Não há sala cultural mais emblemática no norte do País do que o Coliseu portuense. No ano passado, a programação foi alargada, aberta ao público e adaptada às rotinas de todas as famílias locais. Para 2024 a programação pretende ir além das expetativas com 160 espetáculos já agendados.
O destaque da agenda deste ano celebra, como seria de esperar, os 50 anos do 25 de Abril. Além disso, até dezembro, vai haver concertos de todos os géneros, teatro, ópera, dança, comédia, espetáculos infanto-juvenis e o identitário Circo do Coliseu.
A programação própria da entidade foca-se, acima de tudo, nas produções nacionais líricas, nas parcerias com os festivais da cidade, desde o cinema ao teatro, passando pela dança e o circo. As datas dos espetáculos também não foram deixadas ao acaso, para celebrar acontecimentos incontornáveis como os 500 anos do nascimento de Luís de Camões.
A sala que recebeu Humberto Delgado em 1958, vários comícios opositores à ditadura e ainda o último concerto da carreira de Zeca Afonso, associa-se às comemorações da Revolução dos Cravos, com várias iniciativas ao longo do ano.
De resaltar os Mantras do Coliseu, que desde abril de 2023 tentam enriquecer a agenda da entidade com espetáculos que incluem “momentos de reflexão e discussão dos mais variados temas”. Em 2024, a iniciativa vai decorrer ao longo de três meses, de março até maio, para discutir os valores de abril. A 28 de março, o Coliseu associa-se à editora Zigurate, de Carlos Vaz Marques, para apresentar um encontro de escuta das canções da revolução e um debate sobre a situação política e cultural que antecedeu o 25 de Abril.
Já a 23 de abril, decorrerá um debate sobre os limites e a liberdade do humor. O painel será composto por alguns dos principais humoristas nacionais. Ainda inserido no programa dos Mantras, de 13 a 18 de maio, será convocado o pensamento à volta das migrações através de um ciclo de cinema, em parceria com o Porto/Post/Doc, reforçado por ciclos de conversas e debates.
Avançando até junho, no dia 10, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, assinalando os 500 anos do nascimento de Luís de Camões, o Coliseu propõe um debate sobre a importância de Luís Vaz de Camões e da sua obra, da língua portuguesa e das novas linguagens. Até lá, vão ser recolhidas, em parceria com Gonçalo M. Tavares, as gravações realizadas a cerca de mil cidadãos portuenses, a lerem 1.102 estrofes d’”Os Lusíadas”. Estas gravações dos 10 cantos d'”Os Lusíadas” serão espalhadas por 10 espaços da cidade do Porto, acessíveis através de códigos QR.
A ópera também estará em destaque na programação do Coliseu, esperando-se grandes estreias como, “O Barbeiro de Sevilha”, uma das mais populares do repertório ocidental. Este espetáculo centra a sua história em Fígaro, um barbeiro em Sevilha que conhece todas as histórias da cidade e que acaba por se intrometer nas vidas alheias: arranja casamentos, ouve confissões e espalha boatos.
Para levar a música clássica aos miúdos, regressa o ciclo “Concertos Promenade”. O conceito, iniciado em Portugal pelo Coliseu, foi recuperado em 2021 e decorre num domingo por mês, em ambiente descontraído. Miúdos e adultos podem descobrir as curiosidades à volta de diversas obras, acompanhados pelo musicólogo Jorge Castro Ribeiro e a designer multimédia, Sara Botelho.
Ainda a pensar nos miúdos, de 1 a 5 de abril terão lugar as Oficinas de Páscoa; e em julho e agosto, as Oficinas de Verão.
Colaborações com festivais portuenses como o DDD — Festival Dias Da Dança, IndieJúnior Porto, Trengo — Festival de Circo do Porto, O Meu Primeiro FITEI e o Festival Internacional de Teatro de Expansão Ibérica (FITEI) vão continuar ao rubro em 2024, com mostras de teatro, dança e música.
Além da programação própria, a agenda de acolhimentos é, para o Coliseu do Porto “fundamental para a diversidade e pluralidade programática”. O calendário será anunciado ao longo do ano, consoante a agenda dos artistas. No entanto, alguns dos nomes já confirmados são David Fonseca, Dillaz, Sara Correia, Luís Represas, Rodrigo Leão, Miguel Araújo, Joana Almeirante, Expensive Soul, Camané, João Paulo Esteves da Silva, Mário Laginha e Ricardo Ribeiro.
Quanto à apresentações internacionais, esperam-se no palco nomes como Jethro Tull, STOMP, Zezé di Camargo, Jorge Vercillo e Meute. Já no Salão Ático, continuam as propostas alternativas nas matinés de domingo. Mila Dores, Joana Espadinha, Os Senhores e Carlos Mendes são alguns dos concertos que não pode perder. De manhã, a programação no Salão Ático será dedicada aos espectadores mais novos.
Se ficou curioso, espreite a lista completa da programação para ficar à par dos espetáculos já confirmados. Pode comprar os respetivos bilhetes na loja online do Coliseu.
1 de março — Estreia da ópera “Madama Butterfly”.
23 e 24 de março — Concerto “Liberdade25” com Sérgio Godinho e os Assessores em palco.
24 de março — Concerto “…Até ao Mar” de Pulsat Percussion Group.
28 de março — Encontro de escuta das canções da revolução e debate sobre a situação política e cultural que antecedeu o 25 de Abril, promovido pela editora Zigurate.
28 de abril — Concerto “Canções da Liberdade” com A Garota Não.
29 de junho — Concerto evocativo dos 40 anos da última apresentação de Zeca Afonso.
5 de julho — Estreia da ópera “It’s Not Over Until The Soprano Dies”.
13 de novembro — Primeira edição do FIATO – Festival Internacional de Arte e Ópera do Porto, com a apresentação de “Maria da Fonte”.