Estamos a chegar à reta final dos anúncios dos vencedores da segunda edição dos Prémios NiP 2024. Continuando na área da gastronomia, está na hora de conhecer aquele que é considerado o melhor chef do ano passado. Xavier Oliveira conquistou o primeiro lugar no pódio com 43,26 por cento dos votos.
“Para ser sincero, não tive muito tempo para assimilar esta distinção. Mas é sempre um reconhecimento, de todo o meu percurso, apesar deste ano ter tido um grande destaque com a abertura do Blss U. Além disso, considero que se trata do reconhecimento da minha equipa, que me acompanha há muito tempo”, confessa o chef de 30 anos à NiP.
Ao contrário de outros colegas, Xavier não tem uma ligação lá muito romântica com a cozinha. Não tem avós cozinheiras, nem um pai chef, nem família ligada à restauração. Entrou no ramo por puro ato de rebeldia.
“Sempre fui bom aluno, mas nunca consegui estar fechado em quatro paredes por um longo período de tempo. No 12.º ano estava em Ciências, mas decidi que não era esse o rumo que queria seguir. Conhecia amigos que já tinham seguido esse percurso e ficava fascinado com as suas histórias, os estágios, as viagens e o estilo de vida fora do normal que tinham”, admite.
Por isso, aplicou-se nos estudos com um objetivo claro: ingressar na Escola de Hotelaria e Turismo de Santa Maria da Feira, cidade de onde é natural, tendo concluído o curso no Porto. Estagiou no Grande Real Eulália Resort & Hotel Spa. Posteriormente, passou pelo Tróia Design Hotel, onde acabou por ser recrutado no fim da sua formação académica.
“Ambos os espaços foram uns ótimos locais para primeiras experiências. Falamos de grandes cadeias, com diversos tipos de serviço e diferentes conceitos de gastronomia, o que ajudou no meu desenvolvimento enquanto profissional”, acrescenta.
Passados dois anos, o chef regressou à cidade natal, para acompanhar um projeto dos pais, que decidiram também investir na restauração. Em 2017, Xavier assumiu a cozinha do Casa da Música e inaugurou vários cruzeiros da DouroAzul. A sua mais recente experiência foi no The Lodge Hotel como sous chef, antes de aceitar o desafio do Sé Catedral Hotel para a abertura de um novo conceito na cidade.
Falamos do Blss U, o mais recente gastropub do Porto, inspirado nos sete pecados capitais. A gula, avareza, luxúria, ira, inveja, preguiça e o orgulho convidam a momentos de convívio num spot que há muito faltava na cidade. O espaço foi pensado para as pessoas se divertirem, conviverem, dançarem, sempre na companhia dos amigos. Com o inverno, é normal existir uma lacuna de locais indoors, onde se possa jantar ou beber um copo de uma forma mais dinâmica, sendo que o Blss U veio preencher esse vazio.
Apesar de estar dividido em duas zonas, com dois ambientes diferentes, cá não se querem criar barreiras, pelo contrário. Mal entra no gastro club, encontra uma ampla e dinâmica zona do bar, onde poderá beber um copo enquanto dança pela noite fora. Se quiser uma refeição completa, basta subir até à sala de jantar, igualmente dinâmica, mas mais confortável para se sentar e apreciar a sua refeição.
A música é uma componente sempre presente no Blss U e foi pensada ao pormenor. Considerando que o espaço foi feito exclusivamente para preencher as noites portuenses, os artistas convidados são também naturais da cidade.
A oferta gastronómica tem por base o tradicional português, com um verdadeiro twist daquilo que estamos habituados a ver na culinária tradicional. À gastronomia nacional são adicionados sabores dos quatro cantos do mundo, para reinterpretar receitas, desafiar conceitos e questionar paradigmas.
Os pecados começam nas entradas frias, com o pão bao recheado com leitão assado, maionese de togarashi, pickle de cebola roxa e pepino, finalizado na mesa (13€). A salada de alface, queijo gorgonzola, pera em calda e cebola frita com pimentos assados (13€) ou a salada de polvo com grão de bico e cebola roxa (13,50€), são outras das propostas.
A gula é alimentada com opções quentes para dar continuidade à refeição. Pode escolher entre o croquete de arroz de pato (7,50€), a espetada de caras de bacalhau assadas na brasa com citronela e lima kaffir (14€) ou a sardinha em conserva com pimentos assados e polenta. Todavia, a grande estrela desta secção é a recriação da típica francesinha portuense (9,50€), batizada como “Uma Francesinha Meio Asiática”.
O universo das sobremesas é igualmente disruptivo. O Abençoado Abade de Priscos (7,50€) é um pudim empratado com frutos vermelhos e acompanhado com gelado de maçã verde. Já a Rabanada Poveira (8€) apresenta-se com pera e frutos vermelhos, uma calda de aguardente aromatizada com canela e estrela de anis, sendo flamejada junto do cliente.
Apesar de Xavier desejar abraçar projetos futuros, garante que, em 2025, pretende viver no presente e focar-se no Blss. “Tenho muitos objetivos, sempre com um olhar para o futuro, mas gosto de viver o presente. Por enquanto, só quero continuar a fazer um por cento melhor do que fiz no dia anterior. Crescer a nível pessoal é outros dos objetivos, bem como partilhar mais momentos de convívio e conhecimento com a minha equipa.
Carregue na galeria para conhecer a oferta do Blss U, restaurante onde o chef Xavier Oliveira se destaca. A estação de metro de São Bento fica próxima do gastropub portuense.