Quando era miúdo, Luís Costa não jogava futebol com o pai. Acompanhava-o, sim, em feiras de antiguidades e de arte pelo mundo onde encontrava tesouros escondidos. “Desde que me conheço que estava com ele a ver autênticas obras de arte”, conta à NiT.
Os quadros e as esculturas continuaram a fazer parte da sua vida. Foi por isso que, no final de abril, decidiu inaugurar a Costa Art Gallery & Design, onde pode encontrar criações de grandes artistas mundiais e nacionais.
A ideia de abrir este projeto veio, também, do pai. “Estávamos a jantar e, à mesa, ele disse-me que devíamos abrir uma galeria para separarmos as águas”, recorda o jovem de 24 anos que se formou em Educação Física e Desporto, uma decisão que, na altura, lhe fez sentido. No entanto, com o passar dos anos, apercebeu-se que mais facilmente consegue viver “sem ser personal trainer, do que sem a arte”.
Embora seja natural de Vila Real, em Trás-os-Montes, é ao Porto que Luís Costa chamada de casa. “Tenho uma conexão enorme com a cidade”, começa por contar. “Desde novo que a minha família tem negócios e casa aqui. Fomos mudando de tipologia, mas sempre tivemos um pouco na região que nos diz muito.”
Naturalmente, o espaço teria de ficar na Invicta. Não foi, porém, para os lugares mais óbvios onde a arte não seria valorizada. Foi, sim, para a Rua Júlio Dinis, após ter “andado à caça” de um edifício durante cerca de seis meses.
Por ali passam milhares de pessoas todos os dias e tem, descreve Luís, uma “zona envolvente muito rica”, como os Jardins do Palácio de Cristal, a Rotunda da Boavista, o Mercado de Bom Sucesso e três hotéis a crescer nas proximidades neste preciso momento. “É sempre uma surpresa para as pessoas porque passam por aqui e entram na galeria. É tudo muito natural”, realça.
A Costa Art Gallery & Design é, ao mesmo tempo, “muito discreta”, visto que não existe, por enquanto, um grande foco nas redes sociais. As peças, por sua vez, são adquiridas maioritariamente a particulares e raramente em leilões. “São provenientes de pessoas que herdam as obras e que depois optam por vender. Há meio ano fizemos uma aquisição milionária”, revela.
Pela galeria vai encontrar arte moderna, contemporânea e antiga, com propostas dos séculos XVII, XVIII e XIX. “Há também muita pintura religiosa”, realça. Quanto aos artistas, fazem parte do espaço referências internacionais, mas principalmente nacionais.
Obras de Andy Warhol, Bordalo II, Armanda Passos, João Cutileiro, Francisco Simões, Manuel Cargaleiro, Júlio Resende e Paula Rego são apenas algumas das que pode ver por lá. “Também há uma parede reservada unicamente para artistas naturalistas e realistas, e para pintura antiga da escola neerlandesa, alemã ou inglesa.” No fundo, só vai encontrar “boa pintura”, garante.
“O nosso acervo foi criteriosamente escolhido de acordo com o nome e o legado que o artista deixou. Estamos a perder muitos nomes relevantes neste século e queremos preservar os seus trabalhos.”
Carregue na galeria para conhecer melhor o novo espaço de arte do Porto.
