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Teatro Rivoli celebra 93 anos com festa rija e entrada gratuita na próxima semana

Há uma grande estreia nacional, bem como DJ set ao vivo. Junte os amigos, a família, os miúdos e vá ao teatro.
É uma oportunidade que não pode perder.

Para muitos, janeiro é mês de recomeços e de abrandar o ritmo. Porém, isso não se reflete na agenda cultural do Porto que é tão eclética quanto animada. Prova disso é a grande festa que o Teatro Municipal do Porto (TMP) preparou para celebrar o 93.º aniversário do Rivoli, um dos seus dois pilares. De 23 a 26 de janeiro, quinta-feira a domingo, vai haver música ao vivo, estreias de espetáculos e não só. O melhor? É tudo à borla.

“O convite é para virar a casa do avesso, viajar ao ponto zero da humanidade e marchar sem parar. Ao som de um loop de teclado, de uma utópica composição de Monteverdi e de quase 300 hinos, o Rivoli convida para a festa”, revela a organização.

Os portuenses (e não só) poderão ver nos dias 24 e 25, em estreia nacional, “Madrigals”, de Benjamin Abel Meirhaeghe, onde o encenador dá vida aos “Madrigali guerrieri et amorosi” de Monteverdi, com uma “energia utópica”. É um espetáculo musical centrado no “ponto zero”, o ponto primordial que representa o fogo em torno do qual os primeiros humanos se reuniam, “o buraco negro cósmico onde o tempo e o espaço desaparecem”. Nesta peça, os intérpretes fundem-se uns nos outros, anulando as diferenças em momentos de trascendência próprios. 

Assim, o ponto zero simboliza a fusão da música clássica e contemporânea. É um jogo entre uma cenografia complexa e multifacetada, que depois se transforma no vazio total em palco.

Serão ainda apresentados, de 23 a 25, “Casio Tone Reprise”, reflexos da vida moderna por Silvia Reak & Sérgio Pelágio, para o público mais novo e as famílias. Já nos dias 25 e 26, chega o espetáculo duracional, das 15 às 21 horas, “The Complete National Anthems of the World”, de Carlos Azeredo Mesquita, onde se ouvem gravações a capella de hinos nacionais. 

No dia 25, a partir das 23 horas, o TMP Café será palco de um DJ set de Batida, projeto de Pedro Coqueñao, que tem criado e desenvolvido trabalho com música, dança, artes visuais e plásticas. O aniversário do Rivoli é de acesso gratuito, mediante levantamento de bilhete no dia das sessões, a partir das 10 horas, online ou na bilheteira do teatro. A estação de metro dos Aliados fica próxima do teatro.

“Madrigals” é uma das peças que poderá ver de forma gratuita.

Em 2025, o TMP mantém-se fiel às suas tradições, com olhos postos no futuro das artes performativas

Até junho, a décima temporada da entidade vai levar ao Rivoli e ao Campo Alegre 25 espetáculos, dos quais seis estreias absolutas e dez estreias nacionais. Pelos palcos vão passar nomes consagrados das artes internacionais, como Lucinda Childs e Anne Teresa de Keersmaeker, mas também há lugar para criadores nacionais emergentes, como é o caso de Mafalda Banquart e Marco Mendonça.

A instituição assume-se como um “espaço que está sempre a mudar”. E, segundo avança o diretor artístico, Drew Klein, “nos próximos seis meses, o TMP vai transformar-se num skatepark, num tribunal para um julgamento de bruxaria, num snack-bar sul-coreano, nas ruas de Buenos Aires e por aí fora”. Nesse sentido, a entidade artística do concelho quer ser um espaço onde se homenageia o tradicional, o familiar, mas também se espera pelo novo e inovador. 

Já em fevereiro, o Rivoli recebe, em estreia nacional, nos dias 7 e 8, sexta-feira e sábado, “La Luz de Un Lago”, da companhia catalã El Conde de Torrefiel. O espetáculo junta fragmentos de vida de personagens que vivem em lugares e tempos diferentes. Envolve amor, trabalho e violência, num mundo que colapsa visualmente entre miragens e alucinações.

O mesmo recebe, entre 6 e 8 de março, outra estreia absoluta. “Steal you for a moment” recupera uma colaboração antiga, que remonta ao início das carreiras da coreógrafa norte-americana, Meg Stuart, e o coreógrafo português, fundador e diretor artístico da EIRA, Francisco Camacho. O mês encerra com o regresso de Lucinda Childs Dance Company ao Rivoli, nos dias 28 e 29, para a estreia nacional de “Four New Works”. Trata-se do primeiro trabalho da bailarina e coreógrafa de 84 anos, na última década. 

Virando os holofotes para o Campo Alegre, nos dias 14 e 15, também sexta-feira e sábado, segue-se a estreia de “O Fim do Visto” de Teresa Coutinho. A dramaturga inspira-se na história de “Cassandra” de Christina Wolf, numa peça que mistura pesquisa e ficção, elementos históricos e reflexões sobre desfechos políticos futuros. Em fevereiro arranca ainda a primeira sessão das já habituais Quintas de Leitura. Acontece no dia 27, estando também marcadas sessões para 27 de março e 29 de maio.

De 28 de fevereiro a 1 de março, e pela primeira vez no Teatro Municipal do Porto, Mette Ingvartsen transformará o palco num autêntico parque de skate, em coapresentação com a Culturgest. Em “Skatepark”, a coreógrafa explora a velocidade e a energia do movimento sobre rodas.

Dias 21 e 22 de março, o Campo Alegre recebe a estreia de “ARUS FEMIA” de Zia Soares. A encenadora angolana inspirou-se nas mulheres guineenses para um espetáculo que apresenta cenários distópicos. 

A programação do Teatro Municipal do Porto envolve ainda o regresso de mais uma edição do DDD — Festival Dias de Dança, bem como o familiar ciclo Make Trouble. Há ainda lugar para workshops, masterclasses e espetáculos para famílias. Pode consultar toda a programação do TMP neste artigo da New in Porto.

Já que estamos a falar de cultura, carregue na galeria para conhecer as grandes estreias que chegaram esta semana às salas de cinema.

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