Quadros que preenchem de cor as paredes e nelas se transformam ao som da música, história e poesia que iluminam um campo de girassóis gigantes e até a possibilidade de ser pintor por instantes. É tudo isto e muito mais que vai poder ver na experiência imersiva “Living Van Gogh”, que ficará na Alfândega do Porto de 4 de maio até ao final do ano, sem uma data fixa ainda prevista para acabar.
A ideia da exposição foi dar ao público a oportunidade de ver com outro olhar as pinturas do artista, mergulhando no seu próprio interior. A New in Porto foi conhecer esta nova experiência criada pelo Atelier OCubo e conta-lhe o que pode encontrar — ou parte, porque não queremos que perca a magia da descoberta.
Este é o primeiro espetáculo totalmente imersivo dedicado a Vincent Van Gogh a chegar ao País, contando ainda com a estreia a nível europeu do “Immersive Van Gogh”, um trabalho do italiano Massimiliano Siccardi, que é considerado o maior espetáculo multimédia do mundo dedicado ao pintor. Entre os Estados Unidos da América e o Canadá, o espetáculo visual já percorreu 22 cidades e foi visto por mais de cinco milhões de pessoas.
Olhando para esta experiência que chega ao Porto, a magia começa nas Furnas da Alfândega do Porto, uma sala conhecida pelas suas abóbadas e cuja arquitetura é simultaneamente um desafio e um ponto extra de beleza para o espetáculo de video mapping. Na sala, 50 projetores distribuem por uma área de 1000 metros quadrados 90 milhões de pixéis de imagens em 360 graus e projetam 60.600 fotogramas de vídeo.
Ao todo, esta parte do espetáculo dura aproximadamente 30 minutos, ao longo dos quais os visitantes poderão ver mais de 150 obras do pintor serem apresentadas, enquanto têm liberdade para circular por toda a sala e ver a animação de diferentes ângulos. As imagens vão-se misturando e substituindo ao ritmo de uma banda sonora variada que vai desde a música clássica a canções de Édith Piaf.
“‘Living Van Gogh’ é uma exposição onde queremos que as pessoas sintam e vivam a pele, o trabalho, a vida, as emoções do pintor Vincent Van Gogh”, explica à New in Porto o produtor executivo da exposição, Edoardo Canessa.
Depois da parte imersiva, os visitantes são convidados a subir até à Sala da República, onde têm seis diferentes criações interativas à sua espera. Criadas pelo Atelier OCubo, estas instalações começam pela “Sinfonia dos Girassóis”, que apresenta um momento de reflexão através da projeção da performance de um ator que diz o poema “Última carta de Van Gogh a Théo”, de Al Berto. Neste espaço que recria um campo e onde nem os fardos de palha a servir de banco faltam, uma instalação luminosa faz bailar girassóis ao som da música como se Van Gogh fosse um maestro de luz.
“Tomámos a liberdade de fugir um pouco dos esquemas, de imaginar um Van Gogh diferente do que toda a gente retrata, imaginámos um Van Gogh a sonhar, feliz, e a acender os girassóis quase como se fosse um maestro diretor de orquestra. Imaginámos um Van Gogh que depois da morte reencontra a paz, depois de tanto sofrimento durante a vida, reencontra a paz e dança feliz no meio de um campo de girassóis”, explica o produtor.
Depois desta instalação chega a parte mais interativa da experiência. O público vai ter a oportunidade de pintar em telas digitais onde vão aparecendo um conjunto de 15 diferentes pinturas entre as mais famosas de Van Gogh. Há ainda um mini estúdio recriado onde é possível colocar um chapéu com velas, que se dizia que o pintor utilizava para trabalhar à noite, e fotografar ou ainda aproveitar para descobrir uma ilusão de ótica aplicada ao quadro “A Noite Estrelada”.
Ainda antes de ir embora, os visitantes são convidados a pintar um dos cinco mil quadradinhos que daqui a alguns meses completarão uma réplica de uma das obras mais famosas do artista. Para quem quiser levar para casa uma recordação mais realista da experiência, está disponível uma instalação onde através de técnicas de vídeo o visitante pode gravar uma mensagem com a sua imagem na cara de Van Gogh.
“É uma exposição completa, digamos assim, que nos leva a essa viagem sensorial pela vida do artista holandês”, conclui.
A experiência está pensada para todos os públicos, desde os mais conhecedores da obra do artista até àqueles que conhecem apenas o nome. A exposição pode ser visitada de terça-feira a domingo entre as 14 horas e as 18h30, com sessões a iniciar a cada 30 minutos. Os bilhetes custam entre 10€ e 14€, sendo que os miúdos até aos três anos não pagam.
Carregue na galeria para descobrir mais sobre a experiência imersiva “Living Van Gogh”.