Está aí a aguardada experiência imersiva “Quadros Vivos de Caravaggio”, depois de ter sido vista por mais de sete mil pessoas em Lisboa. Até ao próximo domingo, 18 de dezembro, as sessões decorrem na Igreja de Santo Ildefonso.
Encenada por Ricardo Barceló, esta experiência recria 21 obras do pintor italiano Caravaggio numa dramatização ao estilo “tableaux vivants”. Isto quer dizer que os atores recriam no palco os quadros do artista e, quando cada um está completo, ficam estáticos durante pouco mais de 30 segundos para que a imagem seja a de um quadro, embora vivo.
Desde que o espetáculo começa até que acaba, os atores estão sempre em palco, fazendo aí as trocas de roupa e de cenário ou adereços necessárias. A mudança entre um quadro e outro é, aliás, quase uma espécie de espetáculo dentro do espetáculo por mostrar como é feito todo o processo de preparação e rápida mudança entre uma e outra obra.
Para esta recriação foi necessário optar entre o rigor físico ou a emoção dos quadros. Embora haja um grande rigor físico, o encenador tentou passar a emoção de cada quadro com maior exatidão.
“O que me foi mais importante sempre foi contar esta história. Embora com saltos, há uma história bíblica que é aqui contada, os momentos são conhecidos de todos”, explica à New in Porto o encenador, Ricardo Barceló.
Beneficiando da arquitetura também barroca do local, o espetáculo é acompanhado por música. Neste caso, a obra escolhida foi a “Missa em Si menor”, de Bach. Houve ainda a preocupação de colocar estrategicamente a luz de forma a imitar a incidência retratada nos próprios quadros de Caravaggio.
Em palco, a ação teve que ser adaptada ao espaço um pouco mais reduzido da Igreja de Santo Ildefonso. Ainda assim, continua a contar com os cinco atores que compõem o elenco.
Com uma duração aproximada de uma hora, a entrada no espetáculo é gratuita, embora seja obrigatória a marcação de bilhete e a compra do catálogo da experiência (25€), onde se encontra informação sobre o pintor, esta encenação e os próprios atores.
Esta é uma obra que começou a ser apresentada ao público em 2019, em Lisboa. Esgotou várias sessões e agora quer também conquistar o público portuense, que terá ainda oportunidade de vê-la a 16 de dezembro às 21h30, em dose dupla a 17 de dezembro — às 17 horas e às 21h30 —, e a 18 de dezembro às 15 horas.
“Gostava que as pessoas viessem em massa porque acho que saímos daqui um bocadinho diferentes de como entrámos e isso é o que é importante na arte, que quando contemplamos aquilo nos transforme ligeiramente”, remata o encenador.