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Batalha prepara programa onde o cinema e a publicidade são um só

Inspirada no percurso do portuense Raul de Caldevilla, a iniciativa decorre de 16 de setembro até 11 de novembro.
O filme publicitário da escalada à Torre dos Clérigos estará em exibição.

Tudo começou em 1916 com um sonho moderno: Raul Caldevilla queria criar uma empresa que não só fosse uma agência de publicidade mas também uma produtora de sistema e uma litografia topo de gama. O portuense, considerado o criador do filme publicitário em Portugal, é a inspiração do novo programa especial do Batalha Centro de Cinema. De 16 de setembro, sábado, a 11 de novembro, chega uma iniciativa sobre publicidade e cinema a partir do percurso do fundador da Caldevilla Film.

O programa foi desenvolvido com o apoio da Cinemateca Portuguesa — Museu do Cinema, com curadoria de Eduardo Cintra Torres, Hugo Barreira e Pedro Leitão. Inclui três sessões de cinema, uma exposição e uma visita guiada. 

O ciclo intitulado “Publicidade e Cinema: de Caldevilla ao Cinema Novo” pretende mostrar a evolução da publicidade no País desde os seus primórdios até ao Cinema Novo. Caldevilla produziu filmes de ficção como “Os Faroleiros” (1922) e “As Pupilas do Senhor Reitor” (1924), de Maurice Mariaud, assim como diversos filmes de publicidade e propaganda como o célebre “Escalada à Torre dos Clérigos” 81917) que será apresentado na sessão de abertura, juntamente com o filme “O Cerco” (1979) de António da Cunha Telles, no sábado, 16 de setembro, pelas 17h15.

O programa tem como base o género das curtas documentais publicitárias, inovando na linguagem até à inserção publicitária em filmes de ficção. A 27 de outubro, sexta-feira, pelas 19h15, será apresentada uma sessão de filmes que exemplifica os diferentes géneros da publicidade no cinema do século XX, comentada pelos curadores, no sentido da sessão “De Caldevilla à Televisão”.

É a 11 de novembro, último dia do ciclo, que a publicidade e cinema de autor se cruzam pelas 17h15. Nesta tarde vão ser exibidas curta-metragens de Fernando Lopes, José Fonseca e Costa, António de Macedo, António da Cunha Telles e Francisco Castro.

Às sessões, junta-se a exposição “Cinema de Papel: A Caldevilla Film Resgatada”, patente até 26 de novembro, no Foyer 1. A mostra reúne jornais, revistas, relatórios, correspondência e publicidade que permite aceder, mesmo que de forma fragmentada, às ideias e aos métodos de criação e produção do portuense.

Por meio de memórias e testemunhos de papel, a exposição documental propõe uma perspetiva nova sobre a história da empresa Caldevilla Film, contextualizando e alargando a compreensão sobre a sua produção cinematográfica. 

No dia da abertura, 16 de setembro, pelas 16 horas, os curadores orientam uma visita guiada à exposição, com entrada livre. Os participantes poderão reservar o seu lugar através do email batalha.bilheteira@nullagoraporto.pt

Saiba que pode assistir ao programa sem problema, pois as estações de metro dos Aliados e do Bolhão ficam a escassos metros do recinto.

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