Atrair novos consumidores, promover uma produção responsável, aumentar a frequência dos apreciadores habituais, criar ocasiões de consumo e fortalecer as existentes. Estes são alguns dos objetivos de 2025 da Symington, um dos mais antigos produtores de vinho do Porto.
A história da bebida mais famosa da cidade é antiga e remonta até aos séculos III e IV. No entanto, se há vinho que testemunha a persistência cultural do empenho vitivinícola é, sem dúvida, esta. Até ao início do século, João Franco durante o seu governo ditatorial, assinou um decreto que regulamentava a produção, venda, exportação e fiscalização do vinho do Porto.
Desde então, esta bebida tem vindo a atravessar gerações de famílias. Atualmente, não há casa dentro e fora do País sem uma garrafa de vinho do Porto e as mais diversas caves do Douro têm-se esforçado para manter viva a história desta referência, enquanto tentam conquistar novos públicos.
Um desses exemplos é a família Symington, que introduziu uma nova abordagem dos seus “elegamentemente equilibrados” Portos Vintage de Quinta.
“A vindima de 2023 ajudou-nos a produzir vinhos bem equilibrados, com cor vibrante e de grande frescura. Após a avaliação anual decidimos produzir estes Portos Vintage de Quinta que agora lançamos ao mercado, provenientes das nossas seis principais quintas no Douro”, começa por explicar à NiP, Charles Symington, o enólogo principal da casa.
O responsável admite que os últimos anos de vindimas no Douro foram “desafiantes”, com ondas de calor prolongadas e pela baixa precipitação. Contudo, a de 2023 revelou-se “otimista” com condições moderadas que permitiram eventuais maturações equilibradas das uvas. “As chuvas abundantes no inverno e na primavera ajudaram a revitalizar os solos. Já o verão foi mais ameno, o que favoreceu a maturação. Apesar da seca de julho e agosto, as vinhas prosperaram, com a chuva de setembro a ter um efeito benéfico”.
Já passaram seis anos desde que a família Symington apresentou o seu primeiro Porto Vintage Clássico: o Vintage de 2017. Dado que as quintas estão distribuídas ao longo do acidentado Vale do Douro, a produção deste tipo de vinho do Porto requer um alinhamento “raro” das condições em todas as propriedades, o que não garante a produção anual desta bebida.

É por isso que a família se guia sempre pelo que cada ano oferece. Quando a qualidade está mais favorável em toda a região, aproveita para declarar um Porto Vintage Clássico. Já quando as condições se focam mais em parcelas específicas em determinadas quintas, anuncia os Porto Vintage de Quinta — como é o caso dos quatro novos lançamentos que agora foram apresentados.
“Conseguimos garantir Portos Vintage nas nossas seis quintas, contudo só vamos nesta primeira fase apresentar quatro — o Quinta do Vesúvio, o Quinta da Senhora da Ribeira da Dow’s, o Quinta dos Malvedos da Graham’s e o Quinta do Bonfim da Dows. Os dois restantes (Quinta da Cavadinha da Warre’s e Quinta dos Canais da Cockburn’s) vão envelhecer nas caves para lançamento futuro”, adianta o responsável.
Como explica o enólogo, cada vinho foi produzido a partir das parcelas de vinha com “melhor desempenho” em cada quinta, o que permite criar “excelentes” Porto Vintage de Quinta com um forte carácter de terroir e potencial de envelhecimento em garrafa. São vinhos equilibrados, leves e com abundante cor e frescura, ideais para atrair o público jovem, que normalmente associa este bebida a um público mais velho.
“O resultado são vinhos elegantemente equilibrados, que representam a melhor expressão do ano que tivemos nos últimos tempos”, sublinha Charles Symington.
As notas destas propostas variam entre frutas negras, chocolate amargo, até chá e tabaco, sem deixar de lado notas a frutos vermelhos. São vinhos que combinam muito bem com entradas como as típicas tábuas de queijo e enchidos, mas também sobremesas frescas ou amargas com chocolate preto.
As novas propostas estão a ser engarrafas e deverão estar disponíveis à venda em garrafeiras de especialidade e nas lojas oficiais da marca já em maio. Os Portos Vintage do Vesúvio e da Senhora da Ribeira estarão disponíveis em todos os formatos de garrafa, enquanto os vinhos de Malvedos e do Bomfim serão lançados apenas em magnum e garrafas de três litros.
O preço das garrafas deverá oscilar entre os 60€ e os 200€. Também podem ser comprados online.
Recorde-se que no final do ano passado, a família apresentou quatro novos Porto Vintage de quantidades limitadas, que põem de parte para longo envelhecimento. Este lançamento, com cerca de 20 a 30 anos de guarda, chama-se“Library Release, para sinalizar que as garrafas envelheceram em perfeitas condições, nas garrafeiras da família. Pode consultar mais sobre estas propostas neste artigo da NiP.
Carregue na galeria para conhecer o mais recente wine bar da cidade, com uma vasta referência de vinhos nacionais, sobretudo do Porto e do Douro, e petiscos a acompanhar.