O verão e os dias quentes estão sempre associados a peças em croché. São fáceis de combinar, seja para ir à praia ou numa saída de amigos, são confortáveis, frescas e a melhor parte é que é um tecido que não se amarrota. Alguns historiadores apontam para a existência deste material desde a pré-história, outros afirmam ter sido desenvolvido só no século XVI.
Porém, há quem defenda que o croché existia apenas para o vestuário masculino, sendo utilizado para a caça e pesca, acreditando-se que a técnica era feita apenas com os dedos. Seja qual for o caso, as redes sociais são, atualmente, uma montra de tendências e o croché é um dos tecidos que mais salta à vista, sobretudo nos dias mais quentes.
Carolina Marques admite a sua paixão por este material, não sendo ao acaso que está presente em muitos dos visuais diários que partilha nas redes sociais. Criadora de conteúdos, a jovem de 26 anos é formada em Fisioterapia e foi o ambiente pouco agradável no seu primeiro local de trabalho que a afastou da sua profissão.
“A minha primeira experiência profissional como fisioterapeuta não foi a melhor. Afetou-me psicologicamente, mudei muito como pessoa. Acabei por concluir que não era aquilo que queria. Cruzei-me com pessoas que foram cruciais para o meu crescimento. No entanto, percebi que não podemos ser felizes plenamente se não amarmos o que fazemos diariamente. Agradar aos outros não importa, se não conseguirmos ser felizes”, recorda a jovem natural do Porto.
Acabou por mudar de clínica e tentar dar uma segunda oportunidade à fisioterapia, mas tendo entrado num burnout, a situação era insustentável. Na altura, há pouco mais de dois anos, Carolina estava a concluir uma formação em Social Media. Acabou a formação e, apesar de ter a intenção de arranjar emprego numa agência de comunicação, resolveu investir na criação de conteúdos online.
“Se daqui a uns anos acabar a fazer outra coisa, está tudo certo. Mudo novamente. Já não tenho tanto medo da mudança”, salienta. “Nem sempre é fácil ter inspiração e criatividade num meio tão saturado, é mesmo um desafio. Além do Pinterest, inspiro-me muito em pessoas que considero grandes referências nesta área, como Mariana Machado, Joana Vaz, Bárbara e Bruna Corby, Adriana Silva ou Mariana Azevedo. São criadoras de conteúdos muito trabalhadoras e atingiram um patamar a que um dia ambiciono chegar também, por muito longínquo que pareça”, reforça.
A jovem conta com quase 15 mil seguidores no Instagram e os constantes elogios que recebia dos seus outfits levaram-na a cumprir um sonho que há muito estava guardado na gaveta: criar a sua própria marca. Foi aí que Carolina juntou o seu sonho ao talento da mãe, Maria José Mosqueiro, a responsável pela criação de todas as peças por detrás da Olive Collection.
Desde pequena que Maria teve um certo gosto pela costura, e apesar de aprender algumas técnicas com a avó, foi muito autodidata neste processo, tendo feito o primeiro vestido para a irmã com apenas 11 anos.
“A minha mãe aprendeu tudo sozinha, sobretudo a criar peças em croché. Começou por fazer panos para os móveis, toalhas e só há pouco mais de 20 anos é que começou a dedicar-se à confeção de roupas para as minhas irmãs. Sempre fui fã do croché e ia pedindo-lhe para fazer algumas peças que via no Pinterest ou nas lojas. Até as minhas amigas já têm peças feitas pela minha mãe há uns bons anos”, confessa.
De momento, Maria encontra-se reformada e, por isso, criar as peças para a Olive é uma forma de manter-se entretida com algo que gosta e a relaxa. Além de ser a concretização de um sonho, esconde ainda uma homenagem às raízes e à família.
“É um orgulho enorme dividir este projeto com a minha mãe. O nome Olive surgiu porque queria que o nome estivesse relacionado com a minha família materna, por ser um projeto em que a minha mãe está envolvida. A minha família é de uma aldeia de Mirandela e tenho uma estreita ligação com a região. Desde miúda, que me lembro das azeitonas e oliveiras dos meus avós e de trazer sempre o azeite produzido por eles. O meu avô tratava das oliveiras, então também é uma homenagem a ele, que já não se encontra entre nós”, acrescenta.
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A marca foi lançada no início do mês de julho e uma das peças que gerou uma autêntica revolução nas redes sociais foi o top “Harmony”, em estilo halter e com decote nas costas, podendo ser encomendado apenas numa cor ou até três tons. A inspiração para a criação da marca veio de uma saia comprida de renda, muito conhecida entre os seguidores de Carolina e que levantava questões sobre a sua origem.
“Sempre que publicava um post com um look que estivesse a usar a saia, imensas pessoas questionavam de que loja era a saia. Depois, até cheguei a receber pedidos para a minha mãe fazer e foi aí que decidi avançar com o lançamento da marca. Apesar de não estar à venda, podemos dizer que foi o pontapé de saída para criar a Olive”, admite.
Por enquanto, a saia ainda não se encontra à venda, mas poderá vir a estar disponível na coleção de inverno. De momento, pode encomendar outros modelos que vão desde colares, conjuntos de top e saia (que também podem ser encomendados por separado), dois modelos de biquínis e ainda uma mala.
Todas as peças são feitas à mão e podem ser encomendadas em qualquer cor, desde que a dupla garanta ser um croché com qualidade. Um dos bestsellers da marca, apesar de recente, é o top “Harmony”, que pode ser considerado um básico para a estação, e a saia “Kidness”, assinada por Maria e com pequenos pormenores de flores bordadas em croché.
Os preços variam entre os 15€ e os 80€, dependendo da complexidade e o tempo de confeção da peça que pode estender-se até às duas semanas. Apesar de ser um tecido utilizado maioritariamente no verão, mãe e filha estão a considerar confecionar uma coleção cápsula para o inverno, enquanto trabalham para a coleção do próximo verão.
Se ficou curioso, carregue na galeria para conhecer as peças em croché da Olive Collection que vão elevar o seu visual neste verão.
