A pandemia trouxe uma série de problemas que já todos conhecemos e dos quais estamos fartos de falar. Ainda assim teve outros pontos positivos. Por exemplo, as pessoas ficaram com mais tempo para aprender coisas novas ou pensar em ideias que até ao momento tinham ficado de lado. Foi o que aconteceu com a Angurä.
Esta marca de roupa e acessórios começou a ser pensada quando os seus criadores, Carlos Chaves e Filipe Ala, ficaram em teletrabalho e passaram a ter mas tempo livre para se focarem nos projetos pessoais. O casal transmontano de 26 e 28 anos, respetivamente, vive no Porto há cerca de seis anos e aproveitou a oportunidade para começar um projeto próprio.
“Começámos a pensar no que fazer e decidimos criar uma loja online de moda, até porque está dentro da nossa área profissional, que atualmente é de marketing digital e e-commerce”, explica Carlos Chaves à New in Porto.
Ficou desde logo decidido que queriam algo que fosse consciente e sustentável e que estivesse ligado a causas sociais e ambientais, até porque são temas com os quais ambos os criadores se identificam. Procuraram os fornecedores adequados e, embora as peças venham do Bangladesh e apenas a finalização das peças — como a colocação das etiquetas, os bordados ou estampagens — seja feita em Portugal, tudo na marca está certificado.
As fábricas com as quais trabalham têm certificado GOTS para um mínimo de 95 por cento de fibras orgânicas, garantem as condições e direitos dos trabalhadores, praticam um comércio justo e têm também a certificação da PETA para garantir que durante todo o processo não são feitos testes em animais.
A partir daí, começaram a pensar nas coleções que queriam criar e nas causas que queriam apoiar. “Somos sensibilizados por várias temáticas e tínhamos que ter uma ligação emocional nas nossas peças”, explica Carlos.
Assim, a marca que foi lançada oficialmente em outubro de 2021 apresentou a mais recente das coleções — aquela que é dedicada à saúde mental — em janeiro. Antes disso, já tinham lançado as outras quatro, ligadas à preservação dos animais em vias de extinção, ao apoio à causa LGBT, ao combate à fome e à ajuda a jovens com cancro.
“Somos apaixonados pela natureza e por ajudar o próximo e, por isso, a nossa marca tinha que refletir isso. O nosso lema é mesmo vestir com um propósito, ter orgulho naquilo em que acreditamos e não apenas pela moda.”
Para sublinhar esse conceito, os responsáveis fazem ainda questão de plantar uma árvore por cada peça vendida, até porque defendem que por detrás de cada peça existe uma história. Para todas as causas têm já parcerias com associações, tanto nacionais como estrangeiras, mas admitem ir fazendo novas parcerias para dessa forma ajudar mais instituições, mesmo que apoiem as mesmas causas.
Para quem está curioso com o nome, Angurä foi uma escolha trabalhada e que obrigou a dupla a pensar em gostos que os uniam. Pensaram nos gatos e em como se identificavam com a raça angorá, a quem atribuem características como o espírito aventureiro e uma personalidade independente. A trema — os dois pontos por cima do último a — acabou por surgir para simbolizar os dois fundadores.
Na loja online da Angurä poderá encontrar peças como T-shirts, sweatshirts e bonés, com preços que variam entre os 22€ e os 45€. Por enquanto, é apenas no site da marca que pode comprar os seus produtos, mas os planos para o futuro passam por tentar estar presentes em alguns mercadinhos e em lojas físicas, embora uma loja própria não esteja, de momento, nos planos.
A dupla, que ainda mantém os seus empregos iniciais, pondera fazer um novo lançamento para o verão, talvez relacionado com a causa LGBT. Mas ainda são ideias a desenvolver.
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