Formados oficialmente em 1984, em Cascais, os Delfins são uma das bandas portuguesas mais icónicas de sempre. Depois de terem esgotado a MEO Arena, em Lisboa, a 6 de abril deste ano, a banda ruma a norte para festejar 40 anos de música. Em entrevista à NiP, Fernando Cunha, guitarrista e voz dos Delfins, reflete sobre a passagem dos anos: “Continuamos a ter prazer em atuar e só faz sentido mantermo-nos nos palcos por este motivo, porque continuamos na memória coletiva das pessoas”, afirma o músico de 61 anos.
O tempo passou, mas a essência da banda é a mesma. Apesar da formação original ter sofrido algumas alterações, o espírito continua latente entre os músicos. Rui Fadigas, no baixo, Dora Fidalgo, na voz, Jorge Quadros, na bateria, Miguel Ângelo, na voz principal, Fernando Cunha, na guitarra e voz, e Luís Sampaio, nas teclas, prometem trazer ao Porto uma noite memorável.
“No concerto do Porto, vamos focar-nos essencialmente na sonoridade mais conhecida dos Delfins, entre 1987 e 2000. No fundo, é a essência da banda, com os êxitos que marcaram o ADN português”, adianta o músico, prometendo ainda que o concerto reservará surpresas para os fãs.
Entre elas, estão versões de canções conhecidas do grupo, que fazem parte do seu mais recente lançamento. No primeiro fim de semana de abril, o grupo apresentou o disco “A Nossa Vez”, com reinterpretações dos temas, por artistas convidados que vieram trazer uma nova inspiração nos integrantes dos Delfins.
“O convite para realizarmos este álbum partiu da Sony, de modo a fazermos um tributo aos Delfins. Sugerimos este título, ‘A Nossa Vez’, porque para além de ser o título de uma das nossas canções, representava a vez de darmos a oportunidade a músicos jovens, emergentes, de darem uma versão diferente e interessante a músicas que foram lançadas, mesmo antes de eles nascerem”, explica.
Capital da Bulgária, João Maria Ferreira (Benji Price), Xtinto, D’Alva, Beatriz Rosário, Domingues, André Amaro, Curt Davis, Gui Aly e Duque Província, foram alguns dos nomes convidados a traduzirem, para o seu estilo musical, êxitos como “Nasce Selvagem”, “Saber Amar”, “A Baía de Cascais”, “Num Sonho Teu”, “A Cor Azul”, “Aquele Inverno”, entre outras.
O músico não quis antecipar mais pormenores do que acontecerá no palco ou se haverá algum artista convidado, mas garantiu que será possível ouvir algumas reinterpretações dos seus clássicos. Quanto à dinâmica do concerto, o mesmo promete passar canção após canção, afastando-se de um registo melancólico.
“Vai ser um concerto para cantar do princípio ao fim. Estão previstas algumas diferenças no alinhamento apresentado em Lisboa. Vai ser uma viagem pelos nossos êxitos, as nossas canções favoritas, mas também por singles não tão óbvios e que, certamente, o público não está à espera. Apesar do Super Bock Arena ser mais reduzido que a MEO Arena, queremos manter um nível de produção surpreendente”, afirma.
Assim, o grupo promete, no próximo sábado, 21 de setembro, trazer ao Super Bock Arena uma festa de celebração com as canções mais aclamadas da banda, como “Sou Como um Rio”, “Baía de Cascais”, “Nasce Selvagem”, “A Cor Azul” ou “1 Lugar ao Sol”.
“Excedemos as nossas próprias expectativas. O Miguel Ângelo e eu tínhamos cerca de 15 e 17 anos quando começámos a tocar. Quisemos, de facto, fazer da música a nossa profissão, essa era a nossa prioridade, apesar de estudarmos e termos tirado cursos em áreas diferentes. A música tornou-nos parceiros num cenário pós 25 de Abril e conseguimos deixar uma marca na indústria, que ainda hoje se mantém viva”, recorda.
O último concerto da banda aconteceu a 31 de dezembro de 2009, em Cascais, vila de onde são naturais. Dez anos depois, em 2019, a Câmara Municipal de Cascais fez um convite irrecusável: um concerto de homenagem aos Delfins com a Orquestra Sinfónica. O regresso deveria ter acontecido em 2020, quando foram convidados para o festival Rock in Rio, apresentação que foi adiada por causa da pandemia, até 2022.
Desde então, têm surgido vários convites para estarem presentes nas salas e festivais espalhados por todo o País. O concerto na MEO Arena, na capital, representou um marco importante para a banda, já que foi a sua estreia no local e acabou por esgotar.
“Passados todos estes anos, é impressionante ouvir na rádio alguns dos nossos êxitos e apercebermo-nos que não só vemos pessoas da nossa geração nos concertos, mas um público mais jovem. A nossa música foi prevalecendo ao longo do tempo, porque foi sendo passada para filhos e netos, seja pelas suas letras, que têm atualidade e fazem sentido para os mais novos, que se revêem nelas”, conclui.
Depois de passar pelo Porto, a banda celebra o 40.º aniversário no Multiusos de Guimarães, a 21 de dezembro, sábado. Ainda há bilhetes à venda online para o espetáculo do Porto. Os preços variam entre os 20€ e os 65€. A estação de metro dos Aliados fica próxima do Super Bock Arena.
Carregue na galeria para espreitar o concerto dos Delfins na MEO Arena e saber o que esperar nos concertos em Porto e Guimarães.