Depois de termos anunciado o melhor equipamento cultural e o melhor espaço de bem-estar no âmbito dos Prémios NiP 2024, chegou a hora de voltarmos as atenções para uma das categorias favoritas dos nossos leitores: a comida. No último ano, o Porto foi palco de centenas de aberturas que vieram mudar o panorama gastronómico da cidade. Há propostas mais ousadas e outras mais tradicionais e, apesar de existirem conceitos que se destacam mais do que outros, os nossos leitores não tiveram dúvidas, o L’Égoïste é o melhor restaurante que chegou ao Porto em 2024. O espaço do Renaissance Porto Lapa Hotel ocupou o primeiro lugar no pódio, com 34,20 por cento dos votos.
Aberto desde finais de setembro do ano passado, de egoísta tem apenas o nome, uma vez que o objetivo é proporcionar momentos de partilha à mesa. Apesar de estar carregado de sabores tradicionais, que todos conhecemos, a dupla que dirige a cozinha, os chefs Duarte Batista e Ricardo Tiago, desafiam as regras da criatividade para oferecer pratos divertidos, ousados e cheios de sabor.
“Em nome de toda a equipa, posso dizer que ser nomeado foi o principal prémio, porque se trata do reconhecimento do esforço que esta equipa fez para lançar um projeto como o L’Égoïste. Um projeto que se assume, desde o princípio, como fora da caixa, um restaurante que quer ser provocador e criar momentos e experiências à mesa dos nossos clientes, diz à NiP, o chef Ricardo Tiago, responsável pelas criações mais doces da carta, acrescentando: “Termos vencido foi a cereja no topo do bolo. Primeiro, porque fomos nomeados por pessoas da área que estão atentas a todos os lançamentos, novidades e ao que de bom se vai fazendo na cidade. Esta é uma forma de dar mais visibilidade ao projeto e fazer com que o L’Égoïste se assuma cada vez mais na cena gastronómica do Porto”.
O menu do restaurante gira em torno do receituário tradicional português, que é desafiado pela dupla de chefs e a sua equipa. Duarte baseia-se, acima de tudo, nas suas vivências. Já Ricardo é o responsável pela proposta mais adorada por muitos foodies: a sobremesa. Tal como acontece nos salgados, os doces tradicionais portugueses são reinterpretados.
As propostas do L’Égoïste convidam a uma viagem pelos sabores dos quatro cantos do País, de norte a sul. Do Algarve à Beira Baixa, por terra e mar. Há ainda uma alargada oferta de opções vegetarianas, com o objetivo de mostrar que um prato saudável não é aborrecido. Pelo contrário, pode ser colorido e sobretudo, cheio de sabor.
Esta viagem de sabores portugueses começa logo nas entradas. A sapateira recheada (24€) é um prato obrigatório e uma autêntica homenagem às cervejarias e marisqueiras portuguesas, acompanhada por panquecas salgadas, em vez das tradicionais tostas de pão. Já o tributo à indústria conserveira nacional apresenta-se com o prato composto por cavala picante das Conservas Pinhas (17€), com puré de cenoura e caril e pickles caseiros.
O desafio do chef Duarte foi reinterpretar o típico prato portuense, a francesinha. No concelho, não faltam spots onde se comem as melhores versões da iguaria, por isso, era obrigatório — e necessário — fazer diferente. Esta versão arrojada de francesinha (22€) é apresentada num formato de pão panado frito numa manteiga de ervas aromáticas e recheado com queijo e fiambre. Os tradicionais enchidos mantêm-se, com o molho — que permanece em segredo —, mas que denota sabores fumados e de malte.
Nas escolhas principais, há peixes e mariscos vindos diretamente da Póvoa de Varzim. Uma das propostas junta as espécies mais frescas e sazonais do Atlântico com migas de coentros e o molho de caldeirada poveira (33€), feito à base de cebola, alho, tomate e pimento. Da Costa Vicentina chega o carabineiro, cozinhado a baixa temperatura e acompanhado por um puré de feijão branco alentejano, algas, espirulina e um guisado de marisco composto por gambas, búzios e lingueirão (45€).
Das propostas vegetarianas destacam-se a massada de fregola com cogumelos silvestres, uma viagem à memória do chef Duarte, que costumava ir apanhar cogumelos com a avó quando era miúdo. É apresentado, assim, um duxelle de cogumelos, cogumelos salteados e caldo de carqueja (27€) num empratamento que simula a típica névoa nas manhãs de inverno durante a apanha da espécie na Beira Baixa. Há ainda um gnocchi de beterraba com legumes baby e caril verde de manjericão (24€), um prato sem lactose, glúten ou sulfitos.
Quanto às sobremesas e, seguindo o mote de reinterpretação e partilha, o chef Ricardo propõe um novo universo de sabores doces. Para os que não dispensam o chocolate na hora de encerrar a refeição, o chef convida a um Mergulho de Chocolate (12€), onde o puré de batata-doce surge coberto por uma mousse de chocolate negro 72 por cento, temperada por sumac e kalamansi, garantindo um toque cítrico e fumado de uma sobremesa que combina com os dias mais outonais.
Para este ano novo, o L’Égoïste promete trazer uma carta renovada, sempre na linha do ousado e diferente. Ir ao encontro dos produtos da época é primordial, contudo, sem deixar de lado o aspeto de novidade e criatividade na mesa. “Acima de tudo, queremos dar uma continuidade ao que já fizemos. Assumimo-nos como um espaço diferente com uma proposta gastronómica ousada, divertida e muito numa ordem de partilha, esse é o projeto que queremos dar continuidade para 2025. O objetivo é continuar a surpreender”, reforça. O segundo e terceiro lugar do pódio foram ocupados pelos restaurantes Éter e Quintal do Juiz, com 32,85 e 13 por cento dos votos, respetivamente.
Carregue na galeria para conhecer as propostas do L’Égoïste, o melhor restaurante de 2024, segundo os leitores da NiP. A estação de metro da Lapa fica a poucos passos do restaurante do Renaissance Porto Lapa Hotel.
