Não há dúvida de que os relacionamentos têm uma forte influência na nossa saúde mental e física. No momento em que decidimos assentar, todos temos um objetivo comum: ter um relacionamento saudável e, consequentemente, feliz.
Muitas vezes, gerir um relacionamento — seja amoroso, familiar, entre amigos ou até pessoal —, é um completo desafio. A diferença de hábitos e costumes, a rotina, as tarefas domésticas, os filhos e outro tipo de experiências podem condicionar e pôr à prova a resiliência de qualquer relação. Quando se trata de acompanhamento psicológico ou terapêutico em casal, o tema “relacionamentos” costuma ser frequente, uma vez que é algo que pode causar muitas dúvidas, incertezas e até estados ansiosos ou depressivos.
O que acontece é que a maioria das pessoas ou casais procura a terapia ou acompanhamento psicológico quando algo já não está bem na relação, quando começam a surgir muitas diferenças ou até quando a única opção viável parece ser o término.
Contudo, muitos profissionais aconselham (e até desejam) que esta procura aconteça antes que haja um afastamento total. Uma delas é a psicóloga Rita Leite, que faz parte da equipa de profissionais de Beatriz Silva, responsável pelo lançamento de um ebook sobre regulamentação emocional, juntamente com Vanessa Ribeiro.
A NiP esteve à conversa com a psicóloga que defende que a melhor forma de construir um relacionamento saudável, é descobrir o idioma que conecta aos casais, isto é explorar as “Linguagens do Amor”.
“Neste mês dedicado ao amor, é a ocasião perfeita para explorar este conceito apresentado pelo Dr. Gary Chapman, que nos ajuda a compreender como dar e receber afeto de maneira significativa. Saber qual é a nossa linguagem de amor e a do nosso parceiro, pode transformar a forma como nos relacionamos e ajuda a fortalecer a conexão entre ambos”, defende.
O que são as “Linguagens do Amor”?
Tempo de qualidade, dar presentes, atos de serviço, palavras de afirmação e contacto físico. Segundo o famoso livro estadunidense lançado há mais de três décadas pelo pastor batista Gary Chapman, estas são as cinco “Linguagens do Amor”. Na publicação, o autor define estas cinco maneiras como a “melhor forma de se expressar em um compromisso sincero com o seu parceiro”. O livro já vendeu mais de 20 milhões de cópias e mais de 30 milhões de pessoas já fizeram o teste oficial do autor para saberem qual é a sua “linguagem” do amor.
Na prática, estas “linguagens” acabam por influenciar o relacionamento. Saber como o parceiro demonstra amor, torna-se mais “fácil” sentir-se amado e desejado. E da mesma forma, saber como o outro recebe amor, “facilita” na hora de demonstrá-lo. Se o casal estiver atento a esses pormenores, as hipóteses de um relacionamento ser duradouro e saudável, são maiores, tal como explica a profissional.
“Todos temos uma forma predominante de expressar e receber amor. Descobrir essas ‘linguagens’ ajuda a evitar mal-entendidos e a criar laços mais fortes. Aprender o idioma certo do amor é a chave para construir relações significativas”, defende.
Mas afinal, em que consiste cada “linguagem”? Tal como descreve Chapman, cada “linguagem” é uma espécie de metáfora para representar como cada pessoa prefere dar e receber amor. A base geral resume-se a três premissas: cada pessoa tem uma linguagem principal do amor, existem cinco “linguagens” desse sentimento e quando os casais “falam” a mesma linguagem afetiva, tal facto pode, eventualmente, melhorar a qualidade dos relacionamentos.
No que toca à linguagem de “Palavras de afirmação”, são elogios e “palavras gentis que fazem a diferença”. Já o “Tempo de qualidade” refere-se ao estar presente “sendo essencial evitar distrações”. Outra das linguagens é “Receber presentes”, ou seja, pequenos gestos simbólicos que demostram consideração e carinho. Os “Atos de serviço” referem-se a pequenos gestos práticos, como ajudar em tarefas, para “transmitir cuidado e apoio”. E por fim, o “Toque físico”, isto é abraços, beijos e outro tipo de contacto físico.
“Na prática, cada linguagem é uma forma de expressar amor e melhorar o dia de quem valoriza essa forma de expressão e conexão. Neste Dia dos Namorados, quem ainda não o fez, devia explorar e investir em descobrir a sua linguagem de amor e da sua pessoa especial. Seja com palavras gentis, tempo de qualidade ou pequenos gestos, cada atitude conta para fortalecer os laços de uma relação”, garante a especialista.
Como descobrir a tua “Linguagem do Amor”?
Segundo a psicóloga Rita Leite, identificar a nossa linguagem de amor e a do nosso parceiro é simples. O primeiro passo é observar as nossas ações. Como costumamos demonstrar afeto? Com elogios, oferecer ajuda ou fazer gestos simbólicos, são alguns dos aspetos a ter em consideração.
O segundo passo é refletir sobre as necessidades próprias e as do nosso parceiro. “O que é que sentimos falta em relação aos outros? Fazer-nos essa pergunta pode indicar-nos qual é a nossa linguagem predominante”, explica.
Por fim, e não menos importante, conversa. “Perguntar é sempre a melhor maneira de compreender o outro e alinhar expectativas”, defende a profissional.
Qualquer relação requer trabalho. Não existe uma fórmula mágica para definir o que é uma relação saudável, até porque cada casal terá a sua “fórmula individual de sucesso”.
As dicas e sugestões para construir uma relação o mais feliz possível podem ir das mais óbvias até às mais rebuscadas. Porém, se considerar que precisa de orientação, pode sempre marcar consulta com um especialista. A equipa de profissionais da psicóloga Beatriz Silva realiza acompanhamentos psicológicos online. Pode fazer a sua marcação através desta ligação.