Decorriam os anos 60 quando foi inaugurado o cinema Estúdio, na Rua de Costa Cabral, no Porto. Era uma sala pequena, a lotação não ultrapassava os 70 lugares, e sobreviveu até aos anos 90 com uma programação de qualidade. Acabou por fechar ao público e manteve-se assim até agora, ou seja, durante três décadas.
Agora de volta, o Centro de Caridade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, lugar onde se encontra esta sala, está pronto para reabrir este cinema, trazendo até outros projetos. Pode contar, a partir desta sexta-feira, 1 de outubro, com um espaço maior onde a capacidade vai passar a ser de 400 lugares, e um outro nome: Sala Estúdio Perpétuo.
Carlos Martins, programador e responsável por este novo projeto cultural que vai ser implementado, vai abrir as portas ao cinema, como já era costume, mas também à música e ao teatro. Foi feito o convite a promotoras independentes da cidade para constituírem a agenda e já foi planeada a programação até ao mês de março. Marque já na sua agenda: esta sexta-feira, no Dia Mundial da Música, que coincide com o dia da reabertura, a Orquestra Filarmónica Portuguesa vai dar um concerto comentado, pelas 21h30, para relembrar algumas bandas sonoras de filmes. A entrada é livre. No fim de semana poderá ouvir Daniel Catarino e os Fugly, no dia 2, e os Conferência Inferno ou os Baleia Baleia Baleia, no domingo.
Se prefere ir à renovada Sala Estúdio Perpétuo pela mesma razão que inaugurou, terá a apresentação de O Garoto de Charlot, de Charlie Chaplin, e Ladrões de bicicletas, de Vittorio de Sica. Foram reveladas também novas parcerias a nível nacional, nomeadamente com o O Festival Internacional de Curtas de Vila do Conde e com o Porto/Post/Doc.
A ideia para esta renovação surgiu, segundo o presidente da instituição Rui Saraiva, na vontade de tornar a mesma mais dinâmica, dando-lhe uma nova vida. “Não há outra forma de sermos originais do que irmos à origem”, contou esta quarta-feira na conferência de imprensa que serviu para apresentar a programação cultural da Sala Estúdio Perpétuo. O espaço que funcionava a pensar nas criadas de servir, que vinham das aldeias para o Porto e que ao domingo como tinham folga não tinham para onde ir nem onde comer, regressa agora para a comunidade portuense.
E aproveite, porque esta sala de cinema de rua junta-se ao Trindade e ao Passos Manuel, com eventos a baixo preço ou a custo zero.
