Não é um ginásio, spa e muito menos um centro de massagens. O Ladata assume-se como “o primeiro centro de self-reset”, um novo conceito no setor do bem-estar dedicado à recuperação física e mental.
No espaço com 80 metros quadrados, localizado em Matosinhos, vai ser possível regenerar o corpo e a mente com a ajuda da terapia de contraste, que envolve a aplicação alternada de calor e frio para promover o alívio da dor, reduzir inflamações e melhorar a circulação sanguínea.
Um dos equipamentos disponíveis é uma sauna de infravermelhos para “desintoxicação e alívio muscular”, com um funcionamento distinto de uma sauna térmica, em que a temperatura pode chegar aos 90 graus. “A nossa chega a um máximo de 60 graus e a diferença é que aquece o corpo diretamente e não o ar, como na sauna térmica”, explica Bruno Costa, de 35 anos, um dos fundadores. “Os benefícios são mais eficazes, sobretudo no que toca ao alívio muscular e das articulações.”
Também vai ser possível tirar partido do “cold plunge guiado”, ou seja, banhos frios. “A experiência de imersão a frio tem três níveis de intensidade (iniciantes, intermédios e avançados), graças às inovadoras banheiras da IceTubs, que não necessitam de gelo por incluírem um sistema regulável da temperatura”, que pode ser regulada consoante as necessidades dos utilizadores.
Para quem precisa de relaxar com a ajuda de exercícios de respiração existem três pontos que “convidam a fazer uma gestão consciente do stresse”. O centro inclui ainda seis equipamentos da Therabody, uma empresa norte-americana especializada em gadgets de recuperação muscular, que tem Cristiano Ronaldo como parceiro e investidor. Vai ser possível testar as famosas pistolas de massagem que o jogador costuma mostrar nos vídeos que partilha nas redes sociais. “É a primeira parceria oficial da marca em Portugal”, revela à NiT Bárbara Neto que, aos 31 anos, resolveu juntar-se ao amigo Bruno Costa e apostar num novo conceito de recuperação física e mental.
Como tudo começou
O projeto nasceu da vontade de criar um espaço único e inovador, após se aperceberem de que já existiam, na Europa, outros locais dedicados à recuperação pós-treino, mas não em Portugal. “Percebemos que existe uma crescente popularidade do culto do corpo, e na prática desportiva em geral, mas ainda há muito pouco foco na recuperação, essencial para uma boa performance física e mental”, destaca Bárbara.
A dupla queria oferecer um espaço onde as pessoas “pudessem fazer um reset completo de corpo e mente, e com uma abordagem focada na ciência e na tecnologia de ponta”. Devido à sua profissão como designer de interiores, Bárbara passa muitas horas por dia sentada à secretária e encontrou no desporto uma forma de se manter saudável e combater um passado ligado à obesidade.
“Aos 16 anos cheguei a pesar 115 quilos e consegui chegar a um peso ideal só com exercício físico e alimentação”, recorda. Hoje faz musculação diariamente e foi quando precisou de alternativas que a ajudassem a recuperar melhor e mais rápido que percebeu que existia uma lacuna nesse segmento em Portugal.
Terapia de contraste e banhos frios
“Como viajo muito para Londres, encontrei centros de terapia de contraste e comecei a ver os resultados no meu corpo, nomeadamente, no que toca à recuperação muscular. Conseguia fazê-lo mais depressa do que acontecia recorrendo apenas a um regime alimentar saudável, uma correta higiene do sono e suplementação.”
Entre os benefícios desta terapêutica, destaca uma “melhoria dos processos inflamatórios do organismo, aceleração do metabolismo, reforço do sistema imunitário, bem como alívio do stresse e da ansiedade, aumentado os níveis de dopamina, a hormona associada ao bem-estar e ao prazer”, explica Bruno Costa, que corre dez quilómetros por dia.
Há dois anos, uma lesão a jogar futebol fez com que tivesse de fazer fisioterapia, mas não foi suficiente e deixou de poder correr diariamente. Com base na pesquisa que fez para recuperar, apoiado na procura de Bárbara por alternativas para regenerar, teve, em conjunto com Bárbara, a ideia de criar o negócio em Matosinhos — que consideram um “hub para quem pratica desporto”.
“Por cada metro quadrado temos estúdios, escolas de dança, de artes marciais, natação, ginásios ou escolas de surf. Arrisco-me a dizer que somos o concelho do Porto que tem mais atividades desportivas”, destaca Bárbara.
“O que nos uniu foi o desejo de criar um espaço que tivesse ferramentas não só para atletas, mas para pessoas normais que procuram um estilo de vida mais saudável, mas que não querem chegar ao patamar da competição.”
Como funciona e quanto custa
Sem conseguirem encontrar o nome ideal para o projeto, Barbara e Bruno inspiraram-se na Finlândia, onde existe a tradição de recorrer à terapia de contraste, para chegar à palavra ladata, “que significa fazer um reset, recomeçar e recuperar”, explica Bárbara.
Para experimentar o que o novo espaço tem para oferecer é necessário agendar uma sessão online, e escolher uma das opções — standard ou premium. Enquanto a primeira tem uma hora de duração e um custo de 20€, com acesso à sauna e à banheira de gelo, bem como a um equipamento da Therabody; a premium tem um valor de 30€ e inclui a utilização de equipamentos mais avançados, como a luz infravermelha.
Além disso, está prevista uma membership com o valor mensal de 100€ (standard), 120€ (premium) ou anual, que dá acesso a usar o centro várias vezes por semana, assistir a eventos e beneficiar de descontos com parceiros do Porto.
O centro tem guidelines que devem ser respeitadas, com a informação disponibilizada “em vários iPads espalhados pelo espaço, onde também é possível aceder a uma app com aulas guiadas de respiração, meditação, sauna ou banhos frios”, explica Bárbara. Além disso, “vão estar sempre duas pessoas nas instalações a dar estas orientações, uma delas com formação em fisioterapia”.
Com um horário de funcionamento alargado de segunda a sexta-feira, das seis da manhã às 21 horas, e aos sábados, das nove às 20 horas, é necessário ter um mínimo de 18 anos para poder frequentar o Ladata, que desaconselha o acesso em casos de complicações cardíacas.
Bárbara e Bruno já estão a pensar no futuro e, na primavera de 2025, têm em mente a abertura de um espaço maior, no Porto. “Neste primeiro estúdio, a lotação máxima vai ser de três pessoas por hora, o que garante que vão ter um acompanhamento personalizado por quem está no estúdio durante as sessões. Temos um balneário misto e três vestuários, bem como três cacifos.”
O objetivo passa por ter novidades mensalmente e, em dezembro, está previsto um Therabody Day, onde a marca americana vai estar no Porto a apresentar várias máquinas diferentes para todos os interessados poderem testar.
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