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A grande rota para conhecer as serras (e o lado selvagem mas arrebatador) do Porto

Ao todo, são quase seis mil hectares por seis serras. Os pontos de partida ficam entre 15 a 29 minutos do centro do concelho.
Calce as sapatilhas e parta à descoberta.

O início do ano costuma ser sinónimo do estabelecimento de certos objetivos relacionados com um estilo de vida mais saudável. O objetivo: obter o tão desejado “body summer”. Se gostar de praticar exercício ao ar livre, a NiP tem um desafio para si: conhecer as Serras do Porto, através da GR62 (Grande Rota 62).

A Paisagem Protegida Regional Parque das Serras do Porto, integrada na Rede Nacional de Áreas Protegidas, convida a partir à descoberta dos seus cerca de seis mil hectares, abrangendo seis serras, Santa Justa, Pias, Castiçal, Santa Iria, Flores e Banjas, e dois vales ribeirinhos, Ferreira e Sousa. Esta área protegida apresenta um cariz marcadamente periurbano, constituindo um importante reduto da natureza na densa Área Metropolitana do Porto.

Por entre vales e cumeadas, vai deparar-se com paisagens arrebatadoras, quer do interior ou exterior do Parque, dado o efeito miradouro sobre a envolvente, que permite estender o nosso horizonte pelo Grande Porto, sendo possível ver o rio Douro e até o oceano Atlântico.

“A riqueza patrimonial desta área protegida é notável. Salienta-se a sua história geológica, que nos leva numa viagem até à Era Paleozoica, para falarmos de fósseis de seres marinhos, como as trilobites, e da formação do Anticlinal de Valongo, megaestrutura com cerca de 350 metros de altura, que esteve na origem destas serranias”, como explica o site oficial desta zona protegida.

Segundo o mesmo portal, a ocupação humana neste área remonta, pelo menos, ao tempo das mamoas e dos castros, mas foram os romanos que deixaram os vestígios “mais impressionantes”, como resultado da mineração de ouro. Nesse sentido, a ruralidade está ainda muito patente, sobretudo nos moinhos, mas também na apicultura e nas pastorícia, convivendo com importantes espécies de fauna e flora autóctones da região.

A Grande Rota integra cerca de 59 quilómetros, mas há ainda 17 pequenas rotas interligadas entre si, convidando a partir à descoberta das seis serras e dos dois vales fluviais que compõem esta paisagem. Dos 59 quilómetros da GR62, há três etapas que unem três pontos de entrada, em cada um dos municípios abrangidos, Gondomar, pelo Parque Ribeirinho de Covelo, Paredes, pelo parque da Senhora do Salto e, Valongo, pelo Parque da Cidade. Os traçados da Grande Rota e das Pequenas Rotas interligam-se entre si, de modo a disponibilizar ao caminhante uma efetiva rede de percursos, com inúmeras combinações possíveis.

Poderá conhecer vilas e aldeias escondidas do Grande Porto.

A rota está repleta de painéis interpretativos para melhorar a compreensão da paisagem, dos valores e das dinâmicas que compõem a identidade da região, de uma forma responsável. Pode ainda aproveitar para conhecer as aldeias à volta, a gastronomia local, bem como espaços interpretativos e de lazer.

Se for corajoso e decidir aceitar o desafio de aventurar-se pela Grande Rota, eis o que precisa saber. A primeira etapa estende-se por quase 14 quilómetros e demora cerca de quatro horas. Podem existir alguns desníveis e uma elevação mínima e máxima de 54 a 381 metros, respetivamente. O grau de dificuldade é médio e o percurso estende-se desde a Capela da Senhora do Salto, até Valongo.

A segunda etapa estende-se de Valongo até Covelo, num percurso de 18 quilómetros e meio, demorando cerca de cinco horas e meia. Tem bastante mais desnível que a etapa anterior, mas a elevação é menor, indo dos 17 aos 371 metros de altura. O grau de dificuldade é difícil, bem como a terceira e última etapa que vai desde Covelo e regressa à Capela da Senhora do Salto. Ao todo são 26 quilómetros e demora cerca de sete horas. Tem menos desníveis que os percursos anteriores.

Se preferir aventurar-se entre as Pequenas Rotas, que demoram entre uma a duas horas a serem percorridas, elas são: o Trilho de Belói, o Trilho das Minas de Antimónio e Ouro, o Trilho do Castiçal e o Trilho da Carqueja. Isto se estiver por Gondomar.

Se decidir partir de Paredes, as sugestões são o Trilho dos Moinhos, o Trilho de Alvre, o Trilho Ribeira de Santa Comba, o Trilho das Aldeias, o Trilho do Mel e do Ouro Romano, o Trilho Histórico e o Trilho Vale de Aguiar. Já desde Valongo, pode escolher entre o Corredor Ecológico, o Trilho dos Romanos, o Trilho do Castelo, Porto à Vista, o Trilho de Pias e o Trilho de Silveirinhos.

Entre as recomendações, destaca-se seguir pelos caminhos e trilhos sinalizados e não se afastar das marcações existentes ao longo dos percursos. Deverá avaliar, previamente, se a sua condição física se adapta às características do percurso a realizar e optar por calçado adequado bem como vestuário confortável, tendo em conta as condições meteorológicas.

Antes de se aventurar, não se esqueça de recolher informação útil sobre o percurso pedestre que vai realizar, seja nos painéis interpretativos, como na plataforma digital ou nas Lojas Interativas de Turismo. Leve sempre água e alimentos para repor a hidratação e energia ao longo do percurso.

E atenção: não capture animais nem danifique os seus ninhos. Também não recolha nem danifique plantas ou outros vestígios de peças arqueológicas. Nas povoações próximas, não danifique as culturas e respeite os costumes da população local. 

Carregue na galeria para conhecer alguns dos pontos de interesse da GR62.

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