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Sub Capital. Nova loja de roupa em segunda mão do Porto é “um closet intimista”

O espaço recebe novidades todos os dias, de vários estilos, décadas e marcas. Os fornecedores são sempre os clientes.
Abriu em janeiro.

O armário da mãe de Hugo Marinho sempre foi uma verdadeira caixa de surpresas. Há cabides repletos de peças, muitas novas, nunca usadas e com a respetiva etiqueta. “Estava sempre à espera da oportunidade certa para a vestir, mas nunca chegava”, recorda à NiT.

Mais tarde, em conversa com amigos, percebeu que não se tratava de um caso isolado. Ao aperceber-se da dificuldade que muitos amigos e familiares tinham em desfazer-se de artigos que não lhes faziam falta, o técnico de informática, de 29 anos, começou a aproveitar os tempos livres para destralhar o guarda-roupa de vários conhecidos.

Numa altura em que estava insatisfeito com o trabalho, Hugo sentiu que era a altura ideal para explorar esta paixão. No início, começou por fazer parte de algumas feiras de artigos em segunda mão e, à medida que o interesse das pessoas cresceu, decidiu abrir um negócio.

A Sub Capital, uma loja de roupa em segunda mão situada em Matosinhos, no Porto, abriu portas a 11 de janeiro. Trata-se de um espaço pequeno, com cerca de 17 metros quadrados, que recria “um closet intimista” numa zona onde, explica o fundador, ainda não existia uma oferta semelhante.

“O nosso fornecedor é o cliente”, destaca. Hugo compra todas as peças a particulares e faz uma triagem rigorosa para selecionar as que cumprem os critérios de qualidade. No final, oferece um valor ao proprietário, com base na atualidade, marca ou estado do artigo, e entra no stock.

“Diferenciamo-nos de outras lojas onde as pessoas deixam ficar a roupa e só recebem o valor se forem vendidas”, explica. “No nosso caso recebe logo em dinheiro o preço atribuído a cada uma das propostas.”

A oferta inclui todo o tipo de estilos e de marcas, com designs que vão das fast fashion mais conhecidas, como a Bershka, a nomes de referência, como Prada ou Louis Vuitton. “É para quem quer economizar e comprar algo barato, mas também para quem precisa de um vestido de festa.”

Neste momento, revela Hugo, a loja recebe cerca de 30 novidades por semana, sendo que há entradas todos os dias. “Ainda estamos com o stock bastante cheio e, com o aumento do público, o número de artigos disponíveis tem aumentado. Acreditamos que o catálogo vá continuar a crescer.”

A ideia para o nome do espaço já estava pensada há vários anos. “Tem a ver com o facto de ser uma segunda economia, ou seja, a economia circular”, refere, acrescentando que também remete para a localização no Porto, que acredita tratar-se de uma segunda capital do País.

Apesar da dimensão reduzida do ponto de venda, o técnico de informática idealizou o interior para ser moderno e descontraído. “Tem um conceito intimista, mas se a decoração for mais austera, a pessoa sente dificuldades em entrar”, refere. Para isso, trouxe vários quadros com pinturas modernas e espalhou luzes néon pelas paredes.

O próximo passo da Sub Capital passa pela abertura de uma loja online, prevista até ao final de fevereiro. O fundador quer oferecer “a possibilidade de comprar em segunda mão a todos os que não têm disponibilidade” para se deslocarem a Matosinhos ou, por outro lado, que possam ter acesso ao catálogo antes da primeira visita.

Além disso, prevê o lançamento de uma linha de upcycling com stock que não esteja em bom estado ou que faça parte de coleções mais antigas, evitando o desperdício. “Tudo o que fizermos será sempre para pôr os tecidos a circular novamente”, conclui.

Carregue na galeria para conhecer também algumas lojas de roupa em segunda mão na Grande Lisboa.

 

 

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