Bárbara Corby viajava com a família quando Frederico, de dois anos, sofreu uma convulsão febril. A influencer relatou o episódio assustador nas redes sociais e revelou que não sabia o que poderia fazer para ajudar o filho.
“Tinha os olhos arregalados, não falava, não reagia, não nada. Ficámos naturalmente desesperados”, contou, acrescentando que o miúdo tinha estado febril e que o tinha medicado com paracetamol.
“Não sabia os sintomas nem a gravidade. Acho que nunca senti tanto medo na minha vida e só pensava que não podia perder o controlo para não piorar a situação”, acrescentou ainda. O bebé recuperou e logo que teve oportunidade levou-o ao hospital. Frederico foi submetido a uma série de exames que não detetaram quaisquer sequelas. Tudo acabou bem, mas a criadora de conteúdos não ganhou para o susto. Algo que também já aconteceu a muitos pais com miúdos até aos 5 anos — ou pode vir a acontecer.
O que são as convulsões febris?
Como o nome indica, o que causa estas crises é a febre. “É como se a subida de temperatura levasse a um curto-circuito na atividade elétrica do cérebro”, explica o pediatra Manuel Magalhães. É um fenómeno relativamente em miúdos até aos 5 anos, sendo que a probabilidade de se manifestar deve-se apenas a uma “predisposição genética”.
Durante o episódio, o miúdo pode ficar prostrado, perder a consciência ou ter contrações involuntárias dos músculos. Podem ainda revirar os olhos, espumar pela boca ou perder o controlo do esfincters. Esta condição surge, normalmente, entre os seis meses e os cinco anos. “Nesta faixa etária é considerada uma situação benigna, porque é transitória, dura menos de cinco minutos e não deixa qualquer tipo de sequelas”, refere o especialista em pediatria.
São, maioritariamente, autolimitadas (desaparecem sozinhas). Após a convulsão, o miúdo fica, habitualmente, mais sonolento nos 30 a 60 minutos seguintes. Quando despertar voltará ao registo normal.
O que fazer durante uma crise
O primeiro passo é colocar o miúdo num local seguro, afastado de móveis com arestas ou coisas onde se possa magoar. “Pode ser no colchão, no chão ou mesmo no colo.” Depois deve ser posicionado de lado e a duração da convulsão deve ser cronometrada. Assim que possível, deverá administrar paracetamol em supositório. “Se a convulsão durar mais de dois minutos deve ligar para o 112 e pedir ajuda.” Depois do episódio — sobretudo se nunca aconteceu antes — a visita ao médico é essencial, para que sejam feitos os exames complementares e despistadas patologias mais graves.
“Nunca, em situação alguma, coloque algo na boca da criança para prevenir que se engasgue. É um mito que seja necessário-lo fazâ-lo, e pode mesmo ter o efeito contrário”, salienta Manuel Magalhães. Outra crença errada é que “não se deve deixar o miúdo dormir nas horas seguintes. O pediatra explica que deve deixá-lo descansar, mas acrescenta que “é fundamental ir ao hospital”, sobretudo se apresentar sinais de “sofrimento constante ou dificuldades em mexer o pescoço”.
Quando não é a primeira vez que acontece, os pais devem manter-se igualmente vigilantes e administrar a medicação indicada pelo pediatra.