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Moda para todos: as carteiras desta nova marca não têm género

Viral aposta num conceito de integração e em modelos intemporais de produção nacional.
Fotografias de Viral.

Para levar o porta-moedas, as chaves e o telemóvel, para acrescentar mais alguns detalhes, para transportar o computador e os livros ou para carregar a casa às costas — ou ao ombro —, as carteiras são um dos acessórios mais usados quando saímos de casa. São usadas, na sua maioria, por mulheres, mas também há homens que não saem sem elas e são peças para qualquer género ou identidade. Ou pelo menos deveriam ser.

Este é o conceito da Viral, uma nova marca nacional de carteiras que apresentou a sua primeira coleção no Porto, a 1 de março. Embora se destaque pela qualidade das carteiras e pelo seu design intemporal, é sobretudo pelo conceito de ser uma marca para todos, inclusiva e que possa ser usada por qualquer género ou orientação sexual que quer distinguir-se.

A ideia partiu de Dalida de Freitas, uma luso-descendente de 47 anos que, embora tenha nascido em França, sempre se sentiu portuguesa e manteve o País no seu coração. O projeto em si começou durante a pandemia, mas para entender melhor todo o conceito é necessário olhar para a história completa.

“Somos três irmãos e eu sempre fui a mais portuguesa da família, sempre me dediquei mais a falar, sempre tive o coração em Portugal, talvez porque vivi três anos cá quando era adolescente”, começa por explicar a criadora à New in Porto.

Foi quando tinha 16 anos que os pais de Dalida regressaram a Portugal e teve que voltar com eles. Conheceu o marido e voltou para França três anos depois, mas o coração continuava por cá. Tanto que, embora goste do lado cultural francês, não resistiu a voltar para Portugal há cerca de cinco anos.

Depois de uma vida dedicada à medicina dentária na área dos recursos humanos, decidiu que queria fazer algo diferente e, sobretudo, ter mais contacto com pessoas e poder, de alguma forma, ajudá-las. Passou a trabalhar por conta própria e começou por experimentar a área das agências de viagens, para rapidamente perceber que passava os dias a resolver problemas dos outros. Esta situação levou-a ao passo seguinte: ajudar quem queria mudar-se para Portugal.

“Sou consultora e faço a instalação de franceses na parte fiscal ou administrativa, imobiliária”, define. Foi com esta tarefa que conseguiu regressar ao País e instalar-se em Guimarães, terra natal da família, mas também de onde nasceu a ideia para criar a Viral.

Quando no final de 2019 acompanhou uma dupla de criadoras de moda francesas ligadas à área das carteiras, acabou por voltar a apaixonar-se pela moda ao entrar nas fábricas. Tendo em conta que normalmente não encontrava uma carteira de que gostasse realmente, percebeu que o caminho podia ser por ali.

“Na pandemia, momento mais de introspeção, comecei a perceber a mudança radical da sociedade que com a pandemia acelerou muito.” Com dois filhos jovens adultos, começou a perceber através deles que as mudanças na sociedade levavam a que hoje em dia as identidades de cada um possam estar menos definidas e queria contribuir para que todos pudessem sentir-se compreendidos. “Todos têm direito de viver da forma que entenderem e não serem julgados por isso, liberdade para serem o que quiserem ser”, sublinha.

Foi com essas bases que decidiu criar a Viral, uma marca de carteiras com os tais modelos que se adequam aos gostos de Dalida mas que mantêm um estilo desprovido de género. Mais do que isso, a marca vive deste seu conceito de inclusão e dar espaço a todos para serem o que quiserem.

“Viral porque sou provocadora e isto foi durante a pandemia, mas também tinha o sentido de espalhar esta forma de ser tolerante e defendendo a liberdade individual de cada um.”

De todo este processo fazem parte os filhos, tanto no desenho do conceito como no próprio design da marca. Além deles, Dalida decidiu apostar numa equipa muito jovem, sobretudo porque quer contribuir para que tenham mais oportunidades.

Olhando mais em detalhe para as carteiras, são feitas numa fábrica do Grande Porto que também produz para outras marcas internacionais. Sendo uma marca de luxo e com qualidade, tem ainda um ponto interessante: cada peça é feita com um propósito, porque há alguém que vai comprá-la, ou seja, são fabricadas conforme as encomendas forem feitas.

A escolha do Porto como local ideal para a apresentação da marca ao público e também para a realização do seu vídeo promocional foi simples: o dinamismo da cidade. “É fresco, a cidade do Porto ajuda as pessoas a sentirem-se bem, dá-lhes energia. Há um equilíbrio entre os portugueses e os estrangeiros, ainda tem uma identidade muito forte”, diz.

Nesta primeira coleção pode então encontrar os modelos Bowie (650€), Bô (650€), Wild (690€) e Doc (790€). Todos eles são de tamanho médio a grande, minimalistas de estilo intemporal. Não vai encontrar modelos pequenos porque a responsável não gosta de carteiras pequenas e acredita que acabam por ser modelos mais ligados ao universo feminino.

Assim, para comprar a sua carteira Viral basta ir ao site da marca e realizar a compra. Depois, conte com um tempo de espera de três a quatro semanas, o necessário para fabricar cada uma das peças.

Carregue na galeria para descobrir mais detalhes sobre as carteiras da Viral.

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