Como em quase tudo o que se torna tendência entre as novas gerações — neste caso as Z e a Alpha (a mais recente, nascida depois de 2010) —, tudo começa no TikTok, onde as faces se começam a encher de pequenos pontos coloridos. Não se tratam de filtros, mas sim de adesivos. Chamam-lhes pimple patches e são, de facto, adesivos para borbulhas.
Se os autocolantes que servem o propósito de tratar a acne não são propriamente uma novidade, a sua adoção generalizada é parte de uma aparente tendência que tem levado ao surgimento de mais variedades, em novas formas e cores.
Os benefícios para a acne são evidentes. O primeiro é obviamente estético: uma forma rápida e divertida de evitar a desnecessária, mas inevitável vergonha que chega com o surgimento de uma borbulha vermelha e assanhada na face. Mas há mais.
A colocação do adesivo ajuda a evitar toques indesejados que não raras vezes apenas ajudam a que se torne mais proeminente — e em certos casos, uma infeção. Além disso, aplicam um tratamento imediato na zona, numa estratégia habitualmente oposta a outros tratamentos que procuram secar a acne.
Tratam-se de pensos hidrocolóides, que “ajudam a absorver e reter o líquido de feridas e bolhas para ajudar a cicatrização”, anuncia uma marca, ao mesmo tempo que protegem de infeções e bactérias. A película húmida ajuda também a proteger e cuidar da pele.
Embora não sejam um tratamento eficaz para a acne, muito menos a longo prazo, são uma ferramenta útil no momento de atenuar os efeitos das borbulhas.
“São higiénicos, enquanto criam um escudo para a poluição e agentes irritativos. Usados nas borbulhas ajudam a acalmar a vermelhidão e irritação, à medida que ajudam a pele a reparar”, refere uma especialista em tratamentos faciais à “Harper’s Bazaar”.
Lançados inicialmente em 2017, o novo produto evoluiu para algo colorido e divertido, entre formas, cores e efeitos que os levaram a estrelas das redes sociais. Até celebridades como Willow Smith, Nicola Beckham and Florence Pugh aderiram, transformando o hábito numa tendência imparável.
Segundo o responsável de uma das marcas mais vendidas, não só se tornaram em acessórios cool, mas também servem como cromos para troca pelos miúdos, confessa Kara Brothers ao “The Washington Post”. E o jornal norte-americano recorda que embora pareça nova, esta é uma moda com pelo menos mais de 400 anos.
Pequenos pedaços de seda na forma de estrelas, luas e diamantes eram usados na Europa do século XVII na face das crianças de famílias ricas, normalmente para esconder problemas de pele e cicatrizes deixadas por doenças como a varicela ou a sífilis. “Eventualmente tornaram-se populares e podiam ter diversos significados, como ‘estou casado’ ou ‘não estou casado’”, refere Susan Stewart, autora de um livro sobre o tema.
Em todo o caso, a tendência atual também levou a que estes adesivos possuam significados para lá da simples ocultação da acne. O custo destes pensos — que chegam a custar 17€ por uma embalagem de 32, o equivalente a 0,5€ por cada um — leva a que muitos os usem regularmente, em grande número, como símbolo de ostentação.