A Banema é uma empresa que chega agora à terceira geração. Fundada em 1986, dedica-se desde sempre à venda e produção de madeiras e superfícies decorativas. Quem dá nota deste histórico é Inês Neves, que ainda não era nascida aquando da fundação — e que só há poucos meses entrou a bordo da empresa familiar.
Apesar de ter feito um percurso profissional afastado da área, acompanha a Banema desde pequena. Agora, dá a cara pela marca que desde 2016 deixou de trabalhar apenas para empresas e profissionais. É na loja instalada no Quarteirão das Artes, no Porto, que tudo se materializou.
“Sempre trabalhámos com a indústria do mobiliário, mas o que nos distingue é a introdução de produtos de valor acrescentado, mais dirigidos para a área da arquitetura e do design de interiores”, explica à NiT a gerente de 28 anos. “Enquanto a maioria dos concorrentes se focava em materiais baratos, nós especializámo-nos em marcas que ninguém tinha.”
Isso permitiu que muitos fabricantes nacionais passassem a ter acesso a materiais mais evoluídos, o que lhes “permitia competirem lá fora” e “fazerem peças semelhantes ao que se fazia em Itália e outros países”. Mas a partir de 2016, a visão alargou-se.
“Perguntámo-nos como é que poderíamos tornar este negócio mais sexy, mais virado para o consumidor. Nesse ano abrimos a Banema Studio.”
A loja com dois pisos instalou-se numa área prolífica em galerias de arte, ateliês e lojas de decoração. Quando perceberam que o edifício da icónica fachada da Padaria Independente estava disponível, não hesitaram.
“Levou-nos para perto do nosso target, num bairro com muitas galerias, coloca-nos perto do nosso ambiente”, afirma. O espaço divide-se em dois pisos e dois conceitos diferentes. Em baixo, o Studio, mais virado para a venda direta de peças de design; em cima, o Lab, local que serve de montra dos produtos que interessam a arquitetos e designers de interiores, mas também onde podem levar clientes para conhecerem todas as possibilidades.
“O Studio foca-se em tudo o que é mobiliário, iluminação, produtos de lifestyle, cosmética. Vendemos marcas internacionais mas também peças de artesãos portugueses, jovens designers e arquitetos.”
Entre as peças, predominam objetos oriundos de Japão, Itália e sobretudo dos países nórdicos. Do mobiliário da HAY, Ferm Living, Frama e VIPP, à iluminação minimalista de Davide Groppi, às cerâmicas da Círculo Ceramics ou fragrâncias e aromas da Apotheke Fragrance. Algumas são vendidas em exclusivo pela Banema.
Nas paredes, o ambiente vai sendo moldado por diversas obras e pinturas numa parceria com a Galeria Fernando Santos, uma das mais conhecidas do bairro. “Tentamos sempre que a nossa curadoria seja especial, que siga as tendências internacionais”, assinala.
Subindo as escadas, chega-se ao laboratório que “é uma espécie de biblioteca de materiais”, onde cabe tudo o que a marca-mãe vende. “Convidamos arquitetos e designers a virem cá com os seus clientes. Respondemos a todas as questões sobre materiais e damos aconselhamento detalhado sobre como tudo se aplica, quais as vantagens.”
A inclusão deste dois em um traz vantagens: muitos clientes da loja acabam por subir e conhecer a outra faceta da empresa; e vice-versa.
Em 2020, a expansão alargou-se a Lisboa, com a inauguração da nova loja na capital, onde já tinham muitos clientes. O espaço inclui também um Studio e um Lab.
“Sentimos essa necessidade porque muitos dos nossos clientes lisboetas compravam online ou por telefone da loja do Porto. Fez-nos sentir que era necessário ter um espaço físico, onde também arquitetos e designers que são nossos clientes pudessem ver e mostrar todo o nosso portefólio.”
Para quem está longe de Lisboa e Porto, a Banema tem outra alternativa: uma loja online completamente funcional lançada antes da pandemia e que leva as peças de autor a qualquer canto do País.
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