Falar da origem das tascas é recuar, pelo menos, até à era dos romanos. Estes locais foram, desde sempre, espaços por excelência para a confraternização, sobretudo de homens operários. Após o 25 de abril, começaram a abrir as portas às mulheres. Atualmente, continuam a ser spots de convívio, cheios de fotografias e até objetos que marcam acontecimentos importantes ou visitas de pessoas ilustres.
Entrar numa tasca sem trocar umas palavras com quem nos serve uma bebida ao balcão ou leva um petisco à mesa é praticamente impossível. São locais que conseguem aliar na perfeição, convívio e tradições económicas. E foi isso mesmo que Tiago Martinho Fernandes Moreira quis recuperar com a abertura da Tasca da Cordoaria. Em soft opening desde a primavera, abriu oficialmente no passado dia 24 de outubro.
“Queremos trazer novamente os momentos de convívio à volta da mesa. Durante muitos anos, as tascas ganharam uma conotação negativa e queremos reverter isso. Pretendemos ter um restaurante onde todos se sintam na casa da avó, primando sempre pela qualidade dos produtos e uma confeção muito atenta”, começa por explicar o jovem de 33 anos à NiP.
Porém, esta não é a primeira aventura no ramo para Tiago, mais conhecido como Martinho. O jovem inspirou-se nos seus tenros anos de adolescência, quando ajudava a dois amigos, irmãos proprietários do Yuko e do antigo Paparico. “Foi com eles que aprendi algumas questões de gestão dos espaços, paixão pela área, o zelo pela qualidade dos produtos e o rigor de trabalho”, recorda.
As decorações das tascas são dignas de destaque e a Tasca da Cordoaria não é a exceção. Por cá, não faltam os típicos tecidos da avó, a decorar as paredes, acompanhados por fotografias do passado, o tradicional galo de Barcelos, vinis e garrafões de vinho ou azeite e, claro, a loiça artesanal, com diferentes desenhos e cores.
As paredes do espaço são rústicas, e foram deixadas quase cruas. O chão é de azulejo e os apontamentos em madeira reforçam o espírito hospitaleiro e familiar que por cá se quer passar.
A decoração do espaço funde-se com o cheiro a petiscos típicos que denunciam que este espaço é não só 100 por cento portuense, como com alma portuguesa. A Tasca da Cordoaria, insere-se no coração da vida estudantil do Porto, junto ao jardim que lhe dá nome.
Caldo verde, salada mista, tripa enfarinhada (trazida diretamente do famoso Talho Leandro do Mercado do Bolhão) e os clássicos tremoços são algumas das propostas. Para partilhar com a família ou entre amigos — ou saciar-se sozinho — há chouriça assada (7€), bifana no pão (4,75€), alheira de caça (8€), moelas (7,20€), ovos rotos (8,50€), secretos de porco (14€) e sandes de presunto que pode ser simples, com queijo, com ovo, ou com ovo e queijo, a partir de 4,75€. Não poderiam faltar os rojões (6,50€) e os bolinhos ou pataniscas de bacalhau.
Para quem não dispensa uma tábua portuguesa, há de presunto, queijo, enchidos ou mista, entre 10€ e 22€. Já para refeições mais generosas há bacalhau à Brás e à Braga. O prato custa 19,50€ e 22,50€, respetivamente. Segundo o responsável, “é mesmo bacalhau e não paloco”. Há ainda o típico prego no prato (14€) ou bifinhos de frango (12,50€).
No espaço, a música portuguesa é a rainha, sobretudo se for dos anos 80 e 90. Para além disso, as noites de fado vão passar a fazer parte da agenda regular da Tasca da Cordoaria.
Carregue na galeria para conhecer melhor o novo spot tradicional do Porto. A estação de metro dos Aliados é a mais próxima do restaurante.