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Na tábua, em sandes ou em salada. O presunto é a estrela do novo restaurante do Porto

No Atelier dos Presuntos vai poder degustar a famosa raça Bísaro, originária de Bragança, com 30 meses de cura.
A especialidade é apresentada em várias versões.

Se quisermos falar sobre a história da Península Ibérica, o ideal é fazê-lo acompanhados de uma tábua de presunto. Até porque esta iguaria é praticamente tão antiga como o território onde teve origem. Um dos produtos mais apreciados por quem é fã de carnes frias tem agora uma casa, no Porto, que lhe dedica grande parte do menu. Aberto oficialmente desde 24 de setembro, o Atelier dos Presuntos promete conquistar os foodies portuenses.

Os fãs de presunto talvez não conheçam a sua origem, mas tudo começou com a descoberta e popularização do sal, essencial no processo de preservação prolongada da carne. Foi, pelo menos três mil anos antes de Cristo, no antigo Egipto, que se descobriu que o sal ajudava não só a preservar, como também melhorava substancialmente o seu sabor. A novidade rapidamente chegou aos povos ibéricos, que adoptaram a técnica. 

Atribui-se a Catón, que viveu no século III e II antes de Cristo, a autoria do primeiro documento em que consta uma referência ao presunto enquanto produto. Nele, descreve-se que a melhor forma de conserva seria salgá-lo durante dias, untá-lo em azeite e curá-lo. A Revolução Industrial veio aprimorar as técnicas de preservação da matéria-prima e, hoje, não há convívio entre amigos ou família, que não envolva uma boa tábua de enchidos, onde o presunto ganha lugar de destaque. 

Se lhe é difícil resistir a esta iguaria, então o Atelier dos presuntos é de visita obrigatória. Começou em soft opening na noite de São João, 24 de junho, e três meses depois, a 24 de setembro, começou a funcionar a todo o gás. O projeto surgiu da vontade do João Santos, impulsionador do negócio, com a ajuda de outros dois sócios, em apresentar um produto 100 por cento natural, que reflita a autenticidade que caracteriza o restaurante.

“Queríamos criar um espaço descomplicado que celebrasse o presunto e todos os produtos que harmonizam com ele, trazendo o sabor autêntico de Trás-os-Montes para a cidade”, começa por explicar João, 40 anos. 

“Focamo-nos no presunto de raça Bísaro, originário de Bragança, especificamente da Aldeia de Gimonde, com 30 meses de cura, acompanhado por outros produtos de Trás-os-Montes como o azeite e os queijos selecionados, para oferecer uma experiência genuína, dificilmente encontrada noutros lugares da cidade”, acrescenta. 

O presunto de 30 meses é o produto mais procurado, sendo servido em tábuas, em sandes (com pão cozido na hora), num tártaro de presunto ou em saladas, que podem servir para acompanhar as tábuas ou como refeição individual. Vai ser difícil resistir, até porque logo à entrada é feito um convite irresistível para conhecer o espaço.

Há uma antecâmara, onde o chef frequentemente desfia presunto fresco, e oferece a quem passa, para provar, sendo impossível recusar entrar e conhecer melhor o restaurante e a sua oferta. O pavimento em mosaico hidráulico, pintado de verde e amarelo, deu à equipa a base para o conceito de um restaurante verde, natural e genuíno.

As paredes revestidas com cerâmica típica do Porto, em tons creme, ajudam a criar um ambiente acolhedor. Já o banco corrido, permite a união das mesas, de forma propositada, para criar um grande espaço de puro convívio. A cozinha é totalmente aberta e o ambiente descontraído. 

Nas sobremesas há apenas duas opções caseiras: bolo de mousse de chocolate e o tiramisú. A média de preços por pessoa ronda os 15€. A carta de vinhos é selecionada e destacam-se marcas portugueses, cuidadosamente escolhidas para harmonizar com o sabor do presunto.

“A nossa missão é proporcionar uma experiência autêntica e genuína, onde cada cliente possa descobrir o melhor do presunto e dos produtos portugueses, num ambiente que valoriza a tradição e a hospitalidade”, defende o responsável.

Apesar do foco do espaço estar na experiência gastronómica e no convívio, não descartam a possibilidade de realizar eventos temáticos, ligados à gastronomia e aos vinhos portugueses.

Carregue na galeria para conhecer o espaço, que fica próximo da estação de metro dos Aliados. 

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua dos Caldeireiros, 132
    4050-138 Baixa
  • HORÁRIO
  • Quinta a segunda-feira das 11h30 às 15h30 e das 18h30 às 23h
  • Terça e quarta-feira encerrado
PREÇO MÉDIO
Entre 10€ e 20€
TIPO DE COMIDA
Petiscos

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