O mês de janeiro no Teatro Municipal do Porto (TMP) terminou com a comemoração dos 93 anos do Rivoli, que trouxe à cidade mais de três dias de festa com entrada gratuita. Para fevereiro, esta entidade que engloba os teatros Rivoli e Campo Alegre, apresenta uma programação com os olhos postos no futuro das artes performativas no concelho, no País e no mundo.
Entre os 25 espetáculos que vão passar por estes dois espaços culturais do Porto até junho, em fevereiro há uma grande estreia e o regresso de vários artistas e companhias de teatro aos palcos portuenses. A companhia catalã El Conde de Torrefiel regressa ao TMP com “La luz de um lago” esta sexta-feira e sábado, dias 7 e 8 de fevereiro.
O espetáculo será apresentado no Campo Alegre e é um convite à exploração da perceção visual e da procura de clareza numa sociedade “inundada” de estímulos. Em “La luz de um lago” (a luz de um lago, em português), o público mergulha no imaginário de um filme que se sustenta através do palco, da palavra e da presença.
“É uma peça sobre amor, trabalho e violência num mundo que colapsa visualmente entre miragens e alucinações”, explica à NiP Drew Klein, diretor artístico do TMP, acrescentando: “É nesta abundância de possibilidades destes diversos espetáculos que vemos um reflexo da própria vida”.
O espetáculo é falado em castelhano mas terá legendas em português e inglês. É composto ainda por paredes cenográficas, teto projetado, vozes off e uma composição sonora imersiva, resultando numa estética “abstrata e sofisticada”, em parceria com o coletivo La Cuarta Piel.
No Rivoli, de 13 a 15 de fevereiro, quinta-feira a sábado, “Dois Ratos” de Joana Estrela & Nicolau trazem sessões para escolas e famílias. Trata-se da visita do rato do campo à prima na cidade e de todas as aventuras vividas ao longo da viagem. É um espetáculo com uma história contada com desenhos, música e algumas minhocas.
O Campo Alegre também estará em alta no fim de semana de 14 e 15, sexta-feira e sábado, com a estreia de “O fim foi visto” de Teresa Coutinho. A partir de “Cassandra” de Christa Wolf, a dramaturga escreve esta peça cruzando pesquisa e ficção, elementos históricos e reflexões acerca de desfechos políticos futuros. Com o objetivo de refletir sobre o crescimento da extrema-direita na Europa, Teresa Coutinho cria uma fábula sobre o medo, a passividade e a repetição cíclica de mecanismos de opressão.
Na vertente musical, o Understage apresenta dia 21, sábado, o duo de guitarra e bateria Lobster, em coprodução com a Lovers & Lollypops. Em 2025, a dupla regressa aos palcos com o seu material mais recente.
Fevereiro traz o regresso de mais uma edição das Quintas de Leitura. A primeira sessão acontece a 27 sob o tema “E o poema cresce tomando tudo em seu regaço”. Será dedicada à arte de dizer, impulsionada por um verso de Herberto Hélder com Martins Sousa Tavares, Mafalda Gonçalves, Mazgani, Marco Figueiredo, entre outros.
O mês chega ao fim com a estreia nacional de “Skatepark”, de Mette Ingvartsen. No Rivoli, nos dias 29 e 1 de março (sexta-feira e sábado). Trata-se de uma coapresentação com a Culturgest. No palco, um grupo de skaters e intérpretes locais acompanham a coreógrafa dinamarquesa, que explora a velocidade e a energia do movimento sobre rodas. Mais do que um espetáculo harmonioso, “Skatepark” marca a emergência de uma comunidade definida pela persistência e pelo trabalho árduo no âmbito da prática contínua.
Os ingressos para os espetáculos da temporada 2025 já se encontram à venda online, bem como nas bilheteiras do Teatro Rivoli e do Teatro Campo Alegre. Os preços variam entre os 7€ e os 12€. O TMP aposta num acesso alargado à cultura, daí a oferta de sessões com preços acessíveis. Pessoas com necessidades específicas, maiores de 65 anos, em situação de desemprego e estudantes, têm 50 por cento de desconto.
Já que estamos a falar de cultura, carregue na galeria para espreitar as estreias e regressos de séries à televisão e ao streaming.