Todos temos aquele amigo no grupo que teria sucesso se virasse artista. Porém, quando falamos em cantar num karaoke, em frente a um grande público, o cenário pode tornar-se bastante constrangedor. É preciso muita coragem — e vários copos a mais — para deixar o chuveiro e soltar a voz.
Joana, Pedro, Rodolfo e Vítor decidiram dar resposta a quem não se sente confortável em cantar em público, por serem estranhos — ou não terem uma voz afinada. Além disso, procuraram preencher uma lacuna existente no Porto.
“A maioria de nós também não se sente à vontade para cantar em público, mas ainda assim gostávamos de ter a experiência de cantar num karaoke. Os japoneses resolveram muito bem esta questão, criando as suas famosas karaoke boxes. O que nós fizemos foi pegar nesse conceito e adaptá-lo à realidade europeia, sobretudo a portuense”, começam por explicar os quatro amigos à NiP.
O grupo não poderia vir de áreas mais distintas das do entretenimento. Joana Duarte, 37, é formada em Comunicação; Pedro Pinto de Sá, 35, em Bioengenharia e Economia; Rodolfo Silva, 37, é formado em Informática e Computação e Vítor Marques, 39, é de Multimédia. Contudo, os quatro possuíam experiência no ramo empresarial e como clientes de bares de karaoke. Enquanto empreendedores, é a sua primeira aventura. No dia 5 de outubro, sábado, o grupo de amigos abriu oficialmente a Bokkusu Karaoke Box, num edifício dos anos 50, com todo o charme da época que o caracteriza.
A decoração do espaço é inspirada nos teatros da cidade, com alguns elementos modernos. Os corredores têm referências de música que se misturam com elementos luminosos e que evocam a temática do karaoke. Ao todo, o espaço conta com sete salas, com temáticas diferentes e pensadas para proporcionar “pequenos mundos para onde podemos escapar e cantar como se ninguém nos estivesse a ver”.
“Somos um conceito único na cidade. As pessoas podem alugar uma sala privada pelo período de tempo que lhes der jeito e, lá dentro, podem cantar à vontade, sem vergonha ou receito de serem ouvidas a desafinar ou a dançar de forma estranha”, reforçam.
Todas as salas têm mais de 80 mil músicas, em mais de 40 línguas. Este acervo é atualizado semanalmente, pelo que existirão sempre novidades. Cada sala tem um tema diferente, remetendo para outra época ou espaço. Na sala “Nostalgia”, pode reviver os melhores momentos do passado. Na “Casa da Avó”, pode regressar à infância e reviver os melhores momentos nesta típica casa da avó portuguesa.
Na “Disco Fever”, pode soltar a sua diva interior. Na sala “Sakura”, poderá cantar sob a luz suave das lanternas japonesas e sentir a energia da cultura nipónica. Há a sala dos “80’s”, com um ambiente vibrante com os hits que marcaram uma geração. Tem ainda a “Hall of fame”, onde pode tornar-se uma super estrela e ainda a sala de “Blues & Jazz”, para quem sempre sonhou ser o futuro Frank Sinatra.
O limite das salas vai de seis a 12 membros e os preços variam consoante o horário e capacidade das salas, podendo ir de 9€ a 15€ por pessoa, por uma hora e meia. Para grupos que excedam o limite das salas, também está disponível o aluguer exclusivo do piso superior, que inclui duas salas privadas de karaoke e uma área lounge com todas as comodidades, com preço sob consulta.
“Este é um espaço único na cidade, pensado por pessoas da cidade. Queremos oferecer uma alternativa aos tradicionais bares de karaoke, garantido mais conforto e a privacidade dos utilizadores. Queremos que as pessoas sintam que têm aqui uma segunda casa, onde podem cantar a plenos pulmões, sem o receio de serem ouvidas ou até mesmo julgadas. Acima de tudo, proporcionar momentos inesquecíveis e de união a todos aqueles que nos visitem”, defendem.
Os responsáveis apostaram igualmente num conceito diferente no que toca ao consumo de bebidas — em lata, principalmente —, para evitar o desperdício ao máximo. Por outro lado, os clientes têm à disposição bebidas a um preço mais acessível do que aquele que é normalmente praticado em outros estabelecimentos noturnos. A oferta é alargada e passa por cocktails, vinhos, cervejas, água e refrigerantes.
A equipa está a trabalhar num menu com petiscos, como aperitivos simples, práticos e acessíveis, que acompanhem as bebidas e permitam que os clientes reponham energia no meio das canções. A estação de metro do Bolhão fica próxima do novo karaoke box do Porto.
