Qualidade de vida, bom clima, valorização dos imóveis, muitas ofertas de emprego e grandes atrações culturais. Estes são alguns dos motivos que tornam a Flórida, nos Estados Unidos da América, uma opção atrativa para a comunidade brasileira que quer recomeçar a vida fora do país. No entanto, o norte de Portugal, sobretudo o Porto, poderá vir a transformar-se na “nova Flórida”, para este grupo de emigrantes.
A informação foi avançada esta quarta-feira, 4 de dezembro, pelo “Público Brasil”. Ao que tudo indica, o empresário Luiz Eduardo Osório, presidente da LTS Investments, terá reunido um grupo de investidores para explorar o mercado imobiliário do Porto. Segundo a mesma publicação, a “oportunidade de negócios e laços afetivos” são duas das grandes motivações por detrás desta intenção.
A escolha da região norte de Portugal, por parte do empresário que conta com um longo currículo profissional no Brasil, recai também, sobretudo, pela saturação do mercado imobiliário em Lisboa, e regiões próximas como Cascais e Estoril.
“Se olharmos para os últimos dez anos, vemos que aumentou enormemente o custo do metro quadrado em Lisboa. A capacidade de atração está quase no limite, porque os novos empreendimentos estão a ficar muito caros”, explica o também responsável por empresas como a mineradora Vale, a CPFL Energia e a Raizen. E acrescenta: “No norte, no Porto, há um potencial enorme para o crescimento de investimentos no ramo imobiliário”.
À mesma publicação, Osório admite que um dos fortes motivos por detrás do sucesso no ramo imobiliário, voltado para os brasileiros, é a existência de laços familiares. Isto deve-se ao facto de que “cerca de 80 por cento” dos emigrantes portugueses que, há algumas décadas, se mudaram para o Rio de Janeiro, eram do norte de Portugal, como é o caso da sua própria família, que é portuense. “Até hoje temos laços afetivos e comerciais com o Porto”, admite.
Seja pela qualidade de vida, pelos salários e até pela língua comum, Portugal está a ser o destino de eleição para os brasileiros que desejam encontras novas — e melhores — oportunidades. E se, nas décadas de 80 e 90, muitos brasileiros investiram no mercado imobiliário em Miami e Flórida, agora estão a virar-se para Portugal.
“O norte de Portugal pode ser muito mais explorado. Acho que tem uma demanda enorme que está a ser reprimida”, sublinha, acrescentando que “o Porto tem o potencial de ser a nova fronteira”. Para isso, Luiz Eduardo Osório afirmou ao “Público” estar a reunir um grupo de pelo dezenas de investidores cariocas que “têm o desejo de encontrar boas oportunidades no Norte de Portugal para investir”.
O empresário acredita ainda que os novos projetos no norte do País podem trazer um retorno maior e mais rápido, ao contrário do que acontece em Lisboa, Cascais ou Estoril. O exemplo dado pelo “Público” é o caso de um investidor que comprou um imóvel na Baixa lisboeta há cerca de 20 anos, por 120 mil euros (756 mil reais), que atualmente está avaliado em mais de 1 milhão de euros (6,3 milhões de reais).
“Há, realmente, boas oportunidades no setor imobiliário de Portugal. Mas é preciso saber avaliar bem o negócio, para que o retorno venha no tempo esperado. Isto vale para a região do Porto e mesmo para Lisboa, Cascais ou Estoril”, aconselha Tiago Prandi, especialista no setor e fundador da Conexão Europa Imóveis, consultado pela publicação.
Sublinha-se ainda que Pedro Reis, ministro da Economia de Portugal, tem revelado a investidores brasileiros uma série de vantagens para quem deseja “criar raízes no território luso e gerar empregos e renda”. Segundo Pires, a segurança pública, boas infraestruturas, mão de obra qualificada, um sistema bancário sólido, o corte de impostos, a desburocratização e fundos oferecidos pela União Europeia, são uma mais-valia no País.
Já para o secretário dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Nuno Sampaio, Portugal representa para os brasileiros “uma porta de entrada do Brasil na Europa”, devido à capacidade de fazer a ponte de ligação entre vários setores.