“Por Onde Andam os Nossos Contadores de Histórias?”, assim se intitula o programa temático que marcará a décima edição do Porto/Post/Doc. Das gerações perdidas na guerra em Beirute revisitadas no tríptico poético e de rasgo jornalístico de Jocelyne Saab, às histórias de autores visionários que tiveram de emigrar para encontrar o seu lugar como artistas underground, vêm aí oito propostas para cruzar culturas da Ásia à América.
O festival junta oito filmes que deixam um convite para a redescoberta de figuras centrais na realização e representação, unida pela vontade de fazer das salas de cinema um ponto de reflexão sobre as questões artísticas, culturais e políticas que, inevitavelmente, marcam a temporalidade e existência destes filmes, que vão desde o documentário até à ficção.
Documentários sobre Nam June Paik e Jonas Mekas, do road movie “Candy Mountain”, uma ficção de Robert Frank que congrega atores como Joe Strummer e Tom Waits, à descoberta de um universo multifacetado, do escritor japonês Yukio Mishima, passando por “Radical Dreamer”, um olhar íntimo e cúmplice que atravessa a carreira de um dos autores e pensadores de cinema mais complexos do nosso tempo, Werner Herzog, são algumas das escolhas para uma análise das diferentes formas de contar uma história.
Ao todo, os filmes escolhidos são “Beyrouth, ma ville” de Jocelyne Saab, com uma duração de 37 minutos. “Lettre de Beyrouth”, da mesma autoria e com uma duração de 52 minutos e, também “Beyrouth, jamais plus”, de 35 minutos. O filme de Rudy Wurlitzer e Robert Frank, “Candy Mountain” também será apresentado, com uma duração de 103 minutos.
“Fragments of Paradise”, de K.D. Davison, com uma duração de 98 minutos também está em exibição, assim como o filme “Mishima: A Life In Four Chapters” de Paul Schrader, com 120 minutos de duração. “Nam June Paik: Moon is the Oldest TV”, de Amanda Kim, com uma duração de 107 minutos também estará em exibição, e por fim, “Werner Herzog: Radical Dreamer” de Thomas Von Steinaecker, de 102 minutos.
A partir da sala de cinema e destes filmes, o Porto/Post/Doc deixa um desafio ao público: reconstruir a sua relação com o outro, com o cinema e com as instituições, através de um diálogo partilhado entre o individual e coletivo, num contraponto com um tempo que se debate com a cultura de fake news e de histórias que ficam por contar.
Além do programa de filmes, a edição do festival deste ano inclui um ciclo de conversas, Fórum do Real e o Critics Labs, um programa de mentoria para críticos e escritores de cinema, que tem como objetivo apoiar o desenvolvimento de uma nova geração de críticos e autores emergentes ligados ao cinema.
O Porto/Post/Doc: Film & Media Festival conta com programas temáticos, secções retrospetivas de nomes maiores do cinema mundial, assim como diversos espaços de debate, oficinas, festas e eventos para a indústria cinematográfica. Ao longo das próximas semanas serão divulgadas mais informações sobre o programa.