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Artigos da Temu e Shein ficam mais caros. União Europeia quer taxa fixa para pequenas encomendas

Os envios do mercado chinês terão uma tarifa mínima de dois euros. Os retalhistas queixam-se da concorrência desleal.
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Depois dos Estados Unidos, a União Europeia anunciou esta terça-feira, 20 de maio, que se prepara para impor tarifas sobre os milhões de encomendas que chegam da China. A taxa mínima, que será aplicada em marcas como a Shein ou a Temu, por exemplo, será de dois euros. 

A medida, que surge para dar resposta aos desafios do grande fluxo de artigos baratos que chegam à Europa, acaba com a isenção aduaneira das encomendas de valor inferior a 150 euros, muitas vezes importadas diretamente para os consumidores. No caso das que são enviadas para os armazéns da UE estão sujeitos a uma taxa mais baixa, de 50 cêntimos.

Entre as preocupações do Parlamento Europeu, destaca-se o facto de muitos destes artigos não serem seguros, serem contrafeitos ou potencialmente perigosos para os consumidores, afirmou o responsável pela pasta do Comércio, Maros Sefcovic, citado pelo jornal “Financial Times”.

Nos últimos anos, têm surgido queixas dos retalhistas europeus sobre “concorrência desleal das plataformas estrangeiras” que, afirmam, não cumprem as regras do mercado europeu. Esta questão exige respostas “para garantir que as normas são devidamente verificadas em relação aos produtos” enviados da China, acrescenta Sefcovic.

Em 2024, o mercado europeu recebeu mais de 4,6 mil milhões de encomendas, sendo que mais de 90 por cento veio da China e escapa “às regras de concorrência justa”, segundo a SIC. De acordo com as previsões da UE, este número tem tendência a aumentar. No caso da Temu e da Shein, têm mais de 75 milhões de utilizadores na Europa.

Esta decisão da União Europeia segue o exemplo dos Estados Unidos, que acabou com a isenção aduaneira em produtos até 705€, no início de maio. Estes artigos estão agora sujeitos a uma taxa de 54 por cento. 

Esta guerra de tarifas começou após as taxas alfandegárias impostas por Trump, aprovadas a 9 de abril. Na altura, o líder norte-americano impôs uma taxa de 145 por cento sobre todos os produtos provenientes da China, como parte de um regime tarifário global. A China respondeu com a aplicação de direitos aduaneiros de 125 por cento sobre as importações dos EUA.

O duelo levou a União Europeia  a propor a aplicação de uma taxa de apenas 25 por cento sobre vários produtos importados dos EUA, mas não inclui propostas ligadas à área da moda. A lista engloba, entre outros, ovos, fios dentários, aço, alumínio, salsichas, carne de aves e diamantes que venham dos Estados Unidos da América.

Após estas notícias, a Shein e a Temu, duas gigantes do comércio eletrónico, anunciaram a subida de preços dos seus artigos. “Devido a alterações recentes nas regras do comércio global e nas tarifas, os nossos custos operacionais aumentaram”, anunciaram as duas empresas, citadas pela SIC.

Leia o artigo da NiT sobre como as tarifas de Trump aumentaram a venda de artigos de luxo contrafeitos. Leia também a notícia sobre a realidade vivida nas fábricas da Shein.

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