Há uns anos, os peddy-papers foram uma moda que servia tanto para as escolas como para grupos de adultos. Hoje em dia, são os escape rooms que juntam os desafios mentais com a competitividade de um jogo. No meio disso encontramos outras experiências como a Foxtrail, que reúne elementos de todos eles.
Criada há cerca de 20 anos, a marca é uma das mais conhecidas na Suíça, onde foi criada. Desde aí expandiu-se para outros locais e hoje em dia está presente em Paris, Londres, Roma, Berlim, Helsínquia ou Vancouver e a primeira cidade portuguesa a recebê-la é o Porto.
“É uma marca que está em processo de expansão e a ideia surge porque a marca é detida por um alemão e um português. Conheci-os porque quando compraram a marca precisavam de pensá-la estrategicamente, ajudei-os nesse processo e um dos desafios foi trazer a marca para Portugal e fazer do País uma plataforma de expansão para o resto do mundo”, começa por explicar à New in Porto o responsável pela marca em Portugal, André Jacques.
Desde outubro do ano passado começaram a instalar as experiências, que têm estado numa espécie de soft opening até agora. Depois de perceberem o que funciona ou não, que detalhes era necessário ajustar e até depois de fazer algumas reparações de danos provocados pelo mau tempo, é em março que a operação está a arrancar em pleno.
Mas afinal, em que consiste a Foxtrail e o que tem para oferecer? Não há uma definição muito exata, mas poderíamos dizer que junta elementos de um peddy-paper com escape room ao ar livre mas também com desafios culturais, de atenção e visita turística. No fundo, pode ser uma forma diferente de conhecer a cidade, quer seja portuense ou visitante.
“Podem esperar conhecer a cidade — aqueles que não conhecem e mesmo aqueles que conhecem, vão conhecê-la sob um novo prisma —, não só aquilo que são os grandes ícones da cidade”, diz o responsável, acrescentando: “Acima de tudo, vão ter a possibilidade de em todas as missões conhecer uma parte da cidade que se calhar não conhecem e essa é que é a ‘cereja no topo do bolo’”.
Em cada experiência ou missão é possível conhecer um percurso diferente que apresenta locais emblemáticos do Porto mas de uma forma que é possível que nunca tenha conhecido e ainda outros recantos mais desconhecidos. Tudo isto com surpresas, pistas escondidas, detalhes que se descobrem e, sobretudo, ao ritmo de cada um.
As atividades podem ser feitas por todos, desde os miúdos a idades mais avançadas, há opções pensadas para pessoas com mobilidade reduzida e com percursos mais ou menos longos. Pensadas para fazer em grupos, podem ainda ser boas opções para atividades escolares ou de empresas, seja para descobrir na prática os detalhes da História ou para criar maior vínculo entre os participantes.
Agora que percebeu mais ou menos o que é a Foxtrail, contamos-lhe como foi a nossa experiência — sem demasiados detalhes ou spoilers, obviamente. Tudo começa com a marcação da missão através do site da marca. Em cada missão os participantes são agentes que vão ajudar a proteger o património do malvado líder da Gloom, uma organização maléfica.
Escolhemos a missão The Lisbon Friends, que começa na loja da Torre dos Clérigos e deve o seu nome aos amigos Fernando Pessoa e Camilo Castelo Branco, mas existem outras como The Hidden Valley, The Secret Garden ou From Dogs to Trams. É nesse ponto de partida que recebemos as fitas que identificam a participação na aventura e um correspondente cartão com alguma informação e um mapa que será útil num momento específico do jogo.
A partir daí é necessário seguir as indicações através de um link no telemóvel. À medida que vamos encontrando as pistas, podemos ir avançando na página, sendo que há sempre a possibilidade de pedir ajuda. Mas atenção: recorrer a essa espécie de batota retira alguns pontos.
É necessário estar atento a todos os detalhes porque as pistas podem estar literalmente em qualquer lado e em formas diferentes como pintadas em lojas, em mapas escondidos ou em realidade aumentada. É também possível que ao longo do percurso se demore mais em alguns pontos onde há mais curiosidades para descobrir ou que despertem mais o seu interesse. Não há problema, a estrutura está mesmo feita para que cada grupo siga o seu ritmo.
Depois de cerca de uma hora e meia a seguir pistas mais ou menos complicadas, chegámos ao final. Nesse ponto era necessário fazer a leitura do QR code que dava por terminada a missão e finalizar com uma fotografia de grupo. Sobre aquilo que aprendemos sobre o Porto e os locais secretos que descobrimos, o melhor é que cada um o conheça por si.
Todas as missões podem ser feitas em português ou inglês e os preços começam nos 27€ para duas pessoas e podem ir até aos 138€ para sete pessoas, dependendo da missão escolhida. As reservas são feitas através do site da Foxtrail, onde vai encontrar também todas as informações sobre cada uma das missões disponíveis.
“Em Portugal, o plano é começar pelo Porto mas também expandir para outros sítios. Neste momento interessa-nos muito ir para Arouca, para fora do Porto, nos arredores, Braga, Guimarães, Aveiro e depois tentar ir para Lisboa”, adianta ainda o responsável.
Se ficou curioso, carregue na galeria para descobrir alguns detalhes sobre a Foxtrail.