cultura

Ornatos Violeta no MEO Marés Vivas: um concerto de amigos, com amigos e para amigos

A comemoração dos 25 anos de “O Monstro Precisa de Amigos” aconteceu este domingo, 21 de julho, com convidados especiais.
O rock tomou conta do Marés Vivas. Foto: Rui Bandeira / MEO Marés Vivas.

Corria o ano de 1991, quando Manel Cruz (voz), Nuno Prata (baixo), Pedro Miguel Gomes Cardoso (“Peixe”, guitarra), Kinörm (bateria) e Elísio Donas (teclados) se juntaram para formar os Ornatos Violeta, no Porto. Com apenas dois álbuns, a banda tornar-se-ia uma referência no rock alternativo português.

O primeiro álbum, “Cão!”, foi lançado seis anos após a formação da banda, em 1997, seguido por “O Monstro Precisa de Amigos”, em 1999. Após atingirem o auge nos últimos três anos da década de 90, a banda optou por se separar no final de 2000. Reuniram-se em 2001 para um concerto especial de aniversário na KEIMAS. Daí em diante, fizeram pausas e reencontros em datas especiais até 2019.

Este domingo, 21 de julho, os Ornatos Violeta voltaram a juntar-se para um concerto especial no MEO Marés Vivas. O alinhamento do espectáculo de comemoração dos 25 anos do álbum “O Monstro Precisa de Amigos”, contou com canções como “Ouvi Dizer”, “Chaga”, “Dia Mau” e “Fim da Canção” e vários convidados. Antes de subirem ao palco principal instalado no antigo Parque de Campismo da Madalena, a banda esteve à conversa com a NiT.

“O nosso maior objetivo neste concerto é proporcionar uma experiência diferente. Por isso, trouxemos vários convidados, como Samuel Úria, Ana Deus, Filipe Pinto e o Quarteto de Cordas Solistas da Casa da Música. Queríamos trazer muitos mais, mas várias questões conjunturais, como a falta de disponibilidade, entre outras, acabam por ditar que fossem estes os nossos convidados de honra. Tínhamos de aproveitar a oportunidade única de juntar o nosso público, nós, membros da banda e outros convidados num só espaço”, começam por contar à NiT.

Os ponteiros do relógio rondavam as 20 horas, quando o recinto se transformou num grandioso palco de rock, misturado com outras tendências musicais como ska ou jazz. O público, que aguardava ansiosamente o (re)encontro com o grupo portuense, acompanhou cada tema a só voz e a plenos pulmões. 

A relação de amizade entre os elementos do grupo sentiu-se no palco e envolveu tanto os convidados como os fãs. O espectáculo foi um momento de partilha onde os Ornatos refletiram sobre a sua jornada conjunta e evolução pessoal ao longo dos anos. O resultado ofereceu uma perspetiva diferente, mas bem-vinda, sobre as canções já tantas vezes tocadas. 

“Antes de sermos membros de uma banda, somos amigos. Em 2002 a solução mais fácil para nós foi acabar com o grupo. Desde então, crescemos. Tivemos e temos projetos pessoais dentro e fora da música e isso tornou mais fácil a decisão de voltarmos a tocar juntos. Além disso, os nossos discos tornaram-se quase de culto. Ao longo dos anos, há novas gerações a descobrir a ouvir as nossas canções. O regresso acabou por fazer sentido, sobretudo para comemorar as datas especiais”, admitem

“Em 1991, quando iniciamos a banda, não pensávamos chegar aqui. Vamos a continuar a fazer o nosso papel, enquanto nos continuarem a ouvir.” Durante o concerto de pouco mais de uma hora, tocaram, sobretudo, canções do segundo álbum. Os Ornatos Violeta vieram para ficar, pelo menos, como explicaram, enquanto existirem pessoas a ouvir a sua música. Quanto ao futuro, não sabem o que este lhes reserva. 

“O tempo é muito abstrato. Existe o nosso tempo mental e, neste momento, é como se estivéssemos a brincar com blocos LEGO. O resultado, em termos temporais, é algo que nos transcende. Temos vontade e disponibilidade para criar mais música e lançarmos um novo álbum. Nos ensaios para os espetáculos que temos feito, aproveitamos para escrever novas canções. Não adianta dizer o que vai ou não acontecer. Apenas queremos mantermo-nos genuínos, como temos sido até agora”, reforçam. 

Os Ornatos Violeta partilharam o palco principal do último dia do MEO Marés Vivas com outros talentos nacionais e internacionais como António Zambujo, Louis Tomlinson e Snow Patrol.

Confira o alinhamento completo do concerto dos Ornatos Violeta no festival.

— “Coisas”
— “Para nunca mais mentir”
— “Pará de olhar para mim”
— “Tanque”
— “Nuvem”
— “Dia Mau”
— “Deixa Morrer”
— “O.M.E.M.
— “Ouvi Dizer”
— “Notícias do fundo”
— “Chaga”
— “Fim da Canção”
— “Capitão Romance”

Carregue na galeria para (re)ver alguns dos melhores momentos dos Ornatos Violeta em palco.

ver galeria

MAIS HISTÓRIAS DO PORTO

AGENDA