na cidade

O centro do Porto para aprender a dar uma nova vida a equipamentos elétricos e não só

O objetivo é promover a economia circular e diminuir as toneladas de resíduos que, anualmente, se recolhem pela cidade.
O espaço está inserido em contentores reutilizados.

Cerca de 97 toneladas de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos, 336 toneladas de objetos fora de uso e 837 toneladas de resíduos de madeiras. Estes foram alguns dos elementos recolhidos pela Câmara Municipal do Porto em 2023. Com o intuito de encontrar uma solução para este problema, no dia 24 de agosto, terça-feira, abriu um Centro para a Circularidade da Cidade.

O conceito é simples. Tem uma máquina de café que deixou de funcionar? Uma perna partida numa mesa? A solução pode estar nas suas mãos, com a ajuda de Vítor e Bruno, os técnicos da Porto Ambiente que estarão, diariamente, no novo (apesar de também ele, reaproveitado) Eco Porto, instalado no Ecocentro da Prelada. A missão é dar uma nova vida aos produtos sem uso. 

“Um passo mais, um resíduo a menos, no caminho que todos temos que percorrer, por uma efetiva e absolutamente necessária e inevitável circularidade económica”, é o mote do novo centro de upcycling do Porto. “Deitamos fora produtos sem a preocupação de reciclá-los, o que gera o uso excessivo de materiais, de recursos que o mundo não tem”, começa por explicar à NiP, Filipe Araújo, vice-presidente do município.

Vítor e Bruno, os técnicos que vão ajudá-lo a dar nova vida aos resíduos.

O também vereador do Ambiente e da Transição Climática reforça que a quantidade de material em bom estado que é diariamente descartado, e com um desperdício constante, tem chamado a atenção dos autarcas do concelho, que consideram “absolutamente necessária e inevitável” a transição para uma economia cada vez mais circular, para a qual todos estão comprometidos, já que a reutilização de dez por cento dos materiais resultaria numa redução da emissão de mais de 300 toneladas de CO2 equivalente para a atmosfera.

Mais do que uma oficina de reparação de eletrodomésticos, mobiliário e computadores, o Eco Porto pretende ser um local de formação e capacitação para que qualquer cidadão possa aprender a recuperar objetos e equipamentos que tenha em casa aparentemente sem conserto. Porém, o círculo apenas é considerado fechado, com a entrega, absolutamente gratuita, destes objetos reparados a quem lhes der um novo uso, sejam entidades de cariz social ou qualquer munícipe ou empresa interessada.

Além dos benefícios ambientais que a maior reutilização de materiais e redução da produção de resíduos trazem consigo, o Eco Porto oferece, ainda, vantagens económicas, seja por permitir a aquisição de produtos sem qualquer custo, seja por “potenciar a criação de novos negócios e dar visibilidade aos que já existem”, ligados à economia circular.

Filipe Araújo reforça que o projeto ajuda a promover novos hábitos de consumo, mais sustentáveis. “Este é um caminho que todos temos de percorrer, que nos leva aos objetivos que temos como cidade. Esta era a ferramenta que nos faltava e que pode ser absolutamente transformadora da forma como tratamos o tema da circularidade”, defende.

Para além das paredes físicas, com contentores reutilizados, o Eco Porto está disponível online, onde os portuenses e entidades podem conhecer os materiais e produtos reparados e existentes em armazém para doação. Se tiver produtos para arranjar e quiser doar, a autarquia faz a recolha dos resíduos, de forma gratuita.

Até ao final do ano, estão ainda previstas atividades de dinamização desta circularidade entre workshops de restauro mobiliário, sessões de capacitação de reparação de computadores, repair cafés, um mercado de segunda mão e oficinas temáticas. 

FICHA TÉCNICA

  • MORADA
    Rua Eng. Nuno Meireles s/n
    4250-141 Prelada

MAIS HISTÓRIAS DO PORTO

AGENDA