O prego no pão é uma das especialidades portuguesas mais autênticas, capaz de combinar harmoniosamente sabor e simplicidade. No Porto, há uma seleção de espaços que fazem questão de ter este prato na ementa, seja na sua versão clássica ou com combinações arrojadas. Dos tascos aos restaurantes mais premium, cada espaço oferece a sua própria interpretação do prego.
Por tudo isto, a redação da New in Porto desafiou os leitores a escolherem o melhor local para comer esta receita no Porto, através de uma votação que durou uma semana. O icónico Prégar, na Baixa portuense, foi o grande vencedor.
“É sempre gratificante ver o nosso trabalho reconhecido. São oito anos de constantes melhorias e, felizmente, temos tido excelentes feedbacks ao longo do tempo. Só o facto de estarmos nomeados pela New in Porto já é um privilégio, mas ganhar com o voto dos leitores que acabam por ser o nosso publico e os nossos clientes torna tudo ainda mais especial. Aumenta a nossa satisfação e, claro, é um enorme motivo de orgulho para toda a equipa. Queremos também salientar que havia concorrentes com muita qualidade, o que dá ainda mais prestígio a esta conquista”, afirmam os responsáveis.
Foram necessários dois anos e quatro homens com muita fé para fazer nascer esta pregaria da cidade. Francisco Antunes, José Carlos Ortigão e Bernardo Flores — os proprietários do FÉ, o bar inaugurado em 2013, na Praça Dona Filipa de Lencastre — juntaram-se a Ricardo Carvalho e foram “pregar” para outra freguesia. Em pleno verão de 2016, os quatro amigos de longa data juntaram-se para abrir no Largo de São Domingos, uma casa digna para os fãs de carne (e não só), com pregos feitos com a tenra carne do lombo.
Anos mais tarde, ainda nasceu em 2018 uma casa na Foz. Agora, os dois espaços são uma referência no que toca à confeção do prego no pão. Para Francisco Antunes, um dos sócios-gerente do projeto, o segredo para o sucesso da casa, e da vitória nesta votação da NiP, está no próprio produto.
“Em todas as opções, usamos apenas os melhores e mais frescos ingredientes. A cozinha trata tudo com muito carinho e sem complicar, o nosso foco é valorizar o sabor autêntico da carne, do pão e dos acompanhamentos. A qualidade tem de estar sempre em primeiro lugar”, conta o responsável de 40 anos.
E acrescenta: “Por outro lado, o serviço é fundamental: tem de ser atencioso, profissional e sempre disponível . Temos a sorte de contar com uma equipa fantástica, dedicada e pronta para receber os clientes todos os dias, o que nos obriga uma grande consistência”.
Claro que a decoração da também ajuda. Assinada pelo designer Paulo Lobo, conhecido pelo trabalho em inúmeros restaurantes da cidade, o Prégar conta com um ambiente acolhedor, mas cheio de personalidade e identidade própria — é um espaço com história e que convida a ficar.
Durante o nascimento deste projeto, quando os quatro amigos se juntaram para abrir o Prégar, queriam que fosse uma extensão do bar que já tinham, mas com uma oferta gastronómica. A escolha pelo culto ao prego tem uma justificação simples. É uma receita tão típica do Porto e dos portugueses, como se falássemos do primo da francesinha. O objetivo do grupo era tornar o prego numa espécie de obrigação para quem os visita.
“Foram quase dois anos de trabalho até a inauguração da primeira casa. De lá para cá, abriram outras pregarias na cidade, o que nos forçou a repensar o conceito. Queríamos que a comida de qualidade do espaço se tornassem na sua imagem de marca, aliada à modernidade”, defendem os sócios.
O local escolhido para servir de morada a esta casa não poderia ter calhado melhor, já que outrora foi o Talho Real, que costumava fornecer os melhores produtos para o consumo próprio das famílias dos futuros proprietários.
A carta é abrangente, apesar de não ter muitas opções. Nos pregos, encontra a versão clássica (10,50€) com queijo e fiambre e outra com queijo da Serra (11€) — e ambas, claro, recheadas com um bife do lombo. Depois, tem uma opção vegetariana (9€), de atum (9,90€) e a excepção à regra do lombo: o prego de picanha (9,50€). Experimente também o prego de francesinha (13,80€) ou o de frango com alface, tomate, maionese e queijo (9€).
A cozinha serve ainda hambúrgueres, com preços a partir de 9€, salada e batatas fritas para acompanhar (a partir de 2€). Para os miúdos existem mini hambúrguer ou prego de frango, ambas as propostas custam 10,50€, com batatas fritas e bebida.
Uma das surpresas da carta esconde-se nas mini sobremesas do dia, todas caseiras e feitas literalmente pelas mãos da avó. Vale a pena provar a baba de camelo com “areias” de avelã, mousse de chocolate com avelãs, tarte de lima (que desde 2016 continua a ser a sobremesa mais popular da casa) ou gelado artesanal. Os preços começam nos 4€.
