Em 2020, Paulo André inaugurava o seu restaurante de fine dining em Vila do Conde, o Rio. Um ano depois, entrava para a lista dos espaços recomendados pelo Guia Michelin. Tudo parecia correr bem, exceto um pequeno grande problema: as constantes reservas fantasma, de pessoas que guardavam mesa, mas nunca apareciam.
O chef estranhou o número elevado de ausências e decidiu investigar. Descobriu, mais tarde, que muitos clientes pensavam que o restaurante ficava no centro do Porto, quando na verdade, estava relativamente afastado do centro da cidade, mas dentro do distrito. Ao aperceberem-se da distância de 20 quilómetros da cidade, trocavam os planos sem avisar.
Este ano, Paulo André decidiu contornar o problema e inaugurar um novo projeto, precisamente na Baixa da cidade, o Douro by Paulo André. “Este novo espaço foi muito ponderado. No verão de 2024 tive o maior número no shows de sempre e aí tomei a decisão de abrir um espaço no centro do Porto. Já tinha tido algumas abordagens e convites antes, então acabei por retomar contactos, quis perceber qual a melhor localização e cheguei à conclusão que tinha de ser em Miragaia. Após alguma pesquisa encontrei o local ideal”, conta o chef de 47 anos à NiT.
O restaurante abriu no final de junho, com vista para o rio que lhe dá o nome. Tem 30 lugares no interior e 12 na esplanada instalada sob os arcos do edifício. Apresenta-se como um espaço de fine dining, com uma carta desenhada por Paulo André.
O percurso do chef começou em 1996 no restaurante do Casino do Porto. Trabalhou em cozinhas como a do Sheraton e do restaurante do Feel Viana, passou por Salerno, em Itália, e regressou a Portugal para iniciar novos projetos. Em 2020, decidiu criar o seu próprio restaurante na cidade onde nasceu.
No novo espaço, o chef mantém a aposta numa cozinha que privilegia os produtos da região. Para entrada, sugere as vieiras com couve-flor e avelãs (17€), o tártaro de lombo de boi com balsâmico de cabernet-sauvignon e gema curada (17€) ou o ovo com alheira de Valpaços, batata-palha e pipoca de porco (14€).
Entre os pratos principais, destaca-se o vitelão com batata rústica e foie gras (35€) ou o pato com cenoura e miso caramelizado (25€). Para os que preferem peixe, há robalo com arroz de amêijoas, gambas e ovas de truta (29€) ou corvina com kizaca e couve crocante (27€).
O prato que melhor representa a casa é a sopa de peixe, que aprendeu a fazer com a mãe e as irmãs. “Sou natural de uma zona de pesca, em Vila do Conde, então estou muito ligado ao peixe e à pesca. Em miúdo mergulhava na costa e apanhava uma série de mariscos”, explica. “Adaptei um dos pratos clássicos da minha infância para este espaço. Recriei a sopa de peixe, em que faço o caldo com as cabeças e as espinhas e depois sirvo com cevada fresco, peixes brancos e tomate assado. Depois finalizo com coentros, sumo de limão e picante.”
Para equilibrar os sabores, as sobremesas apostam na framboesa. Criou um parfait com três texturas (14€), um canelone de ricotta com framboesa e peta zetas de framboesa, servido com gel de framboesa, gelado e mascarpone. Para os que preferem outras opções, há o Guinness Cake (12€), feito com cerveja irlandesa, servido com favo de mel e gelado de caramelo salgado. A carta inclui 112 referências de vinhos, nacionais e internacionais, com rótulos de Itália, França e Nova Zelândia.
Carregue na galeria para descobrir o novo espaço no centro do Porto.

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