Aos 19 anos, Stefano Matarazzo, natural do Brasil, teve a sua primeira ligação com os negócios de entretimento noturno quando um amigo próximo o convidou para promover eventos onde tocava. A partir desse momento, começou a trabalhar numa discoteca na sua cidade natal, Espírito Santo. Meses depois, rumou à capital com o DJ Tony Davino.
Da produção de bailarinos à criação da sua própria festa temática pop, Stefano foi ganhando experiência — e gosto — pela organização de eventos eletrónicos a solo, decidindo dedicar-se em exclusivo a este mundo. Em 2015, emigrou para Portugal e o seu percurso profissional esteve sempre ligado à animação noturna.
O empresário trabalhou em algumas discotecas entre 2015 e 2017, até que decidiu avançar com a criação da sua própria marca, Together, empresa dedicada à produção de eventos e festas temáticas. Ao projeto, juntou-se o seu parceiro e sócio, Mauro Maia. E foi assim que, em 2019, o casal de 30 anos abriu a Posh Club Lisboa.
“O nosso próprio envolvimento com a comunidade LGBTQIA+ é profundamente pessoal e, desde que começámos a trabalhar em eventos e discotecas, percebemos a necessidade de criar um espaço seguro e acolhedor para todos, especialmente para as pessoas desta comunidade”, começa por explicar o casal à NiP.
E acrescentam: “Consideramos extremamente importante que existam mais espaços inclusivos na cidade, onde as pessoas possam ser e celebrar quem realmente são. Na Posh Club, oferecemos um ambiente seguro e acolhedor, permitindo que todos se expressem livremente sem medo de discriminação. Além disso, é um local que ajuda a promover a aceitação e a compreensão, contribuindo para uma sociedade mais inclusiva e respeitosa”.
Depois do sucesso em Lisboa, o casal começou a produzir eventos no Porto, no Hard Club, e festas temáticas inspiradas em Beyoncé ou Taylor Swift. A aceitação destes eventos levaram Stefano e Mauro a abrirem uma sede no Porto. Desde a pandemia, que o projeto no norte começou a ganhar forma, no entanto, só no final de 2023 é que conseguiram adquirir o espaço atual.
O novo clube noturno do Porto abriu oficialmente a 29 de julho. A Posh assemelha-se, no conceito, à casa-mãe, de Lisboa. Por lá, não se organizam apenas eventos eletrónicos que facilmente encontra em outros locais da cidade, mas antes festas pop, funk e comerciais, mais do que uma vez por semana, diferenciando-se de muitos outros sítios.
“O conceito da Posh começou de forma bem diferente do que é hoje. Quando abrimos em Lisboa, seguimos o mesmo modelo da Together, focando-nos apenas em eventos eletrónicos. Depois de uma época de sucesso, o movimento começou a acalmar. Afinal, a competição com outros clubes de Lisboa era cerrada. Mudámos a nossa abordagem e começámos a introduzir eventos e festas temáticas. A primeira foi de música pop, com Beyoncé, Britney, Lady Gaga, funk brasileiro e até música portuguesa. É esta abordagem o que ainda hoje nos permite ser uma referência na cena noturna de Lisboa e agora, no Porto”, acrescentam.
Contudo, desde o início que o conceito da Posh passa por celebrar a icónica influência da música pop. Não é ao acaso que o seu nome seja uma homenagem à Posh Spice, das Spice Girls, uma referência que vem trazer um toque de glamour e estilo à marca.
Para quem já é cliente habitual, o local que hoje é casa da Posh não é estranho, pois já foi um local de liberação queer, no Pride Bar. Depois de cinco meses de obras, de maneira “a deixar o espaço o mais similar possível ao de Lisboa”, já pode soltar a sua “diva interior”, para deixar todo o suor nas festas de nicho, conhecer as drag queen e participar em todas as festas da Posh Porto.
A atmosfera do novo clube noturno combina sofisticação e dinamismo, aliada à experiência vibrante que querem oferecer. A entrada marca logo este carácter sofisticado, desenhada em tons de azul com quadros e molduras elegantes. Ao avançar, o corredor envolve-o em cores vibrantes como o roxo, destacando-se os ícones estampados nas paredes, as divas que marcam presença na Posh.
As primeiras portas vão levá-lo até à casa de banho, um dos tantos spots instagramáveis do local, com paredes e escadas iluminadas, as cores do arco-íris em néon e até espelhos. Já os bares do espaço são amplos, decorados com quadros das divas que por lá já passaram.
A discoteca está igualmente bem equipada, com um sistema de última geração de iluminação e efeitos especiais, além de um grande ecrã onde projetam episódios de “RuPaul’s Drag Race” para reforçar o espírito festivo e inclusivo.
Nesse sentido, a Posh Porto destaca-se pelos seus eventos temáticos diversificados, desde festas pop e funk a noites dedicadas à música eletrónica, sempre tentando trazer algo novo e exclusivo para os clientes habituais. O casal está sempre à procura das últimas tendências e atento às necessidades do público LGBTQIA+. “Não somos apenas uma discoteca, somos um espaço onde cada noite tem um conceito próprio, seja com cocktails inspirados em artistas, decoração imersiva ou performances ao vivo”, garantem.
Na agenda da Posh Porto há de tudo e para todos. A Festa do Semáforo é um dos maiores sucessos pelo seu conceito irreverente. Aqui, não precisa propriamente de um ananás invertido. É solteiro? Coloque a pulseira verde. Se o seu foco é dançar, mas não se importa de encontrar algum desconhecido, então coloque a pulseira amarela. Pelo contrário, se está mesmo fora do mercado, opte pela vermelha antes de entrar na pista.
Também não pode perder as Brat Party, onde se passa maioritariamente música da Charli XCX. Se é fã de Beyoncé, o Club Renaissance é a festa certa para si. Para os funkeiros, estão os Funk Rave e Funk College e para os mais actualizados nas tendências, há festas dedicadas às artistas Chappell Roan e Sabrina Carpenter, bem como a Taylor Swift ou, para os fãs que queiram matar saudades da boyband britânica, One Direction. As festas dedicadas a estes últimos costumam decorrer durante o dia, ao domingo, e são para maiores de 16 anos.
Por outro lado, uma das grandes missões da Posh é enaltecer as drag queens, por isso, em qualquer festa — sem importar a temática — a presença de performers locais e nacionais está sempre assegurada. A promessa do casal é tentar trazer ao País drag queens do panorama internacional, como a alemã Tessa Testicle e a francesa Soa de Muse, ambas concorrentes no “RuPaul’s Drag Race Global All Stars”.
Para o futuro, os três maiores momentos na Posh Porto prometem ser no Halloween, na Passagem de Ano e Carnaval, eventos que estão “ansiosíssimos por estrear no Porto”. As noites de liberação, com muita animação, música e dança na Posh Club Porto, acontecem às sextas-feiras, sábados e domingos, da meia-noite às seis da manhã. Se ficar cansado, pode encostar-se nos sofás à entrada para carregar energias, ou na sala de fumadores, onde também há sofás.
O acesso à Posh tem um custo de 10€ e dá direito a uma bebida ou 15€ para duas bebidas. Nas festas temáticas, as bebidas são inspiradas no artista em destaque. Pode comprar o acesso online. A estação de metro do Marquês fica próxima do novo clube noturno inclusivo do Porto.
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