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A família portuense que fundou uma loja para partilhar o Porto com o mundo

A Ponto Cruz foi criada por uma mãe, um pai e um filho. Espelha o amor que partilham entre si e tem muito para oferecer.
Susana e Joaquim são a alma da loja.

“Dar um pouco de Portugal e do Porto às pessoas que nos visitam”. É este o lema da Ponto Cruz, a loja de artesanato criada por uma família portuense dedicada a levar as tradições nacionais e locais ao maior número de pessoas. O espaço fundado por Renato Cruz, 27 anos, juntamente com os pais, Susana e Joaquim, 57 e 59, respetivamente, nasceu da paixão da família pela cidade e pelo artesanato. 

Enquanto Susana se foca nos trabalhos manuais de artesã, Joaquim assume o papel administrativo da loja e é também o responsável por fazer os contactos com os fornecedores. Já Renato, destaca-se na gestão externa da Ponto Cruz. “Os meus pais são a alma da loja, são eles que estão lá todos os dias a receber as pessoas. Eles conseguem transmitir a paixão por aquele espaço e por aquilo que fazemos”, conta à New in Porto o jovem.

Na loja, pode encontrar um pouco de tudo: há tote bags, bijuteria, azulejos, amigurumis, mochilas, canecas, loiças e outras peças derivadas. Susana adora tudo o que esteja relacionado com costura e tricot. Um dos primeiros objetivos pensados pela Ponto Cruz, era dar a liberdade artística à artesã principal da família — além de também trabalhar com outros artistas locais. 

“Tentamos ter o máximo de produtos feitos à mão por artesãos locais porque acho que essa é a mais-valia”, partilha. “Os artesãos portugueses sempre foram o nosso foco. Mantemos contacto direto com aqueles com que trabalhamos e considero que é isso que nos define. Conhecemos toda a gente pelo nome, temos uma relação muito direta e honesta com os nossos fornecedores. Procuramos sempre ter produtos portugueses, em especial do Porto quando possível”, acrescenta. 

Entre os bestsellers do espaço, estão as totebags, as latas de sardinhas em conserva, os chocolates e os amigurumis, um dos produtos favoritos de Renato. “Não é só por ser a minha mãe que os faz, mas acho que é um produto em que vejo o tempo que ela demora a fazer cada um e a paixão que coloca neles. Dá-me gosto vender e ter disponível por cá”, sublinha. 

Além das aplicações mais típicas em forma de peluches, Susana utiliza a técnica de amigurumi para fazer mordedores de bebés e porta-chaves. Os valores tendem a variar mediante ao tamanho e o tipo de encomenda, estando entre os 15€ e 30€. 

Um espaço muito acolhedor.

Passaram por algumas dificuldades, mas superaram-nas como uma família

Tanto Renato como Susana já tinham trabalhado em lojas de artesanato, mas não deixaram de lado o sonho de abrirem o próprio espaço. A 7 de janeiro de 2020, fundaram a Ponto Cruz. Em março, porém, tiveram de fechá-la devido à pandemia de Covid-19.

“A maioria das histórias que conhecemos com senhorios são negativas e nós só temos de agradecer aos nossos porque compreenderam a situação, estiveram do nosso lado e foi o que nos permitiu ainda hoje ter a loja” recorda. 

Sempre que podia e o governo permitia, o trio reabria o espaço. “Foi uma montanha russa”, confessa. “Muitas vezes abrimos e não tínhamos ninguém mas era aquela sensação de que estávamos a fazer tudo o que podíamos para que as coisas corressem bem. Abrimos em momentos em que nem era permitida a entrada de estrangeiros no País e este é o nosso público-alvo. Abrimos mais num grito de esperança” diz, entre risos.

Para Renato, o facto de partilhar uma relação próxima com os pais também ajudou nos momentos mais difíceis. “O ambiente familiar que nós temos é importante. O apoio que conseguimos dar uns aos outros foi aquilo que também nos fez superar isso”, refere. 

Natural do Porto, a família partilha que é “um orgulho” ter uma loja na própria cidade. “Tudo o que está lá foi feito pelas nossas próprias mãos. As paredes fomos nós que as erguemos, as mesas fomos nós que as construímos com pedaços de madeira, ou seja, tudo tem efetivamente um significado”, realça Renato. 

Neste momento, a Ponto Cruz está a “expandir a oferta de couros” (já vendem cintos e carteiras e querem acrescentar mochilas e malas), além de quererem explorar a área dos vinhos, visto que já têm uma conserva de azeite. “Vendemos azeite em tubos e os mililitros permitem aos estrangeiros levar e oferecer como recordação”, partilha. 

A loja fica no número 11 da Rua Arquitecto Nicolau Nasoni e está aberta todos os dias, das 11 às 20 horas.

De seguida, carregue na galeria para ficar a conhecer melhor o espaço da família Cruz.

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. Arquitecto Nicolau Nasoni, 11
    4050-423 Porto
  • HORÁRIO
  • Todos os dias das 11h às 20h

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