A vida não está nada fácil para os lojistas que trabalham no Centro Comercial Stop, no Porto. Apanhados de surpresa, foi-lhes dito pela autarquia, no início de setembro, que tinham 10 dias para abandonar legalmente o espaço.
Os proprietários avançaram com uma providência cautelar para contestar a decisão da Câmara Municipal do Porto de encerrar o edifício e parece que o shopping vai continuar a funcionar por tempo indeterminado, confirmou a autarquia esta sexta-feira, 22 de setembro.
As notificações enviadas aos arrendatários, proprietários e administração do condomínio de que têm de desocupar o espaço nos próximos dias deixam assim de ser efeito, avança o jornal “Público”. A providência cautelar prolonga “por agora, a estadia de quem arrenda as mais de uma centena de frações do edifício”.
A decisão de encerrar o espaço foi tomada após uma inspeção da Proteção Civil, que apontou uma grave falta de segurança no local. Em julho, a Câmara Municipal já tinha pedido à Polícia que selasse os estabelecimentos devido à falta de licença de utilização para o seu funcionamento, iniciando uma série de protestos.
Há mais de 20 anos que o antigo shopping funciona como um espaço cultural, onde diversas lojas são usadas por músicos e bandas para gravar e ensaiar. Ao todo, mais de 500 artistas ficaram “sem ter para onde ir” e dezenas de lojistas que lá trabalhavam foram surpreendidos pela saída forçada imposta por questões de segurança.
Nos últimos meses, vários artistas da cidade têm apelado à manutenção das frações no centro comercial. Porém, a administração do condomínio já admitiu que não tem dinheiro suficiente para concretizar as obras necessárias.
Este é um processo que se tem arrastado há mais de uma década, segundo a Câmara Municipal do Porto. Em novembro do ano passado, já tinha lançado um aviso de que o shopping não tinha condições para se manter ativo.