Democratizar o acesso ao cinema é o mote do Batalha Centro de Cinema. Em setembro há um novo projeto que traz uma sessão gratuita a todos os portuenses. “Contemporânea Film(e)” é um novo projeto da instituição cultural, que prevê a curadoria de filmes e vídeos.
Com esta iniciativa, o Batalha pretende explorar novas formas de curadoria e exibição, arte e teoria, filme e arte contemporânea. Para isso, serão convidados artistas visuais que usam nas suas práticas o filme, o vídeo e o cinema experimental, ou cuja produção se situa na fronteira entre arte contemporânea e cinema.
No próximo dia 15 de setembro, domingo, o Batalha Centro de Cinema apresenta, às 19h15, uma sessão de filmes com a curadoria de Gabriel Abrantes. A sessão programada pelo cineasta explora temas relacionados com classe, nacionalismo, revolução e protesto.
Serão apresentados os filmes “Mediums”, de Jamen N. Kienitz Wilkins, sobre um grupo de jurados reunidos no seu intervalo; “Le discours d’acceptation glorieux de Nicolas Chauvin”, de Benjamin Crotty, um monólogo de Nicolas Chauvin, soldado, trabalhador, veterano do Primeiro Exército da República Francesa, das Guerras Napoleónicas e pai do chauvinismo que leva o seu nome; “PVC Feces Rig Tour”, de Alan Resnick, em que o cineasta mostra o seu equipamento caseiro de fezes; e um segmento do clássico “If I had a Million” de Ernst Lubitsch.
A sessão contará com a presença do cineasta e a entrada é gratuita, mediante levantamento de bilhete no próprio dia, limitado a dois por pessoa.
Em setembro, as Matinés do Cineclube do Porto regressam ao Batalha
É uma das dinâmicas mais esperadas na agenda cultural dos portuenses. A iniciativa começou no domingo, 8 de setembro. Até outubro, às 11h15, vão ser exibidas obras de Orson Welles, Luis Buñuel, Jean Renoir e um filme realizado em conjunto por grandes mestres do cinema. As sessões decorrem sempre aos domingos.
A 22 de setembro, será exibido “F for Fake” (1973), de Orson Welles, onde o cineasta “examina” a linha ténue entre a verdade e a ilusão, a arte e a mentira. A história, que entrelaça diferentes narrativas, parte de Elmyr de Hory, um célebre falsificador de arte e, Clifford Irving, autor de uma falsa autobiografia de Howard Hughes, para expor falsificações e falsificadores — incluindo o próprio cineasta que, ao surgir como narrador e participante, adiciona camadas de ilusão ao filme.
No domingo, 6 de outubro, “Ensayo de um crimen” (1955), de Luis Buñuel, conta a história de Archibaldo de la Cruz, que acredita ser responsável pela morte de várias mulheres. Interrogado por um juiz, o homem revela os motivos pelos quais acha que deveria ser julgado. Descrito como um dos melhores filmes de Buñuel, destaca-se pelo sentido de humor mordaz.
Já a 27 de outubro, é apresentado “French Cancan” (1955), de Jean Renoir. Nesta comédia em Technicolor — protagonizada por Jean Gabin (e com uma breve participação de Edith Piaf) — Renoir conta a história da abertura do icónico Moulin Rouge. “French Cancan” é uma viagem frenética pelos cabarés e pela sociedade parisiense do século XIX.
Os bilhetes para as Matinés do Cineclube do Porto no Batalha Centro de Cinema custam 5€ (3,75€, se for bilhete de mobilidade reduzida). Podem ser adquiridos online ou na bilheteira do cinema. A estação de metro dos Aliados fica próxima do Batalha.