Imagine que se encontra em África, algures numa ex-colónia portuguesa, na noite de 24 para 25 de Abril de 1974 onde, inesperadamente, acontece um encontro entre um africano e um caucasiano, ambos de fato militar. No meio do capim e divididos entre o medo do que o outro (supostamente o inimigo) lhe possa fazer e a imperiosa necessidade de cooperarem, até em defesa de algum ataque externo de feras, vão criando uma espécie de relação de empatia. Partilham uma cerveja, falam das saudades da família e do medo da morte.
Nesta estupefação que alimenta o medo um do outro, mas também a noção do absurdo da guerra, encontram um rádio que o caucasiano havia perdido. Quando o ligam dão conta do que se está a passar em Lisboa. No entusiasmo mútuo e por diferentes razões, abraçam-se, com tal intensidade que se torna difícil distinguir até onde vai.
“Noite de Solidão em Capim”, é a proposta para o grande e esperado regresso da Seiva Trupe em palco. Uma abordagem sem complexos à guerra colonial. O texto e encenação é de Castro Guedes, com as interpretações de Óscar Branco e Fernando André. O cenário sonoro estará a cargo do músico Fuse.
A peça revolucionário estreia no dia 7 de março no Porto, na Sala Estúdio Perpétuo Socorro, onde estará em cena até dia 27. Depois disso, inicia uma mini digressão por vários locais do País, como Santa Maria da Feira, Freamunde, Caldas da Rainha e Vila Praia de Âncora.
As sessões às quartas e quintas-feiras são às 19h30, às segundas e sextas-feiras é às 21 horas e aos sábados e domingos pelas 18 horas. Os bilhetes já se encontram à venda através do email info.reservas.st@nullgmail.com por 15€. A compra dos mesmos até este sábado dá-lhe 50 por cento de desconto. O espetáculo tem o apoio da DG Artes e da Comissão 50 Anos 25 de Abril.