Nos últimos anos, o talento emergente tem surgido um pouco por toda a cidade. No que toca à promoção cultural, sobretudo nacional e local, o Coliseu Porto Ageas ganha especial destaque, servindo de palco não só para artistas de renome, mas também para as primeiras grandes estreias.
Pelo segundo ano consecutivo, a sala de espetáculos portuense atribuiu um prémio revelação para os artistas emergentes da cidade. No final de dezembro, a bailarina e coreógrafa Ana Isabel Castro recebeu a maior distinção na categoria Dança.
Natural da Póvoa de Varzim, a bailarina de 29 anos é licenciada pela Escola Superior de Dança, em Lisboa, e frequentou ainda o FAICC, Formação Avançada em Interpretação e Criação Coreográfica da Companhia Instável. Foi ainda bolseira ERASMUS no MUK, em Viena, onde trabalhou com nomes como Esther Balfe, Saju Hari e Georg Blaschke.
“A dança sempre foi algo que me trouxe muita felicidade. Quando era miúda, os meus pais repararam nesse gosto e investiram na minha formação como bailarina. Mais tarde, quando frequentava o curso, surgiu aquela vontade de formar-me também como coreógrafa, sobretudo pelo incentivo de muitas pessoas à minha volta para criar e inovar na dança”, começa por contar à New in Porto.
O percurso da artista começou desde muito jovem com dança clássica, sendo esta uma componente que está muito presente no seu trabalho e que serve de base para a criação de performances. Contudo, ao longo dos anos, começou a especializar-se em dança contemporânea, sendo este o estilo que a define há alguns anos.
“Em qualquer estilo de dança podemos encontrar liberdade para nos expressarmos. A dança clássica sempre será a minha paixão, mas a dança contemporânea dá-me mais versatilidade, não só como bailarina mas sobretudo como coreógrafa”, admite.
Destinado a jovens talentos ligados às artes circenses ou à dança, o Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas tem como missão promover talentos nestas áreas artísticas, que têm um forte impacto no panorama nacional, mas que nem sempre têm o devido reconhecimento. O prémio é atribuído não por uma candidatura prévia feita pelos intérpretes e demais artistas, mas antes por uma pré-seleção feita por um corpo de jurados, que escolhe nomes emergentes em ambas as áreas artísticas.
Na categoria Dança, o júri foi constituído por seis nomes relevantes nesta área artística: Ana Borralho, João Galante, Max Oliveira, Miguel Ramalho, Olga Roriz e Susana Otero. O objetivo é analisar o percurso de artistas até 30 anos, reconhecer o seu mérito e dar-lhes uma maior visibilidade do seu trabalho.
“É com muita felicidade que recebo este primeiro prémio, que acredito ser um incentivo e reconhecimento aos jovens criadores portugueses”, afirma Ana Isabel Castro. “Penso que fará com que o meu trabalho chegue a mais pessoas e, acima de tudo, reforça a vontade de continuar”.
Para Miguel Guedes, presidente do Coliseu, “elencar jovens artistas, premiando-os, surge como um desígnio do Coliseu. Nunca é demais reconhecer mérito”, sublinha, lembrando que o prémio, apesar de ser uma face mais visível do trabalho feito, é também “um corolário de tudo o que desenvolvemos ao longo do ano com tantos e tantos jovens das mais variadas artes e disciplinas que por aqui passam”.
Depois de, em 2022, o Prémio Jovens Artistas Coliseu Porto Ageas ter sido dedicado às artes circenses, o ano passado foi a vez de a distinção ser atribuída a uma artista da área da dança. O prémio é, então, de periodicidade anual e representa um valor monetário de cinco mil euros, abrangendo intérpretes, coreógrafos, cenógrafos, produtores, programadores, entre outros profissionais ligados as duas áreas. 2024 será novamente ano de escolher um jovem talento circense.

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