prato que lhe dá o mote. À parte da exposição, estes 70 anos da criação da francesinha serão assinalados também com a criação de um selo e de um conjunto de pins que serão oferecidos aos clientes. Outra das ideias passa pelo lançamento de um livro.
“Estamos no início de um grande projeto que é a redação de um livro, da biografia d’A Regaleira, mas isto é uma coisa para daqui a mais tempo”, revela Francisco Passos, garantindo que já têm conversado com antigos clientes e funcionários da casa, incluindo figuras conhecidas como o famoso José do Majára. Algumas dessas histórias vão ser partilhadas nas redes sociais do restaurante ao longo das próximas semanas.
A Regaleira reabriu a 1 de julho de 2021 na porta ao lado do espaço original, depois de ter sido obrigada a fechar em 2018. Fundado em 1934 pelo avô dos atuais donos, António Passos, o restaurante mantém atualmente algumas das suas características mais distintivas, como a francesinha original — que é feita com um pão redondo e carne assada.
Para quem não sabe ou quer recordar, a francesinha foi criada por Daniel David Silva, funcionário d’A Regaleira. Como forma de homenagear as mulheres francesas, que eram mais ousadas do que as nacionais, criou em sua honra uma sanduíche especial. Ainda antes de ter um nome, já a especialidade passava a ser cada vez mais pedida pelos clientes, até que acabou por integrar a carta da casa.
“Criou um lanche que era servido com um molho que ele também tinha inventado de tal forma picante para homenagear de certa maneira a mulher francesa, que era uma mulher picante, mais atrevida, mais vistosa no vestuário e forma de estar. O melhor nome que lhe surgiu terá sido a francesinha”, contou Francisco Passos aquando da reabertura do espaço.
Enquanto espera pela abertura da exposição, carregue na galeria para conhecer ou recordar A Regaleira.