Teresa e Eurico, juntos há 12 anos, ficaram desempregados durante a pandemia. Teresa Bacelar, 47 anos, trabalhava como cake designer e como pasteleira de um restaurante de topo onde Eurico Rodrigues, 39, seu marido, era gerente. Sempre tiveram o sonho de ter um espaço próprio, mas o confinamento foi o empurrão que faltava para fazê-lo.
Desde Gaia, atravessaram o rio e trouxeram para o Porto um novo conceito de café. Inicialmente era para ter sido um salão de chá, mas o toque caseiro de Teresa na cozinha, fez com que as pessoas não desejassem só os seus bolos mas pediam para aventurar-se nos seus restantes cozinhados.
“Tudo começou no Natal de 2020, já tínhamos o espaço e comecei a cozinhar alguns pratos e ofereci aos vizinhos para terem um cheirinho do que aí vinha. Infelizmente a pandemia não permitiu que abríssemos logo o espaço, então comecei a fazer caixas de brunch, sobretudo para o Dia dos Namorados e foi um sucesso. A nossa ideia inicial era construirmos um salão de chá, porque sou genuinamente feliz fazendo bolos, mas as pessoas não deixavam de pedir para fazer mais pratos e passarem mais tempo cá, então foi o que fizemos”, conta a chef do espaço.
Foi assim que nasceu o café bistrô Chef Mamã. Bistrô é um estilo de restaurante caracterizado por ser pequeno e despretensioso, conhecido tipicamente em França. Os restaurantes deste género ficaram populares nesta região da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Neste período as mulheres tiveram que trabalhar para ajudar a complementar a renda mensal da família, o que as levou a abrir as portas das suas casas e vender refeições caseiras ao público.
No Chef Mamã não é só possível encontrar o tradicional menu de brunch, que foge ao convencional conceito do pequeno-almoço tardio com o toque especial de Teresa. Além das sugestões da alargada carta, há também de duas a três sugestões que mudam diariamente à hora do almoço. “É engraçado porque às vezes durante o almoço temos uma mesa que está a comer o menu do brunch e ao lado há outra que está a comer arroz de cabidela, por exemplo”, conta o casal.
Os pratos do espaço destacam-se por serem cuidadosamente empratados e seguem uma linha de slow e comfort food. “Enche-me o coração quando oiço pessoas dizer que tal prato fez-lhe lembrar a tia, a avó ou mãe”, conta Teresa.
“Há ainda pessoas que chegam cá e estão um pouco em baixo, tiveram um mau dia e depois saem de cá com um sorriso e agradecem por isso. Nós não só pretendemos de certa forma alimentar as pessoas com comida, mas também existe uma certa proximidade, falamos com elas, ouvimos as suas histórias e acabamos também por alimentar as suas almas e corações”, admite Eurico.
Trata-se então de um espaço que também valoriza a produção agrícola local e segue uma linha de pensamento que vai contra o desperdício. O café bistrô conta com uma decoração moderna e muito instagramável, acolhedora e que faz as pessoas sentirem-se em casa, acompanhada por uma pequena esplanada e sempre com música ambiente agradável e o tão característico atendimento personalizado que não pode faltar.
Na carta é feito especial destaque às panquecas, que vão desde os 4,50€ aos 6€ e podem vir acompanhadas com Nutella, mel e nozes, salgadas ou simples. Um dos pratos com maior saída são os bagels, que custam entre 8,50€ e 9,50€ e pode ser de salmão fumado ou bacon e ovo. Também há hambúrguer (8,50€), ovos rotos (8,75€), bowls e saladas.
Também há opções veggies dos pratos anteriormente mencionados e o especial Chef Mamã, um cachorro com hambúrguer, pizza e molho de francesinha e ainda os ovos rotos especiais com molho de francesinha. Há também quem diga que já comeu cá a melhor sopa e ao fim de semana há sempre croissant artesanal.
De seguida, carregue na galeria para conhecer melhor o espaço e algumas das especialidades.
