As borbulhas no rosto podem ser realmente inestéticas. Porém, isso não quer dizer que sejam incomodativas que noutros locais mais escondidos do corpo. A acne nas costas é tão temida que as novas gerações já lhe deram um nome: backne.
A acne está muito associada à adolescência – mas nem sempre aparece nesta altura da vida. Muitos adultos de 30 anos (ou mais) podem até ter mais barulhas do que tinham aos 15. Estima-se que cerca de 90 por cento da população mundial é afetada pelo menos uma vez na vida pelo acne, tornando-se numa preocupação constante, sem limite de idade.
As borbulhas não devem ser desvalorizadas, até porque se podem transformar em problemas realmente graves — capazes de criar traumas psicológicos que são muitas vezes ignorados. A acne desenvolve-se rapidamente e, sem o tratamento adequado, pode deixar marcas no rosto, nas costas ou no peito durante vários anos, passando de um problema típico da adolescência para um dilema da vida adulta.
O dermatologista Paulo Morais explica à NiT que “apesar de não ser uma doença grave, a acne apresenta um impacto psicoemocional importante, acompanhando-se de diminuição da autoestima que pode conduzir ao afastamento social e, em casos extremos, à depressão e ideação suicida.”
Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento ou agravamento da acne. As hormonas, a hereditariedade, o ciclo menstrual, a dieta, o stress, o tabaco, a utilização de cosméticos oclusivos e a irritação local ou traumatismo, são apenas alguns.
Backne: quais as causas e como tratar
O especialista em dermatologista revela que “mais de metade das pessoas com acne facial apresentam também borbulhas no tronco, incluindo nas costas, denominado pelas novas gerações por “backne” ou “bacne”.
Uma das causas mais comuns (que também é frequente acontecer no rosto) é a acumulação de óleos naturais da pele, que acabam por bloquear os poros e criar borbulhas. Depois, “o uso de roupa oclusiva, apertada e irritante, principalmente sobre pele suada ou oleosa, de mochilas, bolsas ou outros objetos em contexto profissional, desportivo ou lúdico podem contribuir para a acne nesta região”, explica o médico. A fricção, pressão e a irritação constantes, o calor e a transpiração parecem ser fatores desencadeantes com bastante relevância.”
Atualmente, não existe cura para a acne. “No entanto, as opções terapêuticas disponíveis podem ser bastante eficazes no seu controlo e na prevenção da formação de novas lesões e sequelas da doença”, garante Paulo Morais.
A limpeza e hidratação da pele com ac é fundamental na rotina de cuidados diários. “Devem ser utilizados dermocosméticos específicos para pele acneica (hidratantes, maquilhagem, protetores solares, entre outros), com a designação oil free, à base de água ou não-comedogénicos”, aconselha o médico. Uma vez que na maioria dos casos a pele é oleosa, devem ser utilizados produtos fluídos e matificantes, que regulem o excesso de oleosidade e o brilho.
Perante uma acne que não responde aos produtos não sujeitos a prescrição médica, o dermatologista recomenda uma avaliação e orientação terapêutica por um especialista da área.
Acne e alimentação
Paulo Morais alerta que “não existe nenhuma ligação científica incontestável entre a alimentação e a acne, porém, alguns dados sugerem que produtos lácteos e alimentos de alto índice glicémico (ricos em cereais refinados e açúcar) podem aumentar a prevalência e gravidade desta doença.“
Se procura melhorar o aspeto da pele, saiba que “o rabanete inclui três nutrientes importantes que ajudam a diminuir o acne, as erupções cutâneas e previnem a secura da pele”, garante a nutricionista Mariana Abecassis.
