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As peças “sustentáveis e animal-friendly” da Save The Duck têm nova morada no Porto

É a primeira loja da marca italiana no País. Além dos casacos e coletes coloridos, há uma variedade de calçado e acessórios.
Conheça a loja.

O nome já diz tudo. A famosa marca italiana Save The Duck é reconhecida na Europa — e no resto do mundo — por fabricar peças para todas as idades, com recurso a materiais sustentáveis e amigos não só do planeta, mas dos animais. Além dos famosos casacos e coletes coloridos, a marca aposta numa seleção de calçado, acessórios e até roupa de banho. Em Portugal, podia encontrar algumas das peças à venda em lojas multimarca, como era o caso do El Corte Inglés. Desde terça-feira passada, 15 de abril, a história é outra. Já pode comprar peças de roupa que salvam milhares de patos por ano, no coração da zona nobre de Boavista.

A Save The Duckfoi fundada em 2012 por Nicolas Bargi. Natural de Pisa, em Itália, o jovem começou a trabalhar desde muito cedo, influenciado pelo avó Foresto Bargi, fundador da famosa marca de vestuário italiano, Foresto. Apesar de se ter formado em Gestão e Administração na Universidade Católica de Milão, a ligação com o ramo do vestuário sempre esteve presente na sua vida. Foi isto e a sua preocupação com o meio ambiente que o levaram a fundar a sua própria marca.

“Na empresa do meu avó e posteriormente do meu pai, trabalhei em todos os cargos possíveis. De almoxarife à representante de vendas e até gestão de produtos, tornei-me especialista na forma como um produto deve ser vendido e onde. A empresa trabalhava inicialmente para terceiros e mais tarde começou a produzir linhas próprias. Perto dos anos 2000 abri uma fábrica na China para fazer o controlo de qualidade e gestão de amostras. Depois da crise de 2008 e 2011, foi necessário reestruturar a empresa familiar, levando-me a fundar em 2012 a Save The Duck”, recorda o empresário de 55 anos.

E acrescenta: “Na altura, os casacos com penas da Igloo estavam a ser um fenómeno, sobretudo no Meio Oriente. Depois de analisar os hábitos de consumo nacional (em Itália) apercebi-me que a tendência se focava nos casacos com pena, algo que acabámos por usar pelo menos durante oito meses do ano. Só que não queria limitar-me a produzir mais um casaco com penas. A minha ideia era criar algo diferente, que fosse também uma alternativa consciente para todas aquelas pessoas que, como eu, se preocupam com a saúde do nosso planeta e dos nossos animais. É um produto que, em suma, reflete a minha forma de pensar“, admite.

E assim foi. A Save The Duck estabeleceu-se como uma marca de vestuário e lifestyle 100 por cento livre de produtos de origem animal, ou seja, garante que não utilizar couro, peles ou quaisquer matérias-primas de origem animal. Desde 2019 a marca é uma B Corp, pertencendo a um grupo de empresas que lidera um movimento global e que cumpre “elevados padrões” de impacto social e ambiental.

Pronto para fazer parte da comunidade “Ducker”?

É precisamente por tudo isto que o logotipo da marca é um pato a assobiar com um ar, digamos, despreocupado — porque foi “salvo”. A empresa estima que, durante os seus 12 anos de atividade, tenha ajudado a evitar práticas cruéis de depenagem em mais de 40 milhões de patos. Apesar do seu impacto no ramo da moda consciente, o fundador afirma que ainda há um “longo caminho por percorrer”.

“Quando a Save The Duck nasceu, éramos quase os únicos a produzir peças 100 por cento livres de produtos de origem animal. Infelizmente, a indústria da moda só compreendeu tarde a importância da sustentabilidade, até do ponto de vista comercial. Nos últimos anos, tem havido um crescimento importante e uma maior consciencialização por parte de muitas entidades, mas ainda há um longo caminho a percorrer. Há consciência mas não é suficiente. Já não basta oferecer peças ‘na moda’, pois sobretudo os jovens da Geração Z, sáo extremamente sensíveis às questões da sustentabilidade. Trata-se de um factor cultural na educação”, defende.

Na altura, o jovem acabou por escolher a China como local para o fabrico das peças da marca pela relação qualidade-preço “imbatível”. Apesar de existirem processos que são feitos em Itália — como acontece com o design —, Nicolas garante que todas as fábricas com as quais trabalha na China “são certificadas e não há risco de exploração ou desrespeito aos direitos humanos”.

As peças da Save The Duck, sobretudo os icónicos casacos, evitam o enchimento com penas. Em alternativa, é usado PET, um resíduo de petróleo que é obtido de duas formas. O “PET virgem”, que é usado como elemento principal de enchimento, e o PET, obtido a partir da reciclagem de garrafas de plástico. A marca tem vindo a apostar mais na segunda opção, mas admite que se trata de um processo em andamento. Outros tecidos são de origem vegetal, como bambu, palmeiras e cascas de banana, sendo uma “reciclagem verdadeiramente sustentável”.

Portugal já fazia parte do plano de expansão comercial da marca, que ambicionava ter um espaço próprio onde os clientes conseguissem conhecer e identificar-se a 100 por cento com a filosofia da etiqueta.

“Este País era o mercado perfeito devido ao seu ambiente preservado e as paisagens envolventes que permitem muitas atividades ao ar livre. A forte ligação entre o homem e a natureza, levou-nos a aceitar esta proposta da Just Fashion, o nosso parceiro de retalho local, para abrirmos a nossa primeira loja”, admite o fundador.

Tal como acontece em todas as lojas da Save The Duck, o espaço no Porto tem os elementos distintivos da marca, tornando-o impactante logo à primeira vista. O laranja e o preto dominam a paleta de cores, juntamente como logotipo do pato e a madeira de bambu. O uso deste material mais sustentável deve-se ao seu rápido crescimento, que leva a um uso mínimo de água e pesticidas.

A loja tem dois andares, com uma montra de altura total que assegura a visibilidade das novas coleções da marca, que são renovadas de acordo às estações e os materiais utilizados. Para quem já conhece a marca, esta nova morada é uma oportunidade para explorar novos estilos e escolher a sua peça icónica favorita. Para quem não conhece a Save The Duck, é o convite certo para se sentir desde logo atraído pelas cores vibrantes das peças — e pelo grande pato laranja à porta. 

Os preços das peças da marca começam nos 29€ e podem chegar aos 300€. Carregue na galeria para conhecer algumas das propostas.

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FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    R. Pedro Homem de Melo, 266
    4150-598 Lordelo do Ouro
  • HORÁRIO
  • Segunda-feira a sábado das 10h às 19h

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