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Dicas de uma psicóloga para combater a maior epidemia do século XXI: o burnout

A NiP falou com Vanessa Ribeiro, que partilhou em primeira mão algumas mudanças simples que podem melhorar a nossa rotina.
Pequenas mudanças que trazem um grande impacto no seu dia a dia.

Vivemos numa sociedade onde estar assoberbado de tarefas é comumente confundido com ser produtivo. A tendência da cultura “fazer sempre mais” tem vindo a aumentar entre os portugueses, levando, em muitos dos casos, a que as pessoas ultrapassem o seu limite até que, sem se aperceberem, o corpo e a mente dão sinal de resposta e até de quebra. Esse estado de exaustão profunda é melhor conhecido como burnout.

Para descobrir mais sobre este tema, os mitos, sinais de alerta e melhores formas para combater — e melhorar, evitar chegar até este estado, a New in Porto falou com a psicóloga portuense Vanessa Ribeiro. A jovem admite que, em contexto de consulta, se apercebe que os clientes têm dificuldade em distinguir o cansaço comum do burnout, revelando-se um grande desafio.

Mas quando é que o cansaço deixa de ser normal?

“Se a fadiga é constante, não melhora com o descanso e vem acompanhada de irritabilidade, desmotivação e uma sensação de esgotamento emocional, pode ser os primeiros indícios de alerta e de que algo fora do normal está a passar. Prestar atenção a estes sinais é essencial para evitar que o desgaste se transforme em algo mais sério”, começa por afirma a profissional em patologias clínicas.

E acrescenta: “O burnout vai além do simples cansaço. É um estado de exaustão emocional, acompanhado por um afastamento daquilo que fazes no dia a dia e a sensação de que nada é suficiente. Mas não é um problema individual, é um desafio para as empresas e organizações”, admite.

Em Portugal, segundo o STADA Health Report de 2022, 57 por cento das pessoas dizem já ter estado à beira do burnout. Evidencia-se como sendo um fenómeno que impacta vidas e que não deve ser ignorado. Por outro lado, a mesma fonte revela que é o resultado de um stress laboral crónico que afeta milhões de trabalhadores. 

E como é que chegamos a este ponto?

“A origem do burnout está, muitas vezes, ligada a ambientes de trabalho exigentes, onde a pressão e a falta de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional são constantes. Contudo, existem fatores individuais como o perfecionismo, a dificuldade em dizer ‘não’ e a necessidade de provar valor, que podem agravar o problema”, responde a especialista.

Nesse sentido, a crença de que “descansar é para os fracos” e a tendência para “glorificar” a sobrecarga de trabalho fazem com que muitas pessoas ignorem os sinais de alerta, até que o corpo e a mente colapsam. Entre os sinais de alerta para ter em atenção, a profissional indica a fadiga extrema, como acordar cansado mesmo depois de dormir várias horas, como uma das mais comuns. “Por vezes, o simples ato de começar o dia já parecer uma tarefa gigantesca, este é logo uma das principais respostas do corpo frente ao cansaço extremo”, garante. 

Outro sinal de alerta pode ser a falta de motivação. As atividades que antes nos motivavam, podem vir a tornar-se indiferentes e o trabalho pode começar a parecer uma obrigação “esmagadora”. Sentir-se emocionalmente distante, como se funcionasses em “modo automático” é outro sinal, bem como a queda de produtividade.

“Há ainda dores físicos, como dores de cabeça frequentes, tensão muscular, alterações no sono e no apetite, que podem ser sinais de que o corpo está sob stress constante”, reforça.

Contudo, Vanessa defende que o burnout não precisa fazer parte da nossa história e que reconhecer os sinais é meio caminho andado para implementar pequenas mudanças no nosso dia a dia para combater esta tendência e até mesmo, preveni-la. “Construir um futuro equilibrado, onde o trabalho e o prazer coexistem, é fundamental”, defende.

Definir limites como evitar notificações fora do horário de trabalho é uma pequena mudança que pode trazer um grande impacto. A gestão do tempo é outro fator que pode ajudar, priorizar tarefas e dizer “não” ao multitasking, poderão reduzir a carga de trabalho. Por outro lado, a especialista recomenda a procura de uma prática de relaxamento. A meditação e o ioga ajudam consideravelmente na redução dos níveis de stress e ansiedade, contudo, pode sempre escolher a modalidade ou atividade que mais paz e sensação de tranquilidade lhe traga.

“Por fim, é importante procurar ajuda. A terapia é um recurso importantíssimo para as pessoas aprenderem estratégias que precisam de adotar no dia a dia, de forma a reduzir o mal-estar e aumentar a qualidade de vida”, finaliza. 

Recorde-se que, no Natal, Vanessa e Beatriz, responsáveis por uma equipa de psicólogos especializados em diversas áreas no Porto, lançaram um ebook completamente gratuito onde pode aprender a lidar com as suas emoções. Se precisa de ajuda ou de um acompanhamento personalizado ou profissional, a equipa das jovens portuenses encontra-se disponível para o receber. Pode efetuar o agendamento da consulta online.

Carregue na galeria para descobrir outras dicas desta equipa profissional para transformar as resoluções do Ano Novo em resultados.

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