O luxo e o requinte sempre estiveram presentes no espaço, mas desde setembro que isso está oficialmente reconhecido. É no Porto que encontramos agora o primeiro hotel-escola português com uma classificação de categoria de cinco estrelas. Falamos do The Editory Artist Porto, claro.
Aberto desde 2014, este hotel-escola resulta de uma parceria entre a Sonae Capital e a Escola de Hotelaria e Turismo do Porto. Desde setembro passa a ter também o reconhecimento do Turismo de Portugal na categoria de cinco estrelas, o que faz dele o primeiro a nível nacional a reunir todos os requisitos para integrar o segmento de luxo.
“Para nós é um orgulho”, começa por dizer à New in Porto o diretor-geral do hotel, Leandro Neves, continuando: “A diferença diria que é apenas o reconhecimento porque tudo o resto já fazíamos. […] Diria que fomos trabalhando para o reconhecimento cinco estrelas. Se já era bom, continua a sê-lo, trabalhamos todos os dias para superarmos as expectativas do cliente com afinco na personalização do serviço”.
O edifício onde fica o The Editory Artist Porto começou por ser, ainda no século XIX, a Real e Imperial Chapelaria a Vapor. Mais tarde, em 1927, deu lugar à famosa Escola Artística Soares dos Reis, que recebeu muitos dos que viriam a ser dos maiores talentos artísticos nacionais das suas gerações. Esse é um legado que se mantém atualmente.
Pelos corredores do hotel há pautas com as notas dos alunos que passaram pela escola e também um conjunto de cerca de 150 obras de arte que ficaram de legado. Entre estas obras há até um quadro que recebeu uma nota de 20 valores e outros que vão mostrando a evolução das técnicas artísticas ao longo dos tempos.
Da história do edifício o hotel acaba por herdar também a configuração do espaço, a qual não foi mexida até por se tratar de um edifício histórico da cidade. Assim, aqui há 17 quartos com dimensões pouco comuns nos hotéis mais recentes e corredores muito mais largos do que o habitual, por exemplo.
Em relação ao conceito de hotel-escola, este é um espaço por onde passam os alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto e que, embora haja uma pequena equipa que vai assegurando a manutenção e equilíbrio da qualidade do serviço, é sobretudo do trabalho dos vários alunos que vai sendo feito o seu dia a dia. O objetivo passa precisamente por não deixar que se note que o serviço não está a ser feito por profissionais com largos anos de experiência.
“Conseguimos fazer a passagem dos alunos pelo mercado de trabalho real a cada duas semanas. Isso quer dizer que todos os alunos da Escola de Hotelaria e Turismo do Porto fazem o seu primeiro contacto com o mercado de trabalho aqui connosco, com clientes reais e expectativas reais”, diz Leandro Neves, garantindo que os clientes sabem depois que estão a ser servidos por alunos. “Para nós é importante que o cliente saia do hotel sem perceber que está a ser servido por alunos, sendo que fazemos questão de o mencionar.”
Além de todo o serviço de hotel, o espaço conta ainda com um restaurante, o A Escola by The Artist, que serve tanto os hóspedes como a população em geral. Esse é, aliás, um dos seus focos, não se ficar apenas pelos hóspedes. Ao almoço, apresenta um menu executivo mais rápido e simples. A surpresa chega à hora do jantar, onde não há uma carta definida e os pratos são feitos conforme a inspiração do momento.
“Para os clientes é diferente porque a equipa que vai servi-los é composta maioritariamente por alunos. Vão ter também um menu às cegas em que vão acabar por ter experiências gastronómicas que não têm noutros locais e vão experimentar novos sabores, novas texturas, novas realidades da cozinha que temos aqui. Para os alunos é desafiante porque vão ter um trabalho mais criativo no momento, adaptando-se aos clientes e às restrições que o mesmo tem”, explica à New in Porto o chef responsável pela cozinha, Hugo Dias.
Os resultados parecem estar a ser positivos, até porque o chef sublinha que os clientes “ficam surpreendidos porque muitas vezes é apenas no fim da refeição que sabem que se trata de um hotel-escola, pelo trabalho que a equipa interna e os alunos têm, eles não notam e isso é gratificante tanto para os alunos como para os clientes que são surpreendidos e têm uma experiência muito boa”.
Embora não tenham mudado o trabalho que fazem diariamente por serem agora um hotel-escola com classificação de cinco estrelas, os responsáveis do The Editory Artist Porto garantem que os objetivos para o futuro passam por continuar a melhorar o serviço, torná-lo ainda mais personalizado e à medida dos clientes, apostando sempre na formação de mais alunos.
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