Com a chegada do outono, a programação do Museu do Porto faz-se de regressos. O retorno aos clássicos é o mote, que convida todos os portuenses a testemunharem o “regresso d’O Porto: uma caixa milagrosa carregada de tempo”. Músicas, exposições e conversas são algumas das mostras, que caracterizam esta rentrée cultural.
Até janeiro, no primeiro domingo de cada mês, a Casa do Infante recebe o inédito “Ciclo de Música Antiga”, que vem reforçar o compromisso deste museu portuense com a música erudita da na cidade. Pedro de Escobar, conhecido como “Pedro do Porto”, é um dos compositores em destaque, com concertos de entrada livre. Em paralelo, prossegue, semanalmente, o ciclo “Equinócios e Solstícios”.
Esta quarta-feira, 11 de outubro, é marcada pela celebração dos 75 anos de atividade alfarrabista de Nuno Canavez, na Biblioteca Municipal Almeida Garrett. O momento serve para prestar homenagem a uma figura incontornável da cultura portuense e reforça a importância dos livros para a identidade da mesma.
Por outro lado, a nova temporada do ciclo “Um Objeto e seus Discursos” acontece no Palácio de São João Novo e traz consigo uma conversa em torno dos clássicos. Dos viajantes castelinhos de granito de Nasonia, que da atual Rua dos Castelos em Ramalde, moram agora na Casa Tait, a essa biblioteca de bibliotecas que é a Biblioteca Pública Municipal, até à estátua das estátuas da cidade — “O Porto” — lugar e destino dos símbolos.
A 29 de outubro, é a última oportunidade de visitar a exposição “A Urgência da Cidade”, que celebra o centenário de Fernando Távora, debruçando-se sobre a memória do lugar, a simbólica da autodeterminação da cidade e a personalidade erudita do arquiteto. Ainda neste sentido, todas as sextas-feiras, até dia 20 outubro, há conversas sobre o pai da Escola do Porto na antiga Casa da Câmara.
Pelo Museu do Porto passará ainda uma vértebra da edição de 2023 da Porto Design Biennale. Com curadoria de Ivo Poças Martins, “Apanhar a Linha: Entre Terra e Água”, é inaugurado no Palacete dos Viscondes de Balsemão, a 21 de outubro.
Até ao final de novembro, a antiga Casa da Câmara receberá essa “caixa milagrosa carregada de tempo”, como lhe chamou o própio Fernando Távora, prepara-se para voltar a ser casa da estátua O Porto, da autoria do escultor João de Sousa Alão e do mestre pedreiro João da Silva. Trata-se de um talismã municipal que representa um guerreiro inspirado na figura do deus Marte e vem andando em permanente vaivém na cidade.
Ainda em novembro, antes de entrar numa fase de reabilitação integral, o Arqueossítio é reaberto ao público com visitas às ruínas históricas, lugar da mais longa sequência estratigráfica da ocupação humana no Porto.